quarta-feira, 20 de abril de 2016

AQUI NA FOZ

Aqui na Foz,
onde o Cobrão se junta ao Ocreza,
perto de todos vós,
comungo uma grata certeza:
A de que é bom ser Beirão!
E viver assim em terra boa.
Ainda que pobre, único senão,
na vida de qualquer pessoa.
Ao xisto pouco arável,
arrancar o sustento do dia
em esforço tão louvável,
a confirmar o quanto valia.
Era pouco,  mas bastava
naqueles tempos do passado.
A gente da terra aqui se quedava
sem grande sonho sonhado.
Viver apenas o cada dia,
pedindo as graças do Senhor
e com toda a fé se pedia,
andar bem longe o Doutor!...
Era o temor da doença,
pesadelo maior das pobres gentes
que guardavam a pequena tença
para acudir a males urgentes.
Ainda restam sinais à vista
da procura do bom tesouro.
É nas conheiras que se regista,
o garimpo na procura do ouro.
Tenho essa grata recordação,
de assistir a prática tão antiga,
ali no Ocreza, aqui na Foz do Cobrão,
nesta aldeia de gente amiga!
Por aqui brinquei em criança,
já homem sempre a procurei,
esta Foz onde desagua a esperança
e se vive, pacificamente com lei.
Ao passado das dificuldades,
até no tortuoso acesso,
há hoje boas novidades,
vindas de notório progresso.
É a saída do anonimato.
Agora, aqui ocorrem os visitantes.
Fez-se da Foz, um belo retrato
e já nada é como era dantes.
Tão bom que assim seja!...
Dar a conhecer a nossa Beira,
e que do seu todo, tudo se veja,
mesmo de singela maneira!

Como esta, a que fiz
e pela qual me sinto feliz!

Mundial da Poesia - 2016

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