segunda-feira, 21 de novembro de 2011

DISPARATES SEM OFENSA

Estas quadras destrambelhadas
São um pequeno reflexo
Daquelas almas penadas
Que nos ralam o complexo.

Uma estrela sómente
Não ilumina o firmamento
Também a pessoa ausente
É p'ra nós um sofrimento.

Sem conta, peso e medida
Esta gente dos governos
Dá cabo da nossa vida
E, não estão, com meios termos.

A bota e a perdigota
Não se ligam a contento
Se me aperta a bota
Calculem o meu sofrimento.

Quem canta seu mal espanta
E quem se cala consente
Na manhã, o galo canta
Cacareja, a galinha contente.

Água pura, meio sustento
Para os fracos de carteira
Coitados dos sem rendimento
Dependentes, da torneira.

A montanha pariu um rato
Coisa mais disparatada
Mulher de fino trato
Nada diz, fica calada.

Lá vai uma, lá vão duas
Três rolinhas a voar
Deixem-se de falcatruas
Vamos pô-las, a assar.

Não entres por porta estreita
Que te podes entalar
E cuidado com o endireita
A perna te pode quebrar.

A chuva dos molha tolos
É enganadora a valer
Previnam-se dos desconsolos
Sempre que esteja a chover.

O muito caminhar faz mal
A quem anda descalço
Terra batida e barrocal
Provocam dor, no precalço.

Quem deu nome ao guarda chuva
Não era bom do miolo
Já o vinho que sai da uva
Faz-nos felizes, dá-nos consolo.

A moda da barba crescida
Voltou, aos nossos tempos
Tudo é assim nesta vida
Ir e vir, conforme os ventos.

Quem muito dorme, pouco vive
Conceito bem peculiar
Há quem da cama se esquive
É bem melhor, vadiar.

Quando ouço a chuva lá fora
E eu aqui, bem abrigado
Um desejo se me aflora:
Agradecer a Deus, o telhado.

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