segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

ESFRIARAM AS CINZAS

Meu pai saudoso
vim de novo à terra
no pleno gozo
que a saudade encerra.
Não para te ver
como tanto gostaria.
Deixaste de viver,
desde aquele triste dia ...
Mas matar saudades
e dedicar alguma valia
às benéficas realidades
da "Poesia, um dia".
Também e por desgraça
avaliar o que se sofreu.
Quem por cá passa
vê bem, o tanto que ardeu!
Fui ao "Rodízio", teu "santuário",
com  mau pressentimento.
Confirmei o "obituário".
Nem calculas como lamento!
O teu "paraíso", já não existe.
Aquela verdura do local
deu lugar ao negro triste
de um pesaroso funeral.
O "Rodízio" jaz enfermo
calcinado por lume malvado.
Nem sei empregar outro termo,
para o que vi, ali a meu lado.
Pedras negras, calcinadas,
nada restando de pé.
Árvores mortas, deitadas.
Do que havia, já nada é!
Ficámos mais pobres, certo.
Mas outros, pior ficaram.
Sarnadinha é como deserto,
onde tantos se sacrificaram.

Agora só nos resta esperar
Que a Natureza benfazeja
Reponha naquele lugar
Uma réstia, do que se deseja.

O teu "paraíso" de então
não passa de deserto, na vastidão! ...






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