sábado, 18 de setembro de 2021

"POESIA, UM DIA"

Era sempre em Setembro,

ainda hoje me lembro

dos versos que então fazia.

Cheguei a julgar-me útil

mas passei à classe fútil,

nessa, "Poesia, um Dia".


Era assim, o que então dizia:


REGRESSO

Voltei,

a "Sentir o Rio e a Viver a Terra".

Rio que é o Tejo,

a terra é, toda a Beira.

SENTIR O RIO

é estar no seu leito,

aspirando o cheiro

da água doce,

temperada de hortelã brava

e poejo.

Ouvir os pequenos seres

que nele habitam.

Rãs verdes de esperança,

levadas de mansinho

pela corrente...

Ver o sol

a refletir raios

que ao cair da tarde

são sangue,

a tingir de vermelho

a água "ludra".

E, lá no fundo

em cenário majestoso,

as "Portas"

sempre abertas,

com chave de milhões de anos.

VIVER A TERRA

é sentir o quanto custa

tirar dela o sustento.

Porque pobre,

pouco alimenta,

não fora o suor do cansaço,

labor compensatório.

Pois, carente pode ser

mas não avessa no oferecer.

É o azeite, feito oiro,

o pinho, eucalipto, a floresta!

As cabradas em rebanho,

 as serras e os vales,

granito e xistos,

a água abundante,

e pura!

Também dos odores

que emanam

das flores, tojos e rosmaninhos...

E o frio gélido do Inverno

mais o calor tórrido do Verão...


Viver a Terra

é viver nesta que é tão bela!

E ela não passa sem o seu rio.

O rio, não passa sem ela!

 


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