QUADRA DO DIA

Arautos da arte da mentira,

Metam a viola no saco.

Em verdade se refira:

Merecem um bom sopapo!

PENSAMENTOS ELEVADOS

Apesar de detido,
Diz-se, "mais livre do que nunca".
Há frases sem sentido,
Próprias de vulgar espelunca!

FIM DA HIBERNAÇÃO

E a Justiça acordou!
Antes, a quantos criminosos perdoou?
No emaranhado do conluio
que irmanou diferentes Poderes,
quem gozou os bons prazeres,
sendo gente do piorio?

MISTÉRIOS!...

... e de repente,
a Justiça começou a funcionar!
Então, será pertinente,
o que passo a perguntar:
Por onde andou a "Senhora"
ao longo destes anos,
num país em penhora,
alvo de tantos danos?

Porque não, retroactivos
em busca dos tantos bandidos?

QUADRA DO DIA

Titular muito mal
Para vender mais
É esquema de jornal
A enganar os mortais.

IGUALZINHOS!...

Sois todos iguais!

Mentindo, muito falais,

apontando o defeito 

que a outros pertence,

esquecendo que não se vence

sem mostrar ser perfeito!

PRIVILÉGIOS ABUSIVOS

Eu cá, penso assim!...
E, para mim,
qualquer ilustre
que termine actividade,
assuma a identidade
comum, ainda que lhe custe.
Perdidos os privilégios,
será sujeito aos régios
deveres e direitos
que competem ao cidadão,
desta portuguesa Nação.
Não se distingam, como eleitos!

FINALMENTE HÁ JUSTIÇA

Esmerilado o gume
da espada da Justiça,
o fio cortante se assume
como despertar da preguiça
que perdoou criminosos
não levados a julgamento.
Espevitaram-se, juízes ociosos
e o crime tem novo tratamento.
O julgado mais que necessário
para terminar o "reino da impunição".
Na cadeia, burlão ou falsário,
terá o seu lugar para reflexão!
Oxalá se mantenha a espada,
fora da baínha e... bem afiada!
De modo a criar medos e respeito,
A todo e qualquer rufião suspeito!

QUADRA DO DIA

"Temos de mostrar ao Mundo
que Portugal é uma Democracia".
Mas com um cheiro imundo,
Fruto da muita porcaria.

OPINIÃO PESSOAL

Portugal sempre teve
os "seus velhos"!
Alguns, ditos do Restelo,
foram no Passado,
críticos à expansão,
pelas Descobertas.
No Presente,
há o "Velho do Campo Grande"
que não é ignorante
e por tal, menos desculpável
nas atitudes que toma.
Patéticas!
Só aceites pela idade,
não deixa de ser verdade:
O seu passado, passou!
Modere, a linguagem desajeitada.
E, à família desatenta, peço:
Dêem-lhe mimos
que lhe façam esquecer...
...os rabugentos desatinos!

METÁFORA À MINHA HORTA

Vivo com o que tenho,
fruto do meu amanho
em longa vida de trabalho.
Cinquenta anos labutei.
O esforço foi tamanho
e nunca proferi um ralho.

Tratei a minha "horta",
nunca de maneira torta
e com cuidadosa atenção.
Tirei dela o proveito,
sempre bem a direito, 
em escolhida direcção.

Florescia, a minha horta,
até que um láparo atrevido,
vindo de coelheira partidária,
a invadiu sem pedir licença
e comeu, o que me era devido,
dando cabo da minha paciência!

Desde então, passei a detestar coelhos!

ROL DE INDESEJÁVEIS

Quem surgirá a seguir
na lista dos indesejáveis?
Seriam fáceis de descobrir.
Bastaria criar acções fiáveis,
como, "Operação Descoberta".
Mandar parar os condutores
que circulam de forma encoberta,
em carros de potentes motores!
Cruzem dados,
analisem saldos das contas.
Assim, bem confrontados,
descobrirão as afrontas!

QUADRA DO DIA

Breve passagem pelos Açores,
Privou meus habituais leitores.
Por vezes, a Quadra do Dia,
Não se esquece. Fica tardia!

OPINIÕES

Desculpe Senhor Presidente
Se me julgar, impertinente
Mas discordo da sua opinião!
A imagem de Portugal, limpa?
Só quem mesmo nada sinta,
Poderá apoiar tal versão!

SERÁ?

Na escalada ascensional
da degradação nacional
que envolve a causa pública,
fico aterrorizado e penso:
Será que ficará em suspenso,
o próprio Presidente da República?!

ABERRAÇÕES

Cortaram salários e pensões
Porque se vivia em más condições.
Nada se alterou, continuamos mal
Mas a corja dos beneficiados,
Como só ganham trocados (?)
Queriam a vitalícia, como aval!

Tão doutores...
e tão estupores!

DISCORDÂNCIA

Eu li
e interiormente sorri,
na tradução do pensamento:
"Temos uma democracia a funcionar
e um Estado de Direito respeitado"!
Assim "zurrou um iluminado",
com o qual não posso concordar.

ÉPOCA DE SALDOS

Portugal vendido à peça!
Qualquer dia pouco resta
A um País que foi enorme.
Alvo de reles gatunagem,
Passará a simples miragem.
Entretanto, tudo some!

QUADRA DO DIA

A montanha, normalmente
Parideira de muitos ratinhos.
Mas desta vez e finalmente,
Deixaram de ser anjinhos!

E AGORA _

Como vai ser, doutor Costa

se o amigo de que tanto gosta,

manchou assim, o Partido...

A tal filosofia da treta,

deixa uma marca bem preta

e um enorme prurido!

COISAS DA VIDA

A vida tem destes tramas.
Há quem faça, más camas
para nelas se ir deitar!
A prisão de Évora, foi criada
por entidade algo preocupada, 
com o destino ou algum azar.
E foi o próprio a usufruir,
de uma das camas para dormir!...
É o número 44 dos utentes,
e todos serão, "pouco inocentes"!...

ILHÉU POR UNS DIAS - II

S. Nicolau deu-nos bom tempo
para o visitar no seu templo.
Em Sete Cidades ele se mostra.
Maravilhei-me com as lagoas locais.
Nas margens, deliciam-se os mortais.
Sem fugir à regra, tive a resposta.

Direi pois que valeu a pena,
esta viagem de risco a S. Miguel.
Não choveu, a temperatura amena,
pois a Natureza foi-nos fiel!

ILHÉU POR UNS DIAS

Nos píncaros, fui açor
e dei graças ao Senhor
pelas vistas alcançadas.
Desci ás maiores profundezas,
das crateras, cujas belezas,
por todos e por mim, cantadas.
E se o açor consta da bandeira,
é verdade que a vaca leiteira,
como produto da fauna local,
detém a maior riqueza,
que dá ás gentes a certeza,
duma "nata"rica e natural!

Agradeço à "Greenzone",
E ao Eduardo, seu cicerone,
porque me levaram como "mirone"!

REVIVI OS AÇORES

O salgado Oceano Atlântico,
celebrou em cântico,
o nascimento de suas filhas.
Foram nove e todas famosas.
Diferentes, maiores ou airosas,
Nasceram sob a forma de ilhas.

Aqui estou em S. Miguel.
Ponta Delgada, a capital fiel.
Pretendo, se o tempo ajudar,
deslocar-me a Sete Cidades,
ver a maior das suas novidades,
a mais mediática, a visitar.

Mentalmente, agitei a memória:
De quantas reza a História?
Nove! Sei que tantas são:
Terceira, Graciosa, Faial,
Pico, S. Jorge e em final,
Corvo, Flores, Santa Maria, ora não?

Da velha capital, já falei.
E porque domingo, até orei
na vetusta igreja de S. José.
Belíssimo coro, missa participada.
O Senhor Santo Cristo, na sua morada,
foi visita de culto, da maior fé.

Alguns sinais de decadência.
Não chega o necessário à urgência!...
O mal tornou-se generalidade
mas a Fé destes humildes ilhéus,
com preces dirigidas aos céus,
garantem o viver na continuidade!

.

SINTO VERGONHA

Sinto imensa vergonha
das atitudes pecaminosas
que gente tão bisonha,
apresenta em formas novas.
Em pessoas de alto gabarito,
o vulgar acto de corrupção.
É lamentável! De veemente grito!
A nódoa, dos "Senhores da Nação"!

Já bastava o enorme redondel,
das torpes atitudes em praça,
quando com reles pinçel,
um "artista"pinta a desgraça!

Quem o conhecer que o compre!
Há quanto tempo denunciei,
o tanto mal que se lhe aponte, 
e à distância, visionei?!

QUADRA DO DIA

Há que ter muito cuidado
Quando o animal é feroz!
Guardá-lo, bem guardado,
Atrás das grades, longe de nós!

ESCAPADELA

Vou ali mas venho já,
em escapadela aos Açores.
Quem a minha falta notará,
fique sabendo, com seus favores,
não haver descuido meu,
por deixar "as prateleiras vazias",
àquilo que se escreve e prometeu:
"Poesia Todos os Dias"!

Não me culpe bom amigo,
porque sou isento de castigo!

QUADRA DO DIA

Se a nossa língua é tão rica
Porque será que gente séria
Usando o discurso futrica,
Gasta a palavra, "matéria"?

EVASÃO

Fui gozar o sol de outono,
já que no Algarve sou dono
de uma casa, dita "airosa".
Pequena, bem situada,
na mais badalada estrada
que no Carvoeiro é famosa!
Do "Farol"assim chamada.
Sempre muito movimentada,
é um regalo prás vistas.
Basta permanecer no terraço
e olhar o largo espaço,
apinhado de turistas!

REJEIÇÃO

Afinal foi rejeitada
a vergonhosa proposta
de gente mal intencionada
mas amiga do que se gosta.
Pretendiam levar a  termo,
um "maná" para o futuro.
Pensar de político estafermo
que nunca comeu pão duro.

Doze anos de trabalho suado (?),
justificação dos "sem vergonha"
para direito ao "el dourado"
de vitalícia vida risonha.
Se levantaram vozes esquerdinas
e tão alto e bem soaram
que os "finórios"de ideias cretinas...
... viola no saco e se calaram!

Se tal lei fizesse escola,
só com marreta na tola!

QUADRA DO DIA

Para dar alguma vazão,
Hoje a "Quadra do Dia",
Dada a grande produção,
Terá em número, maior valia.

Se Estado somos todos nós
Eu, como tal sou Estado
E ergo bem alto a voz
Para vos deixar recado:

Os"grandes"não querem pagar
O que devem à comunidade?!
Então, tratem de penhorar
Todo o valor dessa sociedade!

Boa vai ela!
Neste momento preciso
Só nos faltava a Legionella
A ralar-nos o juízo!

Uma das invenções modernas
Tem o carimbo, "taxados"!
Faz de nós uns palermas
E todos por si, bem "lixados".

Se nada corre de feição,
Sou como criança mimada
A quem não basta o sermão,
Antes uma boa palmada!

Já tínhamos saias na Defesa
Agora saias na Administração.
É Interna, tenho a certeza.
Quanto à senhora, faço questão.

Está aumentada a galeria
Dos vigaristas deste País.
Não admira a tanta agonia
Do que se ouve, do que se diz.

Até um pastor da Gardunha
Viu logo que "isto dos vistos",
Era mesmo para "meter a unha"
Dos gananciosos, anti-Cristos.

Há frases com bons intuitos
Esta é dos mal aventurados:
"Pagamos porque somos muitos
E já estamos habituados"! (sic)

A esperança imaterial
É algo que não morre.
Quando aparece o mal
Há sempre alguém que socorre.

Vamos! Lá chegaremos.
Parados nada alcançamos.
Mesmo com o mal do menos
Um aplauso merecemos.

Gasta só do que tens.
O que aos outros pertence
Nunca serão teus bens.
Com a honestidade se vence.

QUADRA DO DIA

O aliciar com chamadas
De valor acrescentado,
Não tem fronteiras marcadas.
Todos iscam, com engodo!

COMO EU GOSTARIA...

Gostaria de ser mosca
para ouvir a "malta tosca"
nos seus conceitos ocasionais,
a relatar os casos escabrosos
que envolvem "rapazes" famosos,
em cargos públicos ou estatais.
Não sentirão vergonha na "casa",
quando a falcatrua extravasa
e denuncia, "artes de finórios"
que deitam a mão ao bom dinheiro,
no encher fácil do mealheiro,
em esquemas dourados mas vexatórios?

NA ENGORDA (SEM ABATE)?

É uma raiva surda
que me assalta
ao ver tal gente
"grunhir na furda",
como animais da ribalta
a comerem o que é nosso
em abundância 
de grande engorda.
Curados da tísica magreza
no seu início na horda,
é vê-los agora, luzidios em excesso,
enquanto os servos, na pobreza,
sentem mais distante, o regresso...

Exemplo puro bem flagrante,
o daquele "maioral" europeu, cessante!
Do tanto dinheiro, sentirá fome?
Acaso o mesmo, também se come?

Para reflexão,
a quem faltar o pão!

QUADRA DO DIA

Na desgraça somos maiores
Até figuramos no Guiness
Sempre na lista dos piores
Se mais negação houvesse.

PEQUENOS PRAZERES

Na Praia do Carvoeiro.

Neste terraço da Estrada do Farol
Vejo o nascer e o por do sol.
Lugar de privilégio conseguido
Desde o início da aposentadoria,
É hoje uma alegre mais valia,
À vida que tenho merecido.

Ao cair da noite, tenho a lua.
Na sua órbita para mim se situa
E a acompanho com bom ver.
Venha ela, verdadeira ou mentirosa,
Tenho observação deveras curiosa
Em momentos de simples prazer.

QUADRA DO DIA

A inveja é feio pecado
Mau carácter quem a revela
Não devemos cobiçar o bocado
Que pertence a ele ou a ela.

PROJECTO SOCIAL (FUTURO)

Com pessimismo q.b..

Os pobres, passarão a miseráveis,

curvados ao servilismo dos notáveis.

A classe média, há muito extinta,

dará lugar a servidores do Estado

pagos à miséria por metro quadrado,

pelos donos da "Grande Quinta"!

Cá viverão os turistas endinheirados

com regalias e estatuto de "dourados".

Se cortará o  direito à nascença.

Sendo poucos, mais fácil é controlar!

Também aos velhos para não atrapalhar,

será ditada, a respectiva sentença.

Ficam assim criadas as motivações

para o futuro "Portugal dos Figurões",

a quem um Estado minoritário

servirá em opulência, mesmo reduzido,

como paga de tão bem ter sabido,

corresponder, ao "Mando Comunitário"!

Só me resta a consolação (?)

de não viver essa situação.

Emigra, meu bom neto!

Sê um rapaz esperto.

QUADRA DO DIA

Esquerda, Direita, Centro
Cada conceito uma religião.
Tomai o devido assento:
Não sigam a negação!

AUTO RETRATO

Olhando os céus
dou graças a Deus
por ser como sou.
Sentir-me bem onde estou
na média estatura
de normal criatura.
Liberto de vícios
me dedico a "ofícios"
que a ninguém prejudicam
e a mim dignificam,
na singeleza de um ser,
sempre a aprender,
na corrida do dia a dia.
Encontrei na Poesia
um novo caminho do saber,
o qual espero seguir, até morrer!

Oxalá a mão não me doa
para redigir, diariamente a minha loa!

QUADRA DO DIA

Venha lá quem vier

Haverá sempre uns porquês

Agora é o senhor Juncker

Em imbróglio luxemburguês.

TEMPO DE VINDIMA

"Até ao lavar dos cestos"
que será o final do mandato,
um punhado de canhestros
resolve manchar o retrato
da numerosa família reinante.
Sucedem-se os casos danosos
a manchar o fino pano,
duma "seita de merdosos"
nomeados por engano.
E, pelo "andar da carruagem",
teremos mais casos de vilanagem,
a somar aos tantos mais
que se relatam nos jornais.

Senhores tão bem no seu "ripanço"
qual a necessidade do "gamanço"?

COMO?

Como é que a "cambada"
justifica a miséria dourada
que envolve os reluzentes vistos?
Quantos "comeram" à conta,
insensíveis a provável afronta
dos deslizes imprevistos?

Continuo a perguntar:
Em quem posso confiar?

VERGONHOSO

É o cúmulo da pouca vergonha!
A corrupção segue risonha,
Agora em "esferas mais altas".
Já ninguém se consegue aproveitar.
Conjugam-se os tempos do verbo roubar,
Onde não deveriam existir faltas.

Ao tempo, quis prevenir
que o "gold" se iria denegrir.

QUADRA DO DIA

A Praia de Carvoeiro cresceu
Roubando espaço ao mar.
Essa ideia que agora nasceu,
Veremos se irá resultar.

IDOLOS BALOFOS

Condecorados
com pompa e circunstância,
revelados
depois, de fraca importância
na sua gestão falhada!
Endeusados
como donos do saber
e facturados,
com milhões a valer!
Assentes em pés de barro
Caiem!
Não sou eu, que os agarro!

CAUSAS E EFEITOS

Por causa dela,
a inesperada "Legionella"
Há quem ponha 
as barbas de molho,
a menos que, sem vergonha,
viva entre o restolho!

EFEITOS À VISTA

Uma simples bactéria
a revelar a miséria
que envolve a Saúde Pública?!
Esperem pela pancada!
Com a "Função" desfalcada,
Veremos adoecer a República!

Sem fiscalização.
quem ousa pedir perdão?

PARA ALÉM DO HORIZONTE

Se mais horizontes 

houvera

a todos ultrapassaríamos.

Com tanta riqueza

à espera

e tão pobres ficaríamos!...

QUADRA DO DIA

Muito se fala
Tanto se diz
E ninguém cala
Quem assim quis?

CONCEITOS

Quem abandona por cobardia
Como pode ser agraciado?
Sem coragem nem valentia
Não se condecora soldado.

Medalhas são lata colorida!
O valor de um cidadão,
Prova-se ao longo da vida
Com ideias sem senão!

Esquerda, Direita, Centro.
Cada conceito, uma religião.
Tomai-lhe o devido acento,
Não sigam a negação!

"RECORDAR E VIVER"

Que bom momento
de vida
recuperar uma memória
que julgávamos
perdida?!
Mostra que não mudámos
tanto assim!
E, se é bom recordar,
porque como dizem´
"Recordar é Viver",
recordando, 
te lembrarás de mim!...

QUADRA DO DIA

A vaidade duma mulher
É a desgraça do Homem
Venha a moda que vier
As sua poupanças somem.

DEFINIÇÃO

Poesia,
metáfora de pássaro
multicor.
É raiva e amor
voando em bando
no pensamento,
sem obedecer a mando.
Sentir profundo
e nunca de alma
vazia.
Vive rodeada de magia
e tem
a idade do mundo!

AMOR À TERRA

Amo Sarnadinha
como coisa muito minha!
Pois se nela fui nascido
não posso tê-la esquecido.
É certo que dela abalei
mas também sempre voltei.
Não tanto como desejo.
Mantenho tal ensejo
e queira Deus, assim seja,
na Sua Vontade benfazeja!

SEXTILHA COM FRAGÂNCIA

Quando à ignorância
se junta insustentável ânsia,
nasce, na circunstância,
uma total irrelevância,
própria de ávida ganância!

NO MOMENTO DA PARTIDA

Quando me for embora
quero deixar algo
que não se deite fora.
Que provoque algum efeito,
de simpatia ou, 
porque se namora,
até mesmo, por sentido
despeito.
Não sendo ser perfeito,
é natural,
ter provocado antipatia!

QUADRA DO DIA

Na cabeça de um careca
Nascem ideias malucas.
Por serem levadas da breca
As cobre com perucas.

APANHA DA AZEITONA

Marquei encontro com a "galeguinha"
e lá fui presunçoso a Sarnadinha
para a tarefa, "colher a dita cuja"!
Animado das melhores intenções,
sofri, das piores desilusões!
A Natureza, pregou partida suja.

A malvada mosca e mais a gafa,
uniram-se e não deram safa!
O chão, pejado de fruta caída,
mirrada por calores extemporâneos,
deixou pesarosos os conterrâneos
que têm nas oliveiras, a sua vida!

Pela escassa azeitona que colhi,
ainda hei-de dizer: pouca mas bem a comi!

POESIA D'OUTONO

... ao cair da folha
voa também o verso
que espero alguém recolha
e o leia. Assim peço!
Porque no fustigar do vento,
não havendo mão caridosa,
se ouvira, em lamento,
do poeta, a voz chorosa!

SUCESSO DOS VIGARISTAS

Como suínos na engorda
Toda a vasta horda
Que povoa o Universo,
Mostra como tudo vai mal.
E não só em Portugal.
Todo o mundo é adverso!

CASO INSÓLITO

O espectáculo voltou ao Parlamento.
Já tivemos, "Redondel de Tauromaquia",
Em passado e curioso momento,
Também com Ministro da Economia.

Aos célebres "palitos"do ex-Pinho,
Sucede a "pieguice" do actual Lima
Que em falatório escarninho,
Lançou "farpas"de baixo a cima.

Visado, o edil António Costa,
Acerca do lançamento de taxas.
Pediu desculpas a quem não gosta
De linguagens assim, baixas.

Mais um péssimo exemplo
Do que se passa no nosso Parlamento!

QUADRA DO DIA

Quem de modo gratuíto

Oferece risonho sorriso

Deve ter, frontal ou fortuíto,

Oferta igual, sem prejuízo.

A PROPÓSITO DO IMI

De há tempos, já o referi
como o "Imposto Mais Injusto".
O tão indesejado I.M.I.,
deixa-me deveras com susto.

É, um pagar renda de casa
de morada muito minha,
feita do sacrifício que extravasa,
no pedir, o que não tinha!

Construída, empréstimo pago,
passei a proprietário/inquilino,
desembolsando o calculado,
por um qualquer cretino!

O qual, dizem os demais,
nos anda a meter a mão.
Tal como estúpidos animais
ou, com mascarilha de ladrão?

É o assunto do dia.
Vejamos como acabará a "romaria"!

PAZ

A Paz que o Homem
procura
nem sempre se encontra.
Ela existe, não anda longe.
Está perto, tomai conta!
Mas só a vê quem quiser,
numa oração a Deus,
confiando no semelhante,
ou nos braços de uma mulher.
Também,
no sorriso de criança!...

CONDUÇÃO DESASTROSA

O povo não acredita
e seriamente, medita:
Estradas perigosas? Não!
Perigosos os inconscientes
que matam os inocentes
com desastrada condução!

GRANDES NEGOCIATAS

Aleluia! Somos dos melhores
em fomentar os negócios!
Parabéns, meus senhores,
por não se viciarem nos ócios.
Mas pasmo! Não haverá engano?
A meu ver, desde sempre
em negócios de cigano,
isso sim, tínhamos gente!

ÉPOCA DE SALDOS

Vendem-se, as empresas de bandeira,
Vão-se todos os anéis.
Negócios de roubalheira,
Em terra de pacóvios Manéis!
Para quando os monumentos?
Já agora, porque não?!
Em governos de jumentos,
Quem defende, uma Nação?
País vendido a retalhos
Ou por grosso, em lotes
Obra suja de "bandalhos"
Com tão fracos dotes.
O que restará no futuro?
Escravidão aos compradores!
Comeremos o pão duro,
Dado pelos donos e senhores?!

É o fim da portugalidade,
à face de irracional maldade!

"OS INVASORES"

Estamos a ser "invadidos"
Pelo oceano e pelo ar.
São os russos atrevidos!
Que virão eles buscar?

Boa aguardente bagaceira
Ou, medronho algarvio?
Sem vodka na prateleira,
Como suportarão o frio?

Zarpem já os submarinos
Ancorados no Alfeite.
Corram com esses meninos!
Seu propósito se enjeite.

Custaram uma "pipa de massa",
Há que mandá-los navegar,
Dando rápida e feroz caça,
Aos intrusos de outro mar.

Saiam, o Tridente e o Arpão
(Se houver verba pró combustível),
Cumprir a nobre missão,
Do que parece, impossível.

Igual trato aos "Tupolev"
Invasores de espaço aéreo.
Força Aérea p'ra quer serve
Se não for tomada a sério?!

E assim, bem provaremos
Ser tesos até à morte!
País pequeno, mas mais valemos,
Que esses tais, lá do norte.

É só paródia.
Nem pensar, no fomento da discórdia!

QUADRA DO DIA

Neste verão prolongado
Que ao outono chegou
O que deveria estar molhado
Porque o não foi, ... mirrou!

A UMA SENHORA DE FRATEL

Senhora,
por onde andais?
Não vos vi
entre os demais
que em festas se juntaram.
"Poesia, um dia",
"Festival das Sopas de Peixe"...
É natural que me queixe
dessa ausência,
pois por inerência de cargo,
já foi "madrinha"
de tais encontros e sem embargo.
Nem na "Feira dos Santos"?!
Que somatório de prantos!
Eu, neles todos participei,
como aliás sempre faço.
E lá lhe deixei ficar...
o tal abraço!...

... apesar de atrasado
espero que o receba, com agrado!   


..

FAZENDO BALANÇO

No balanço do Deve/Haver
Cada vez devemos mais,
Apesar do muito receber
Ser sacado, aos ditos que tais.

Nós todos, pobres de Cristo!
Sempre os mesmos espoliados.
Quando nos livramos disto?
De vocês, tão mal-amados?!

O LAVAR DA ROUPA SUJA

Os debates na nossa Assembleia
Não passam de fétida "diarreia".
Cantam de galo em desacato,
Os ilustres senhores senadores.
Mas em verdade, ilustres doutores,
Calados, ficariam melhor, no retrato!

Porque nós, bem os conhecemos
E das vossas habilidades, sabemos.
Todos têm telhados de vidro frágil.
Assim, as culpas sejam repartidas.
As assumam e por todos divididas.
Esqueçam, essa verborreia ágil.

O ZÉ DA MEDALHA

Anda o Socialismo zangado
Porque o seu Zé, não condecorado
Pelo Presidente da República.
É da praxe, simples rotina.
Quem bem , ou mal caminha,
Ter louvor, da causa pública!

QUADRA DO DIA

De "Parabéns" minha amada
Na sua já longa vida
Que comigo é partilhada,
E tem sido, bem conseguida!

A MINHA MULHER

Eugénia, "A Bem Criada"!
No significado de teu nome,
Nasceste para ser amada.
Que tal verdade se tome.

Recebes por vezes o espinho
Que te dou, sem razão,
Esquecido de que carinho
Também alegra um coração.

É pecado que reconheço
E, ao senti-lo na mente,
Por vezes não mereço,
O que dás, simplesmente!

Mas hoje, de parabéns,
Relega maus pensamentos.
Pelos atributos que tens
Ganharás, só bons momentos.

Que eu irei procurar
E todos eles te ofertar!

QUADRA DO DIA

Já que aqui estou
Aproveito sem custo,
O que o povo preparou:
"Tradicional Magusto"!

MISSÂO CUMPRIDA

Cumprida a anual
tradição,
de novo regresso
à interrompida missão:
Dar vida ao verso!

Foram escassos os dias
mas muitas as alegrias
vividas no "meu berço",
o qual nunca esqueço.
Nele me aconcheguei
como ave em seu ninho.
Partilhei recordações antigas,
ouvi, palavras amigas;
Também a plena desilusão,
causada por longo estio
que secou, a "galeguinha".
Por ela, aqui vinha,
na apanha de todos os anos.
Este, tão cheio de danos!

Regresso triste.
Azeitona? Muita viste
Mas sem aproveitamento!
Daí, o meu lamento.

De resto, nada mais que afronte.
Apenas mais velhos, um ano!
Mas a água corre na fonte
E esquecemos todo o dano.

REGRESSO À ALDEIA

Cá estou de novo
e bem contente
junto deste povo,
das minhas gentes,
com as quais reporto,
aos momentos presentes,
por respeito ao passado
dos nossos (tantos)
ausentes.
Celebração dos "Fiéis Defuntos".
Quantos, os que partiram
e se reduziram ao pó 
que também seremos?!

Por todos, enquanto vivos,
oremos!