Com longa vida persistente
pouco ou nada me surpreende.
Mas muito há que me desgosta.
O mau estado do nosso viver
pelo que está a acontecer
e para o qual, não há resposta.
Crises resolvidas em reuniões,
sucessivas, tardias decisões
quando o mal já era, ontem?!
Inqualificáveis perdas
de tempo, com regras lerdas ...
Tantas são e se apontem.
Cenas de cariz infantil
com subtilezas de gesto vil,
como o frasquinho da vacina,
mostrado de modo impante
a toda a hora e instante,
como troféu. Imagina?!
Aparatosos e caricatos,
movimentos e desacatos
entre Forças de Seguranpça.
Desenvoltura de oratória
dos que querem ser História
e ficarem bem na lembrança ...
Somos um país irrisório
por culpa do provisório.
Nada é feito com justeza.
Basta saber da pandemia
e da falta de sabedoria
que a relegue com firmeza.
A Ministra pede ajuda.
Que o nosso povo lhe acuda
e fique em casa, no sossego.
Que casa? Que tranquilidade?
Ao preço da electricidade
quem à casa, terá apego?
Salvo as raras excepções,
as vossas, de boas condições.
Neste Inverno da nossa vida
temos como garantida
um certeza bem verdadeira:
Há quem ande, cá por fora
porque em casa, nessa hora
fará falta, uma braseira!
Meditem
e, se possível, evitem!