segunda-feira, 30 de maio de 2011

ADÁGIOS & QUADRAS

Não há sábado sem sol
Nem domingo sem preguiça
Como é bom comer pão mole
Bem servido de chouriça.

Pela boca morre o peixe
É um ditado popular
Antes que a fome me deixe
Vou já pô-lo a fritar.

A ocasião faz o ladrão
E neste Reino d'Ocasiões
Está explicada a razão
De haver tantos ladrões.

Burro carregado de livros é doutor
Diz a ironia sábia e popular
Subscrevo e apoio com muito fervor
Acrescentando, quero vê-los zurrar.

Quem tem capa sempre escapa
Seguindo o velho ditado
Comprei uma à socapa
E fiquei bem encapado.

Quem tem boca vai a Roma
Não sejas assim acanhada
Se algo há que se coma
Também não te faças rogada.

Era já noite cerrada
Dizia a mãe para o pai
Não creio estar enganada
O teu amor já lá vai.

Se queres ser bom morre
Inegável o povo o diz
É frase que sempre m'ocorre
Quando parte um infeliz.

O que o berço não dá
Salamanca não ensina
A verdade aqui está
Nesta frase pequenina.

Olhai os lírios no campo
É poesia já antiga
Vêde também o desencanto
A que crise nos obriga

Galinha gorda por pouco dinheiro
Desconfia sempre da fartura
Abastece antes o teu mealheiro
Deixa as Ruas da Amargura

Quem tudo quer tudo perde
Não peças demais â vida
O teu mundo é ainda imberbe
E a estrada bem comprida.

Devagar se vai ao longe
Mas caminha com cuidado
Tal qual aquele monge
Que se apoia no cajado.

Quem feio ama
Bonito lhe parece
E quem está na cama
Às tantas adormece.

Não tens cão caça com gatos
Ironia pouco viável
Mas dá corda aos sapatos
E procura ser prestável.

O que o berço não dá
Salamanca não ensina
Quando nasce coisa má
Nunca será obra-prima.

Presunção e água benta
São caprichos de mulher
Da primeira estás isenta
Mas benze-te se te aprouver.

Quem canta seu mal espanta
Quem chora seu mal aumenta
Vou rezar a uma Santa
Que me tire desta tormenta.

Vozes de burro
Não chegam ao Céu
Cheira-me a esturro
Queimei o pitéu.

Olho por olho
Dente por dente
Eu não me encolho
E sigo em frente.

Uma maçã por dia
Mantém o médico longe
Esta boa profecia
Foi-me dita por um monge.

Pela boca morre o peixe
às mãos do bom pescador
Se vem mal de que me queixe
Peço ajudas ao Senhor.

Quem canta seus males espanta
Um velho e sábio ditado
Por tal muito me encanta
Ter meus males espantado.

Por dá cá aquela palha
Nasce grande confusão
Por vezes quem mais ralha
Nem sempre tem a razão.

Dessa água não beberei
Jámais serei abstémico
Desse teu vinho provarei
Não quero ficar anémico.

Se diz: o que nasce torto
Difícilmente se endireita
E há quem esteja morto
Por não curar a maleita.

Água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura
Água fresca também cura
As sedes da minha secura.

Casa onde não há pão
Tal como neste país
Todos ralham sem razão
Sou eu quem o diz.

Andando se faz um caminho
Desbravei o meu passo a passo
Tal como pássaro fazendo ninho
Ramo a ramo criando espaço.

A culpa morre solteira
É uma sina portuguesa
Criatura bem matreira
Jámais será presa.

Cada macaco no seu galho
Aos Artistas o seu mister
E se eleja o trabalho
Do homem ou da mulher.

Quando o mar bate na rocha
Quem se lixa é o mexilhão
Ao acender a minha tocha
Provoco um grande clarão.

A pensar morreu um burro
Mas eu penso e logo existo
Quando me cheira a esturro
Peço a ajuda de Cristo.

A curiosidade matou o gato
Como nos desenhos animados
Ficou-se a rir o rato
Já livre dos seus cuidados

Chuva no nabal
E sol na eira
Tudo irá mal
De outra maneira.

Olho por olho
Dente por dente
A um zarolho
Ofereço um pente.

Casa onde não hã pão
Todos ralham sem razão
Uma má governação
Dá cabo desta Nação.

domingo, 29 de maio de 2011

AS VOZES DOS ANIMAIS

Neste grande Reino Animal
Palra, o vistoso papagaio
E no canto, não vai mal
Outa ave, chamada gaio;

Mas canta bem a cotovia
Nas madrugadas, ao luar
Já o gato, esse mia
Ouvindo o cão a ladrar;

O melro é irritante
No seu estridente gritar
Sou bem mais tolerante
Ouvindo o galo cantar!

Já a galinha, tão tola
Só sabe cacarejar.
Nos pinhais, a doce rola
Nos encanta, ao arrulhar;

O corvo mais a gralha
Que são da mesma família
Cada um como que ralha
Em permanente quezília.

Entre o pavão e o perú
A diferença é enorme.
O segundo, só faz, gluglu;
O primeiro, acorda quem dorme;
O canto do cisne branco
É triste, se acontecer
Ele canta, o seu pranto
Sabendo que vai morrer.

Nadando nas pateiras,
Grasnam os patos em bandos
São essas as suas maneiras;
De certo modo são brandos.

É ruidosa a passarada
Em bandos, na primavera
Acasalando à desvairada
Em ciclo que não se altera.

E o teimoso burro?
Qual o modo de se expressar?
Claro! Apenas em zurro,
Forma bem peculiar.

Ouvir, o uivo do lobo
Mete medo e respeito.
A raposa, no seu todo
Ri! Esse é o seu jeito.

Relincha, o gado cavalar,
Piam, os lindos passarinhos
No seu ninho, o seu lar,
E, também, os pintaínhos...

Isto se ouve, no Reino Animal
Onde o Homem também existe;
Só que ele é racional
E, sofre, do mal que lhe assiste.

Assim, o humano, chora
Ou grita: "Aqui d'el Rei"!...
Se sofre, d'alguma penhora
Ou "paga as favas", à Lei!

Esta é pois, a nossa voz
Alegre ou triste, conforme.
Já diziam,os nossos avós:
"Fecha a boca; cala e come"!

PREGAÇÃO DOS "FUTEBÓIS"

Na gíria, do nosso futebol
Muito se prega, a humildade
Que nos traga, muito sol
E restrinja, a validade.

Discordo, se me permitem.
Queremos antes, ousadia,
Em todos os que militem
Nessa prática, do dia-a-dia.

Ser ousado, conduz à vitória.
Modéstia a mais, é vaidade
E, fraco não entra na História!
Fiquem-se com esta verdade!

MODOS DO ENSINO

No chamado, antigo Ensino,
Onde colhemos o saber,
Qualquer menina ou menino,
Aprendia, a bom aprender.

Sem grande custo prós pais;
Os livros, de mão em mão.
Hoje, têm o nome, Manuais
E, não transitam do irmão.

Mudam, como se muda de camisa!
Se a Ciência mudasse assim...
Mas não! Há o que se eterniza.
Manter, seria um bom fim.

O antigo, muito saber,
Cabia, em simples sacola.
Agora, um aluno, a valer,
Tem de aumentar, a bitola

A saber: enorme mochila,
Aberrante, bem colorida;
Com muito peso "à má fila",
Deixa a miudagem, dorida.

Quais burrinhos, carregados,
É vê-los, ir prá Escola...
Pensando, nos tempos passados,
Com saudades, da sacola!...

PORTUGAL DEPENDENTE

Meu velho país, Portugal,
Não tens sido bom pai
Na longa vida que lá vai...
Verdade! Educaste mal!

Nem a todos, por igual
Mas à grande maioria.
Não nos deste sabedoria
Que suplante, o trivial.

Madraços na arte d'aprender
"Artistas" do verbo enganar,
Moral baixa, p'ra esquecer.

Useiros, no gesto de "sacar"
Nada semeando mas colher
E, aos outros, pouco ligar...
.............................................
Foste um pai abastado:
Especiarias do Oriente,
Ouro do Brasil, país quente,
Escravos, vendidos como gado;

Pena que tenhas esbanjado,
Mais tarde, remessas d'emigrantes.
À falta dos não pagantes,
Hoje, o crédito mal parado.

Esbanjador e também dependente.
Aos Holandeses deste o sal
A pagar ajuda premente;

Concedeste aos ingleses, o aval
Aliança de duração permanente
Que do bem, só nos deu o mal...

...a tua História, releio com pena
Nesta fase de nova dependência.
Sempre tiveste, alma plena!
Como falhaste, na inteligência?

FÁBULA DO LÁPARO INOCENTE

Na presente situação,
Com eleições à porta,
É notória a agitação
Que ao momento reporta.

Se duma selva se trata,
O estado deste país,
Vejamos, como o retrata,
Um "poeta aprendiz":

Rugem, os animais ferozes;
Balem, centrados cordeiros;
As hienas, sem vozes,
Choram, implorando poleiros.

Aconchegado, na sua lapa,
Um láparo, ainda inocente,
"Mete água, se acachapa",
Neste meio, inexperiente.

Por ingénuo mas palrador
Na sua curta vivência,
Não foge, ao mau caçador
Que o fere sem complacência.

Modera os "passos", coelhinho!...
Arrebita essas orelhas!...
Segue, na "direita" do caminho,
Evita as tiradas azelhas!

A quem me lê, será fácil adivinhar
quais os visados, nesta  fábula (?)

sábado, 28 de maio de 2011

INÉRCIA

Menino desaparecido, Rui Pedro,
Há treze anos, ora cumpridos,
Transformaram, vida em degredo,
Dos seus entes mais queridos.

Me choca, aquela pobre mãe,
Personagem da dor mais sentida.
A que se sente e sempre vem,
Pois jámais será esquecida.

À tristeza que sinto, ao vê-la,
Alio uma revolta sem conta.
Como foi possível esquecê-la
Deixando passar a afronta?

Com veemência vos acuso:
A vós, indiferentes do mal alheio!
Agentes, Justiça, Poder obtuso,
A todos e a outros de permeio!

Um só substantivo, é pouco
Para exprimir o que sinto:
Nojo, asco, vómito! Até ficar rouco,
É o que gritarei e não minto.

Fora eu, senhor do Destino
E, daria, parte da minha vida
Se pudesse devolver, o "seu menino"
Àquela infeliz mulher, tão sofrida!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

AGORA É ASSIM

Moderado, o fogo da paixão
Do que fomos, agora é assim...
Apenas somos, como somos
Mas ficou-nos a recordação.
E, nosso amor, não terá fim!
O afirmo, sem maus assomos.

JUSTIÇA DE GOLA BRANCA

O título, é no mínimo, assustador:
"Procuradora, com álcool, perdoada".
Se analisados, os pormenores, horror!
A Justiça em Portugal, está enlameada.

Com 3,08, confirmados, de bebedeira
E, pasme-se, a circular em contramão,
A Excelência, encontrou maneira
De não ficar sem Carta de Condução.

Mais! Mandada em paz por colega
Para que no conforto, curtisse, a dita.
Depois, logo se verá da Justiça cega
Que como sabemos, é pouco expedita.

A taxa, de crime para alguns
Nunca para essa figura nacional.
Ouvidos, por aí, certos zunzuns...
Não ter competência, a Polícia Municipal.

A mesma corporação que em flagrante
Deteve a citada "amiga da pinga"!
Mas que situação esta, tão aberrante.
Isto é um país ou simples restinga?

Aguardamos, próximo desfecho final.
Já prevemos, quais os seus efeitos:
O cumpridor, e Agente Municipal
Terá de repensar, o que sabe de Direitos.

Outro caso, de efeito contrário:
Um pobre condutor, "hipomóvel",
Seguia na carroça; hábito diário.
Com "pinga"! Multa e, dá cá o "automóvel"!...

domingo, 22 de maio de 2011

O "CIRCO" JÁ CHEGOU

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2011

Mais do que um grito estridente
Que pudesse demonstrar meu desagrado,
Maior que a ferida de doente,
Na dor de corpo mal tratado;

Aquilo que de mim brota,
Misto de repúdio e de nojo,
A aumentar e, não se esgota
É como pisar, um fétido tojo.

Aí está, a "abertura da caça"!
A caça ao voto eleitoral.
Em cada caravana que passa,
O repetido "folclore" nacional.

Na igualdade de provocatória agonia,
Em qualquer das posições definidas;
Pela Direita, Centro, Esquerda, se avalia
Nada mudou; as mazelas são mantidas.

De todos, repassa o que dá vómito!
Almas que de bom muito prometem
Mas no futuro, me deixam atónito,
Tantos os desenganos que cometem.

E, o que mais ouvimos? Me dizei!
Além do mal-dizer, único recurso,
De si, daquele e do outro, nada sei,
Mas nós fazemos, "papel de urso"!

RISO AMARELO

Apoiam por uma refeição.
Imigrantes que não falam português
Seguem, um líder, com bandeira na mão
Na certeza, de bom almoço, burguês.

Paquistaneses, indianos, outros tais
Fazem turismo à nossa conta,
Pois são nossos, os "cabedais"
Que sustentam, a idéia tonta.

Partiu de cérebro "iluminado"
À antiga moda, "salazarenta"
Quando se deslocava, o "Zé-tapado"
Para dar colorido, à cor cinzenta.

Por este tom, de rosa desbotado
Cresce a indignação, justificada.
Não se aceita, de bom grado
Ver a sensatez, tão enxovalhada.

A GÉNESE

A minha escala no Mundo
Reveladora de ínfima pequenez,
Faz-me pensar, no mistério profundo
De quem somos e "quem nos fez"?...

Como, quando e quem?
Darwin, deu as respostas;
Sábias de estudo; mas do Além,
Outras causas há, por supostas.

As teorias, têm sentido primário:
Algo minúsculo; célula molecular,
Veio à Terra, no percurso milenário
Para, em evolução se transformar.

Nasceu o Homem pela mutação;
Desde o "bicho", à forma humana,
Milhões de anos, na transição
Que de algo poderoso, emana.

Daí, nasce a minha pequenez.
Tive pai e mãe; fui fecundado.
Mas da génese, os porquês
Continuam, mistério ocultado.

OS PARASITAS DA MUDANÇA

Com as medidas impostas
Se acabará com este país!
Fragmentado, partido em postas,
Do que foi, resta a raíz.

Não aumenta a natalidade;
Hoje, ter filhos é aventura;
Sem recorrer à Caridade,
Sustentá-los? Uma loucura!

Há porém quem se aproveite;
Sabemos quais; muitos são.
Começam por pedir o leite;
Segue-se o resto, a partir do pão.

Não contribuem com trabalho;
Quem trabalha, os sustentará.
Isto vejo eu que pouco valho.
Mas ninguém mais o verá?

Neste "passo", assim galopante,
A mudança virá, futura.
Depois do Portugal distante,
Quem sabe? Uma raça mais escura?...

JUSTIÇA DUVIDOSA

Não fora o assunto sério
E arisota teria coro afinado
Para castigar o despaupério
Que traz o país, injustiçado.

A malfadada ação da Justiça,
Deixa "nódoa em qualquer pano";
Na prática, se "enche chouriça";
Do avaliar, só nasce dano.

Condena aqui, neste Juízo,
Recorre além, p'ra outro acima;
Parece não existir, o siso
Ou o Manual, pouco ensina.

E, passam meses, infindáveis;
Condenado hoje, solto no após!
Haja advogados; "cabedais" palpáveis
E os Juízes, serão meros "totós".

Até dá raiva! É indecente!
Não há dinheiro? Alguém o admita!
Mas evitem, palhaçada permanente
De absolver, quem no crime milita.

Porque as prísões são escassas
Para albergar o indesejável!?...
Mas aos tais, de outras raças
De devolvam às origens! Boa viagem!...

sábado, 21 de maio de 2011

RAUL TAVEIRA

UM EXEMPLO DE VIDA

Pessoas, consideradas comuns
Nesta Terra em que vivemos
Provam, ainda haver alguns
Serem mais, no seio dos menos.

RAUL TAVEIRA, um Amigo!
Da Arte acumulada, no seu saber
Recebeu da Vida, duro castigo
Amparando, entes seus, no sofrer.

Esposa amada de uma vida;
Filha que esse amor gerou;

A ambas se deu, sem contrapartida
"Segurando", a doença que as levou.

Da Arte se privou por incompatível
Quando os louros já o premiavam
Acompanhando, sem bom fim credível
Todos os sofrimentos que se arrastavam...

O fim chegou, por inevitável!
Chorou a esposa; a missão, continuou...
A filha, ainda jovem; doença incurável
Por sofridos danos também se finou...

Recordo este Homem; Franzina estatura
De tudo abdicou, honrando a Família
E, sempre se manteve à altura
Dos que pelo feito, merecem homília

Agora, o lado bom de uma má estória;
Por verdades assim, se diz, "Deus existe"!
O velho Amigo, compensado em glória
Ganhou novo amor; Alguém lhe assiste!

Tentará recuperar o tanto perdido;
Irá viver todos os minutos do dia;
Saiba preservar o Bem, ora obtido
E, a vida de ambos, uma bela profecia!...

"Amigo, onde agora estiveres,
Agradece a Deus, o amor de 3 mulheres"


Por motivos para nós óbvios, dedico este
singelo poema, a meu filho, o Paulo.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

IGUALDADE

Lampedusa - Farol de vida nova!
A frase, tem algo de mágica; Irreal...
Mas não passa de horror, à prova
Deste Mundo cruel, tão desigual.

Refugiados, em busca da Europa
Fugindo, a atrocidades incontáveis
Hoje que tanto o Bem se evoca
A miséria atinge, os mais frágeis...

Querem e buscam um só lugar
Onde possam viver a sua vida.
A ela têm direito e querem ficar
Ali ! Se lhes permita ser vivida.

Enquanto isso, os "Donos do Mundo"
 "Dormem" profundamente, alheios...
Acordem! Todos! Criem um Fundo...
Curem, os males e os anseios!

Substituam, essa tal Globalidade
Repartindo por todos, os bens da Terra
Criando, isso sim, a Igualdade
Que a palavra de Cristo, encerra!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ROTINA

Estou cansado das rotinas!
Ouvir políticos trapaceiros;
Casos que envolvem "meninas";
Falcatruas, ligadas a sucateiros.

Entrevistas a rapazes da bola;
Programas pífios nas Televisões;
Crimes vários, de mata-esfola;
Jornais que publicam violações...

Desfiles mistos de troca-o-passo;
Tarólogas, polítólogos e outros...

Pagamentos, a qualquer madraço
E especialistas, em tudo muy doutos.

Grafiteiros sem arte e sem jeito;
"Piercings" nos lugares "privados";
Tatuagens, com gajas no peito
E mendigos, ladrões ou drogados!

De ouvir, "pontapés na gramática"
Frases de horror, sem sentido;
Locutores de voz enfática,
Esganiçadas, a ferir o ouvido-

Repetições, tão repetidas
Que por decoro e decência
Deveriam ser banidas
A bem da nossa paciência

Como a do "grande beijinho"
Que se emprega, a par e passo.
Dizem ser forma de carinho
Contrariado, a desfaço.

Ou a famigerada "matéria"
Tão usada pelos políticos
Nos seus discursos de miséria
Que em português, são paralíticos.

Verdade! Começo a ficar farto
E, já o disse a filho e filha:
-"Para deixar este mau fardo
Qualquer dia vou p'rá ilha!...

VILA VELHA DE RÓDÃO

Vila Velha, tens passado.
Renovada, no presente,
Como algo que desejado,
Alegras, a tua gente.

Da senhora d'Alagada,
Recebes benção divina.
Vila pobre, bem honrada
Que bons costumes ensina.

À serra alta te encostas
Tendo o Tejo a teus pés;
Orgulhosa, do que mostras,
Apesar de "velha" que és.

Por isso te quero tanto
Mesmo não sendo minha.
Mas cobres, com o teu manto,
"O meu lugar" de Sarnadinha!

RETROROUBAR

Roubar, com retroescavadora
Processo simples e original
É prática, bem provocadora
Só possível, aqui em Portugal.

Pela repetição do crime
Se grita pela Guarda
Mas não é preso quem oprime
Aumenta o roubo, à descarada.

Me permitam uma questão
Sobre a "ferramenta" do labor
Máquina pesada, ali à mão
É só ligar-lhe o motor?

Ora tomem mais cautela
Não as deixem no descampado
Que saiba, não pegam de manivela
E é triste ser roubado

Para um leigo na questão
Sugiro, de modo simplista
As chaves fora de mão
E vigilancia bem à vista

Atacando a horas mortas
Não haverá simples alarme
Que ao furto feche as portas
E a ladroagem desarme?

Um aviso aos empreiteiros
Donos das retroescavadoras
Há que proteger os dinheiros
Das vossas máquinas "sacadoras"

Sois, moralmente, coniventes
Pelos ataques ao erário
Guardem-nas, com unhas e dentes
Num conceito bem primário.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O GASTO NAS ELEIÇÕES

Neste "País de Tanga"
Quando se moderam cifrões
Como se atrevem, tirar da manga
Tanto dinheiro p´ra eleições?

Esta gente estará senil?
Gastar assim, "à brutaforra"?
A porca a esticar o pernil
E, não há quem a socorra?

No somatório dos gastos
Podem dispor de 6 milhões!...
Vamos pois, continuar de rastos
Mas ouvindo, os aldrabões?

Para tal, existem as verbas
Disponíveis pelos erários!
Nós, os servos e as servas
Os ouviremos, quais "otários"?

Mandem-nos todos "à fava"
"Enquanto não grela a ervilha"!
Se é tão falsa, a palavra
A Obra, também não brilha.

É fartura deitada à rua;
Bem melhor, se prometida,
À minha, à daquele e à tua,
Por falar, da nossa vida!

PORTUGAL - UM PAÍS MODERNO

Vivemos em plena Modernidade:
O Presidente, debita no Facebook;
Já o Primeiro, na sua Verdade
Nada diz que nos eduque!

Antes, muito pelo contrário
Refere a nossa Economia,
Sem medo do arbitrário,
Como Moderna, de muita valia!

E, também, a mais avançada!
É tão generoso, o tal rapaz...
Mas a teoria está errada!
A menos que se avance...para trás!...

O SILÊNCIO DO PRESIDENTE

Excelentíssimo Snr. Presidente!
Respeitosamente, um Cidadão
Lhe pergunta, inocentemente:
-"Como deixa criar esta situação"?

Sendo o senhor, um Mestre
Na área das Economias
Não teve "remédio" prá "peste"
Que deixou as bolsas vazias?

Assim, o respeitoso reparo
Deste humilde Contribuinte:
-"Se não cria eficaz anteparo,
Aí virá, nova classe, a de Pedinte!

À Posteriori:

Disse da sua razão:
Não pretender causar ruído.
Pois! Mas já se ouve o trovão!...
Ou não o terá ouvido?

OS MEUS CINCO SENTIDOS

Vi as estrelas, olhando o Céu;
Às flores, aspirei perfume;
Solto o cabelo, cabeça ao léu,
Recebi do vento, suave queixume;

Ouvi as ondas no marulhar,
Sentindo que Deus estava comigo,
Naquele momento, naquele lugar,
Muito meu em todo o sentido.

Acariciei a pedra dura,
Enquanto um fruto degustava;
E, constarei, suprema ventura!
Dos Cinco Sentidos, nenhum me faltava!

A CORJA

Assessor por outro assessorado,
Secretárias aos molhos para todos
Adjuntos, dos Secretários d'Estado!...
Para eles, dinheiro a rodos.

Não falando dos mais ilustres
Ministros, das várias Pastas
Que são apenas, embustes
P'las suas atitudes nefastas

A sustenter esta corja
O pobre do Zé-Pagador
Malha ferro frio, na forja
Com má paga, ao seu suor

Eu próprio, no fim de vida
Sinto a maléfica situação.
Julgando, ter pausa merecida
Da boca, me tiram o pão!...

CADA UM É COMO CADA QUAL

Há quem goste de Telenovelas
Ou de Bilhar às Três Tabelas;

Futebol, para muitos é doença;
Outros vão às touradas pela "crença";

"Bisca Lambida" num jardim, é
Jogada por gente, assim-assim...;

Também ouvi uns"lamirés"
Dos frequentadores de Cafés;

Muitos então, não fazem nada!
Ficam-se, por aí, na Esplanada!

Há gente, p'ra isto e p'ráquilo,
Uns à dose, outros ao quilo.

Mas verdade, verdadinha,
Por mim, fico-me na minha:

Sem ter vícios controversos,
Vou compondo, os meus versos.

SOMBRAS...

Longa vai a minha vida
Porque Deus assim quer;
Tem sido feliz, pouco sofrida
Ao lado da mesma mulher.

Para tanto, muito lutei;
Sacrifícios compensados
À face dos códigos da Lei;
Meus propósitos, alcançados.

Construí risonho "canto"
Justo e merecido, o considero
Talvez não esperando tanto,
Cioso, o guardo e venero.

Hoje, o risco me rodeia.
O silêncio é perturbado
Sinto, o uívo d'alcateia
Querendo, o que me é dado

Sinal dos tempos? Globalidade?
Não só mas muito também!
Da inapta habilidade
Dos que não valem "vintém"

Do "meu", obtido no labor
Querem parte para "tapar"
O que esbanjaram sem púdor.
Não chegou! Agora, vêm "sacar"

É a palavra mais justa
Para definir tão feio gesto
Aos ricos, a medida não custa
Do muito, têm muito resto!...

Desde agora, ganhei medo
Que tais atitudes nefastas
Continuem, neste folguêdo
A criar, Governos "rascas".

CORRIDA AO OURO

Vão-se os anéis
Fiquem os dedos!
Em terra de Marias e Manéis
Deixem-se lá de folguêdos!

Temos fortuna considerável
No ouro armazenado,
Quando tudo era fiável
E o pessoal muito poupado.

Fará sentido, a alguém
Pagar juros de estarrecer
A este, áquele ou outrém
Que só nos querem "abater"?

Mandem-nos todos às urtigas!
Paguêmos com o nosso metal;
E, voltêmos a ser "formigas"
Para reerguer, Portugal

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A ESTÁTUA DA JUSTIÇA

Era figura de mulher portuguesa
Assente em pedestal, bem posta
Causa-me hoje, infinita tristeza
Vendo-a, vergada triste e imposta.

Continua a chamar-se, Justiça
Como se nisso alguém tenha fé
De original, passou a mestiça
Por tantos maus tratos, da ralé

Na mão destra, segura a espada
Já gasta, sem préstimo, sem fio
E, tendo sido tão maltratada
Revela, nas vestes, cheiro a bafio

Na canhota, eleva a balança
Ferrugenta com o fiel avariado
Por tanto ter perdoado, à finança
Um prato, pende sempre pró mesmo lado

A venda, negra da imparcialidade
Rasgada, já antevê os desfechos
Sempre iguais, numa desigualdade
Que ninguém, mete nos eixos

Esta pobre e triste figura
Patente à porta dos tribunais
Espera d'alguém uma cura
Que nos torne a todos, iguais

E... fora com o "simplex"!
Antes, o "Dura Lex Sed Lex!...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

DEFINIÇÕES - I.M.I.

IMPOSTO - MAIS - INJUSTO

Os impostos, são devidos
Para sustentar o Estado.
Uns, porém, mal compreendidos
Suscitam, natural desagrado.

Com esforço e muitos sacrifícios
Construí o desejado "ninho"
Renunciando a outros benefícios
Para atingir, sonho comezinho

Quem poderá comparar
Os juros cobrados aos pobres
Que "ontem" tivémos de pagar?
Hoje, a percentagem, é de "cobres"

Mas, cumpridas as obrigações
Me alberguei, em casa minha
Superando as contradições
Duma Constituição, mesquinha

E, aqui "bate o ponto":
Se é meu o que paguei
Sem ajudas nem desconto
Porque criaram, a nefasta Lei?

A tal, formatada em imposto
De nome simples: IMI
A causa do meu desgosto
E de muitos, por aí...

É como pagar a renda
De casa nossa, por direito!
Quem criou esta senda
Não tinha juízo perfeito!

Porque resolvi um problema:
"Ao Estado compete alojar"

Seria mais justo, o sistema,
De terem de me pagar!

E, ainda mais aferi
Será que alguém desconhece?
Por aquilo que ouvi
Nem se "abate", no IRS!

JORNALISTAS E QUEJANDOS

Sois, quais aves agoirentas
Que nos causam pesadelos
Nas insinuações, algo agoirentas
Das vossas notícias, em novelos

Não sabem destrinçar a verdade
Procuram tão sómente, o sucesso
Tudo vale no vosso alarde
Do real, dão-nos o inverso

Falo de Jornalistas e quejandos
Ressalvo os puros; Haverá?
Sei apenas, dos desmandos
Que a vossa mensagem, nos dá

Será o mêdo? Perder emprego?
Qualquer que seja a razão,
P.F., deixem-nos em sossego
Evitem, de mim, o palavrão!

A TROIKA

São 34 páginas, a saber
Da nossa desgraçada vida
Num futuro, o que fazer
E, o não foi, na justa medida

"O Governo fez um bom acordo"
Se a "lata" pagasse imposto
Ou abrisse a caça ao tordo,
Vª.Exª., seria deposto.

INCOMPETÊNCIA

Prova provada de incompetência
Para todos: os idos e os actuais
Foi dada, nesta emergência
Gerida em Troika, nos Portugais

Seria assim tão complicado
Terem feito o que se exige?
Ou vivemos em tal pecado
Que ao normal não se cinge?

E, aqui, entra o meu berro:
Fora com políticos incompetentes!
Venha alguém, com "mão de ferro"
Que nos cure! Estamos doentes!...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

QUADRAS RIMADAS - I I I

A grandeza do Homem
Não se mede em altura
As medidas se tomem
Á moral da sua estatura.

"Desta água´não beberei"
Nem que a sede atormente
Pela Verdade agirei
Condenando, a quem mente

Em termos de actualidade
Os mentirosos ganham fama
Lá vão tempos em que à Verdade
Não se tributava derrama

O "Grande Circo" volta à Praça
Nas Eleições Legislativas
Palhaços, cheios de (des) graça
Farão as gentes divertidas

Será que existe "pachorra"
P'ra ouvir tanta promessa
Vomitada, à "bruta-forra"
Em comícios feitos à pressa?

Matem de vez as eleições
Estamos fartos e feridos (ou f*)
Promovam antes leilões
E vendam todos os Partidos

Já começou a "dança"
Da Campanha Eleitoral
Nas promessas, a abastança;
Na prática, tudo está mal

Na Esquerda, Direita e Centro
Se centram as atenções
Haveria muito mais tento
Mudando, estas situações

Acima, abaixo e ao meio
Era muito mais correto
Malhar em todos, sem receio
Procurando, mudar o aspecto

Reconheço ser bem azêdo
No rabiscar destas Quadras
Mas como ficar mudo e quêdo
Se não encontro boas palavras?

ABAIXO DA LINHA D'ÁGUA - I I

Se um submarino, custa uma fortuna;
Dois submarinos, custam muito mais!...

Chegou, o irmão aquático
Do nosso anterior submarino;
Sem alarido, de modo enfático
Para evitar clamores ou desatino

Feitas as contas, temos então...
Mil milhões, debaixo d'água!
O "Tridente" mais o "Arpão"
A dupla, da nossa mágua!

Satisfeita, a lusa marinhagem
Desde Almirantes a Grumetes.
Veremos, no futuro, a vantagem:
"Dás jeito ou só prometes"?

Indago, aos "nossos meninos":
A quantos barcos, de frota pesqueira
Equivalem, os sofisticados submarinos?
Respondam! Com jeito e à maneira.

30 Abril, 2011

NAVEGANDO NA UTOPIA

Se é extenso, o espaço marítimo
Que temos à nossa responsabilidade
Seria talvez muito legítimo
Pedir ajuda À Europeia Comunidade

Pois o submarino "Tridente"
Que custou uma "pipa se massa"
Deixa mais pobre, nossa gente
Cuja poupança, é bem escassa

E, sem esquecer, o senão
Do irmão gémeo que virá
(De seu nome, o "Arpão")
A despesa, só (?) duplicará!

Assim para defender os mares
Eles serão de todos afinal
Venha a ajuda dos pares
Que se aliam, a Portugal

Um submarino, incomoda a gente
Dois, maior incómodo serão
Porque é já ponto assente
A vinda do tal "Arpão#

No mar imenso da nossa desgraça
Um submergível abana as contas?
Por Deus! Digam-me o que se passa
Nessas vossas cabeças, tão tontas!...

Outubro, 2010

ABAIXO DA LINHA D'ÁGUA

Nos gloriosos anos de quinhentos
Demandámos a Barra, na aventura
Éramos poucos então mas violentos
Na Alma na Fé e na bravura.

Fomos e voltámos com Fama e Glória
Carregando riquezas, mais conhecimentos
O Rei dos Poetas, narrou a Historia
Que hoje já mora nos esquecimentos

A Capital, rica, de desvairadas gentes
Se dizia de Lisboa, no Mundo d'então
Momentos assim, jazem ausentes
Desde o início da nossa degradação

E, passaram, muitos e muitos anos...

Na actualidade, o monstro entra na Barra
Bestial, enorme, de escura cor cinzenta
Recebido com pompa, quiçá com fanfarra
Mas envolto em polémica quezilenta

O "bicho" tem nome próprio: "Tridente"
Arma infalível, dos mares profundos
É brinquedo, tão desejado por certa gente
Mas sorvedouro, dos nossos parcos fundos

Poderei estar errado, fora da razão
Porém, vaticino longa desgraça
Para já, hipotecando nova geração
Na paga e manutenção, daquela carcassa

Porque um mal nunca vem sozinho
E na rifa, raramente, temos prémio
Despesa a dobrar, já adivinho
Pois o "Tridente", terá um gémeo

Seu irmão se chamará, o "Arpão"

Num retrocesso da História
Murmuro com raiva, entre dentes:
"Antes que me morra a memória
Somos agora, terra de pobres gentes"!

Agosto, 2010