domingo, 19 de setembro de 2021

QUADRAS SOLTAS

Irei à terra por uns dias,

voltarei quando puder.

Teremos novas poesias,

logo que nos aprouver.

TRISTE REALIDADE

Permanecendo na aldeia

sinto sempre, a alma cheia.

Porém, a tristeza mora aqui,

dos governantes, alheada.

Vejo tão pouco, quase nada

e tanto, o que por cá vivi!...


Mínguas da minha geração.

Dos novos, poucos serão.

Ruas desertas, vazias ...

Tantas hortas ao abandono 

e tudo o que não tem dono

só traz péssimas profecias.


Fruta que cai de madura,

por vezes com tal fartura

e sem préstimo desejável.

Nesta terra desprezada,

a Natureza, de mão beijada,

tudo dará, de modo amável.


Governantes bem governados,

mantêm-se alheados

desta triste realidade.

Em todo o se egoísmo

com palavras de cínismo,

gozam, o prazer da cidade.


Por todos nós, pouco fazem.

Desviam sempre,  a passagem.                                                                                                                                                                                                                                                                                           


sábado, 18 de setembro de 2021

"POESIA, UM DIA"

Era sempre em Setembro,

ainda hoje me lembro

dos versos que então fazia.

Cheguei a julgar-me útil

mas passei à classe fútil,

nessa, "Poesia, um Dia".


Era assim, o que então dizia:


REGRESSO

Voltei,

a "Sentir o Rio e a Viver a Terra".

Rio que é o Tejo,

a terra é, toda a Beira.

SENTIR O RIO

é estar no seu leito,

aspirando o cheiro

da água doce,

temperada de hortelã brava

e poejo.

Ouvir os pequenos seres

que nele habitam.

Rãs verdes de esperança,

levadas de mansinho

pela corrente...

Ver o sol

a refletir raios

que ao cair da tarde

são sangue,

a tingir de vermelho

a água "ludra".

E, lá no fundo

em cenário majestoso,

as "Portas"

sempre abertas,

com chave de milhões de anos.

VIVER A TERRA

é sentir o quanto custa

tirar dela o sustento.

Porque pobre,

pouco alimenta,

não fora o suor do cansaço,

labor compensatório.

Pois, carente pode ser

mas não avessa no oferecer.

É o azeite, feito oiro,

o pinho, eucalipto, a floresta!

As cabradas em rebanho,

 as serras e os vales,

granito e xistos,

a água abundante,

e pura!

Também dos odores

que emanam

das flores, tojos e rosmaninhos...

E o frio gélido do Inverno

mais o calor tórrido do Verão...


Viver a Terra

é viver nesta que é tão bela!

E ela não passa sem o seu rio.

O rio, não passa sem ela!