Era sempre em Setembro,
ainda hoje me lembro
dos versos que então fazia.
Cheguei a julgar-me útil
mas passei à classe fútil,
nessa, "Poesia, um Dia".
Era assim, o que então dizia:
REGRESSO
Voltei,
a "Sentir o Rio e a Viver a Terra".
Rio que é o Tejo,
a terra é, toda a Beira.
SENTIR O RIO
é estar no seu leito,
aspirando o cheiro
da água doce,
temperada de hortelã brava
e poejo.
Ouvir os pequenos seres
que nele habitam.
Rãs verdes de esperança,
levadas de mansinho
pela corrente...
Ver o sol
a refletir raios
que ao cair da tarde
são sangue,
a tingir de vermelho
a água "ludra".
E, lá no fundo
em cenário majestoso,
as "Portas"
sempre abertas,
com chave de milhões de anos.
VIVER A TERRA
é sentir o quanto custa
tirar dela o sustento.
Porque pobre,
pouco alimenta,
não fora o suor do cansaço,
labor compensatório.
Pois, carente pode ser
mas não avessa no oferecer.
É o azeite, feito oiro,
o pinho, eucalipto, a floresta!
As cabradas em rebanho,
as serras e os vales,
granito e xistos,
a água abundante,
e pura!
Também dos odores
que emanam
das flores, tojos e rosmaninhos...
E o frio gélido do Inverno
mais o calor tórrido do Verão...
Viver a Terra
é viver nesta que é tão bela!
E ela não passa sem o seu rio.
O rio, não passa sem ela!
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