Com o título em epígrafe, divulguei ao tempo,
a figura de um digno muçulmano.
Hoje, recordando os trágicos acontecimentos
ocorridos em Paris, permito-me repetir a peça,
com título que julgo mais apropriado:
NEM TODOS SÃO IGUAIS
"Homem Grande" da tabanca,
De pele negra e alma branca,
Te visiono em distante imagem
Que de ti me ficou: Soberba!
Guia espiritual junto ao Geba.
Perto, o meu quartel na margem.
Jabadá, o lugar onde nos cruzámos
Nas posições que ambos respeitámos.
Ao teu povo, ajudei no que podia.
Recordo as nossas falas pela tarde,
À religião a que fazias alarde,
Procurando eu entender a sua valia.
Convictos ambos, não ateus,
Cada um orando ao seu Deus,
Te considerei pela enorme devoção.
O passar das contas do rosário,
Todo o dia, porque necessário,
E como recitavas o Corão.
No teu "corá" de cabaça feito,
Melodias plenas de graça e jeito,
As entoavas aos "teus meninos",
Apóstolos da tua religião,
No após aprenderem a lição
Que ministravas nos ensinos.
Guardo de ti, recordação palpável:
A tábua de Corão. Gesto amável
De um muçulmano para cristão.
Caracteres de elevados pensamentos,
A selar os nossos bons momentos.
De tal, recordo, fizeste questão!
És recordado!
Continuarás por lá,
no "Chão Balanta de Jabadá"?
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