Pela sua atitude irracional,
até deu cabo do Carnaval!
Sou da Beira; ex-militar; India,Moçambique e Guiné. Na velhice o vicio da poesia, e o amor que me une às boas tradições beirãs.
A juntar à pandemia,
agora este pandemónio.
Como pode haver harmonia,
andando à solta, o Demónio?
Ó ambicioso Putin,
a triste mãe que te pariu,
vendo o "seu fruto" ruim,
decerto que não sorriu.
Mas que loucura, rapaz!
Com essa "carinha de anjo"
e logo foste capaz
de te armar em marmanjo?
Qual será o teu futuro?
Nada fácil, presumo.
Por seres assim, tão duro,
serás lixado, num resumo!
E não por estrangeiros
mas sim por teus irmãos.
Os maus gestos, ligeiros,
pagam-se, com boa lição.
Mete a mão na consciência,
confessa ao padre os pecados
e acaba essa ingerência,
deixa os outros, descansados!
De repente, tudo mudou.
Agora, só a guerra conta.
Muita retórica se calou
dando lugar à afronta.
Germinada pelo Putin,
uma cabecinha tonta
a quem desejo, mau fim!
Onde pára a pandemia,
o problema dos migrantes,
o julgamento dos famosos,
a Casa dos "Ranhosos" ?
Tudo deixou de estar na berra.
Os "papagaios" só falam da guerra!
Há surpresas que surpreendem
Vamoa a ver se me entendem.
Como foi, tornar possível
que um nosso ex-ministro,
da Defesa e, mal-visto,
diga, de forma plausível,
o que se passa na Ucrânia,
tendo no crâneo, fraca valia?
Lembram-se? Ele nem sabia
o que era um paiol!...
Agora, a brilhar como o Sol
e com tanta sabedoria ...
Não sei se me ria ...
Já comi muito disso,
ovos mexidos com chouriço.
Nas "secas" televisivas
agora a guerra nas nossas vidas.
Eu não passo bem os dias
mas bem os vejo a passar
sem ter grandes alegrias
e pouco para celebrar.
A um vírus, assassino,
junta-se, reles cretino
a provocar uma guerra.
Este mundo está enfermo
e usando o justo termo.
quantos males ele encerra?
Doido, na sua loucura,
será a tal criatura
que a usa com maldade.
E qual será o seu desejo?
Digam-me, pois não vejo,
o que lhe falta, na verdade.
Falta de juízo, só pode ser,
na sua ânsia de Poder.
Borboletas de várias cores
pousam nas muitas flores
que tenho no meu jardim.
Movimentos da Natureza
na sua plena beleza
e que nunca terão fim.
Dormindo, não vivo.
Mas tento esquecer
de que estou cativo
mesmo sem querer.
Será, um deixa passar,
amanhã, talvez melhor.
Enquanto o mal durar,
caso não seja, pior!
... DO "BIBLIOMÓVEM", É O TAL.
Quando citas um poeta
fazes parte do poema,
escrito na hora certa
de forma subtil e serena
"Poeta sem obra feita"
te classifico e elevo.
Quem da Poesia se aleita,
é pessoa que muito prezo
Água que brota da serra
em dádiva da Natureza
é riqueza da nossa terra
que faz esquecer a pobreza.
Medida inteligente
do Ministro do Ambiente.
Em resumo,
Diminuir o consumo!
Para resolver isto,
é tão fácil ser ministro ...
Armazenar, na abundância
é precaver má circunstância.
Água é uma oferta
que muitas sedes desperta.
A Natureza oferece
e o Homem não agradece.
Tanta água desperdiçada
e o Poder não faz nada?
No prover, só ganhamos
mas apenas desperdiçamos.
Adiamentos no Caso BES
só podem trazer o revés
de alterar a siruação.
Manobras de prescrições,
pensadas por figurões,
podem ser, uma razão.
Entretanto, os arguidos,
vão vivendo, divertidos.
Que raio de Democracia
esta nossa, a que temos,
pois sofre de forte azia
a alguns, de sinal menos?!
Cada Concelho, por si,
analise a situação.
Por aquilo que já vi,
há grande falta d'atenção.
Bicas de água corrente
quantas são conhecidas?
Esse mal ninguém sente?
Quando se tomam medidas?
À pergunta se dê resposta
por quem manda no direito,
pois a questão, assim posta
não dignifica, o efeito.
Pensai, no que é sentir a sede.
Meditai. É o que se pede!
"No bom vagar faz colheres"
e durante a pandemia,
um dos meus afazeres
foi produzir, poesia.
Não será falta de dinheiro
mas sim de inteligência
que a equipa do Primeiro
não resolve com urgência.
De há muito, previsível,
faltar a água em reserva,
o que parece impossível
mas com mal, se observa.
Os combustíveis a subir
semanas sempre seguidas.
Quem acode ás nossas vidas?
Alguém deve estar a sorrir ...
A vergonha mais vergonhosa
desta Pátria Ditosa
foi deixar os seus soldados
ao abandono da má sorte
provocado por sua morte
e em matos, sepultados.
Com passagem só de ida
quem por azar perdeu a vida
nem ao luto teve direito.
Quem assim trata os seus,
não lhes perdoará Deus.
Na História, um mau efeito.
SEDE DA C.G.D.
Sinto alguma satisfação
quando analiso ter razão.
Aquele "Elefante Branco"
que alberga um só Banco
já mereceu o meu "aviso".
Por tanta falta de siso...
Ouvi agora a intenção
de serem da mesma opinião.
O instalar no mesmo
dependências do Governo.
Racionar em bom termo
Ministérios a esmo.
Há quanto tempo, Santo Deus?!
E, reparos, apenas meus?
Sem verbas e na "sorna",
um bem já não retorna.
Pago a quota e pouco uso
por falta de discernimento
e nem ouço, um lamento?
Mas a crítica, não escuso.
Aquele parque em Oeiras ...
tão sem jeito ou maneiras.
O pomposo IASFA,
assim, tão "à rasca"?!
Por vezes, tenho a impressão
de que haverá a intenção
de a tornar inapropriada.
Basta ver, a "palhaçada"
criada à sua volta
e que tanto nos revolta.
A menos que queiram extinguir
e com isso se conseguir
pagar, a dívida vultuosa
que por artes e manhas
no jeito, "vê se amanhas" ...
atinge uma fase dolosa.
A Saúde, em geral,
a pecar por extenso mal
sem ponta por onde se pegue.
A promíscuidade, fede
neste imenso pantanal
que se vive em Portugal.
Até os próprios militares
sofrem imensos "azares".
Cortaram atendimentos
por falta de pagamentos.
Hospital da Luz, onde ia
é agora hipótese, vazia.
E, quantas mais regalias
se perderam em poucos dias?
Respirar o ar da serra,
beber água da fonte,
sentir o cheiro da terra,
havendo melhor, se aponte.
Não sabem, deviam saber,
o que há para se fazer
no caso da falta de água:
Armazenar, a contento
a que corre, ao tempo,
a céu aberto, com mágoa.
Um bom plano nacional
para o País em geral.
A que temos, de bica aberta
é desperdiçada a granel,
desempenho de mau papel
de gente, pouco esperta.
Desperdiçar tão grande bem
sinceramente, não convém.
O meu jardim sol e poesia,
a perfeita trilogia
que me garante a certeza
de vencer com harminia,
a indesejável pandemia
em toda a sua crueza.
Não jogue "beatas" ao chão
mostre que é civilizado,
o acto não tem perdão,
pode sofrer punição.
Andando se faz caminho
mas caminha devagar
se possível, devagarinho
sem ter pressa de chegar.
UMA NÓDOA:
Repetir votos de emigrantes
remete Governo para Abril.
Tudo igual, como d'antes
neste País, tão "baril"!
MAUS JUÍZOS:
Continua a surpreender
um certo juíz da praça
que pelo seu parecer,
por vezes, é uma desgraça.
Para ele não existem
os lesados do tal Banco.
As más decisões persistem
com juízos, tipo, "tamanco"!
Até quando,
durará o seu "mando"?
QUE TROPA É ESTA?
Esta nossa tropa actual
é uma "miséria franciscana".
O que se passa afinal?
Quem a todos, nos engana?
Descontos feitos e pagos
sem haver compensações?
Viver assim, enganados,
não vos merecem perdões.
Agora um Instituto,
a antiga Acção Social,
não produz bom fruto
na Defesa Nacional
E, porquê tal questão
de abusar da nossa tropa?
A Militar Condição,
anda mesmo muito torta.
Farmácias sem medicamentos
por falta de pagamentos,
Acordos antes firmados,
cessam por não pagos ...
E vós "meus Generais",
porque vos calais?!
Por vezes até acontece
Mas o poeta não esquece
A tarefa é para cumprir.
Porém muitos afazeres
Inibam certos prazeres.
Assim, falhamos no porvir.
Sem tempo para mais poesia
Fica só esta, tipo, vadia.
Tanta "página virada"
mas ainda não vimos nada.
Mal tarda, acaba a leitura
do romance apresentado,
cujo epílogo declarado,
só o conhece, a criatura!
Pergunto com humildade:
Serviços Públicos aumentados
em maior quantifdade
porque não foram melhorados?
Incompetência funcional
aos apoios inerentes?
É que estão todos tão mal
nos serviços decorrentes ...
Posso ter o corpo doente
e a alma amargurada
mas é lúcida a minha mente
que se mantém apurada.
E, porque assim acontece,
escrevo versos a granel
mas se a mente os esquece,
bem os guardo em papel.
Elas são muitas e tantas
cada uma no seu sentido.
Podem não ser "finas estampas"
mas seu modo é divertido.
QUADRASTANTAS:
Aqui ficam estas quadras
todas feitas ao meu jeito
mas não as quero guardadas
pois perdiam o efeito.
Pandemia ou endemia?
Em todo o caso, uma agonia.
Futebol e Política
tudo a mesma fútrica.
Acto eleitoral a repetir.
Para chorar ou para rir?
Com tanta notícia bacôca
essa gente estará louca?
Futebol que mal andas
com o que se vê nas Antas.
Saber armazenar quando há
e a água nunca faltará.
Tão básico e elementar ...
Mas longe da inteligência
de Sua Excelência
que mal sabe governar.
Toda a muita que se perde
e tanta gente com sêde ...
O Algarve irá consumir
água do mar já tratada.
Ao saber, fico a sorrir.
Tve essa ideia pensada.
Há que décadas, afirmo
e não sou nenhum Doutor
simplesmente me defino
como atento sonhador.
Neste prelúdio estúpido
em que a guerra se vaticina,
haja quem peça ao Cúpido
que a mesma nada ensina.
Mas parece haver vontade
desse acontecimento atróz.
Já só falta a maldade
de uma vontade feroz.
Razão, quem a detém?
A meu ver, ninguém!
DESPERDÍCIOS
Ao abandono, quantas serão
as muitas fontes naturais,
a que não prestam atenção
os fracos cérebros nacionais?
E bicas de água corrente
que brotam com desperdício,
maldade que se consente
e até parece ser vício?
No aproveitar, o ganho virá.
Desperdiçando, o mal aí está!
O amor tem quatro letras
É love na língua Inglesa
Mas a quem o prometas
Usa a forma Portuguesa.
Porque Amor
Tem mais calor!
NAMORO ETERNO
Eu comecei a namorar
sem saber o que fazia
fiquei preso ao teu olhar
rendido à sua magia.
Juvenil encantamento
pronissor de continuidade
que se manteve no tempo
sustendo a sua verdade.
Caminho feito a par
e mais tarde aumentado
conjugando o verbo Amar
dois filhos ao nosso lado.
Percurso longo bem intenso
anos a fio prolongados.
Ainda hoje bem penso
como fomos abençoados.
Neste amor quase eterno
que nunca conheceu o Inverno.
Completada a recolha que iniciei em 1 de Fevereiro,
dou por concluído o meu novo livro, a que dou título,
QUADRASTANTAS - De Poeta Beirão.
100 páginas de um vasto acervo que desejo transformar
em livro de papel, que na sua simplicidade se conjugue
com a simplicidade dos textos apresentados. Seja de fácil
leitura e muito prático na sua utilização. Dispensa a capa
rija e outros requesitos julgados desnecessários. Haja quem
aceite o meu desafio.
"Com três letras apenas
se escreve a palavra Mãe"
muitas mais são as penas
de quem já não a tem.
"Cão que ladra não morde"
a galinha voa baixinho
ao galo que nos acorde
apetece dar um tirinho.
"Quem cala consente"
não é filho de boa gente
eu como pessoa indulgente
sou também pouco exigente.
"Um mal nunca vem só"
vêm logo dois ou três
este belo pão de ló
é pra mim e pra vocês.
"Olho por olho
dente por dente"
não sou zarolho
e vivo contente.
"A montanha pariu um rato"
dito sem eira nem beira
para acabar com o boato
comprei uma ratoeira.
"Branco é galinha o põe"
este País está pior
disse o Mestre e contrapõe
mas eu dei o meu melhor.
"Cada cabeça cada sentença"
cada um no seu lugar
a cada qual a pertença
do que é justo partilhar.
"Ladrão que rouba a ladrão"
tem cem anos de perdão
mas um pobre sem pão
passa fome pois então.
"Quando o mar bate na rocha
quem se lixa é o mexilhão"
ao acender a minha tocha
provoco um grande clarão.
"Olho por olho
dente por dente"
e a um zarolho
ofereço um pente.
"Quem tudo quer
tudo perde"
desfolhei um malmequer
quando ainda era imberbe.
"A culpa morre solteira"
é uma sina Portuguesa
e criatura matreira
jamais será presa.
"Cada macaco no seu galho"
aos artistas o seu mister
e se eleja o trabalho
do Homem ou da Mulher.
"A curiosidade matou o gato"
como nos desenhos animados
fica-se a rir o rato
já livre de cuidados.
"Casa onde não há pão"
tal como neste País
todos ralham com razão
e quem sofre é o petiz.
"Dó pó vieste
ao pó voltarás"
e o mal que fizeste
na Terra pagarás.
"Andando se faz caminho".
Fiz o meu passo a passo
e como pássaro faz ninho
ramo a ramo criei espaço.
"Por dá cá aquela palha"
nasce grande confusão
e por vezes quem mais ralha
nem sempre tem a razão.
"Dessa água não beberei".
Jamais serei abstémico
esse teu vinho provarei
não quero ficar anémico.
"Água mole em pedra dura
tanto bate até que fura".
Água fresca também cura
as sedes da muita secura.
"É feio um homem chorar".
Já chorei muito na vida
por alguém que sem voltar
me deixou a alma dorida.
"Olho por olho
dente por dente"
mas não me encolho
e sigo em frente.
"Uma maçã por dia
mantém o médico longe"
tal bendita profecia
foi-me dita por um monge.
"Quem canta seus males espanta"
lá diz o sábio ditado
por tal muito me encanta
ter meus males espantado.
"Tapar o Sol com a peneira"
não lembra nem ao Diabo
será apenas a maneira
de te manter enganado.
"O que é doce
nunca amargou"
mas se tal fosse
aí algo mudou.
"Ouvir bem aumenta a visão"
remédio santo a aplicar
aos céguinhos da Nação
para terem bom olhar.
"Presunção e água benta"
são caprichos de mulher.
Da primeira estás isenta
benze-te se te apetecer.
"Quem canta seu mal espanta"
quem chora o mal aumenta
vou rezar a uma Santa
que me cure esta tormenta.
"Vozes de burro
não chegam ao Céu".
Cheira-me a esturro
queimei o pitéu.
"Devagar se vai ao longe"
mas caminha com cuidado
faz como aquele monge
que se apoia ao cajado.
"Quem feio ama
bonito lhe parece"
e que está na cama
ás tantas adormece.
"Não tens cão caça com gato"
ironia pouco viável
mas dá corda ao sapato
e procura ser prestável.
"Páre escute e olhe"
no sinal de atenção
ao parar o bem acolhe
escutando ouve a canção.
"Galinha gorda por pouco dinheiro"?
Desconfia sempre da fartura
abastece bem o mealheiro
e foge das Ruas da Amargura.
"Quem tudo quer tudo perde"
.Não peças demais à vida
és ainda um imberbe
e a estrada é bem comprida.
"A ocasião faz o ladrão".
Neste Reino das Ocasióes
está explicada a razão
de haver tantos ladrões.
"Burro carregado de livros é Doutor".
Ironia sábia e popular
que subscrevo com fervor
querendo vê-los a zurrar.
"O que o berço não dá
Salamanca não ensina".
A verdade aqui está
nesta frase pequenina.
"Quem tem boca vai a Roma".
Não sejas assim acanhada
e se algo há que se coma
também não te faças rogada.
"Não há Sábado sem sol
nem Domingo sem missa"
como é bom comer pão mole
bem servido de chouriça.
"Pela boca morre o peixe"
é um ditado popular
antes que a fome me deixe
vou já pô-lo a fritar.
"Se queres ser bom morre".
Inegável o povo o diz
é frase que sempre ocorre
quando parte um infeliz.
"Quem tem capa sempre escapa"
Seguindo o velho ditado
comprei uma e à socapa
fiquei muito bem encapado.
"Pela boca morre o peixe".
É verdade bem verdadeira
mas há quem muito se queixe
sem ter jeito nem maneira.
Viver assim com tão pouco
e outros mais com tanto
será que Deus está mouco
e não ouve o seu pranto?
Velhos tratados como pesos
que lhes custam a suportar
mas estes que são bem têsos
muito têm a ensinar.
Vitórias que conquistei
ao longo da minha vida
dão-me estatuto de Rei
no justo peso e medida.
Ver nos burros ponto assente
o seu natural defeito
faz lembrar certa gente
com semelhante mau jeito.
Vejo em tudo a Poesia
poesia é tudo na vida
na tristeza ou alegria
ela sempre será sentida,
Ver um burro assim limitado
não querendo aprender
e tanto o doutorado
que mal sabe ler e escrever.
Vendo tanto alarmismo
que a muitos tanto assusta
manter um certo optimismo
é salutar e nada custa.
Valor de importante
com importância gorada
faz crer que num instante
valerá pouco ou nada.
Vela bem o teu porquinho
com a melhor das atenções
bom presunto e toucinho
os terás ás refeições.
Vejo-te um amor-perfeito
dádiva vinda dos Céus
que eu conquistei com jeito
dando graças a Deus.
Vendo o justo a pagar
ficando o pecador de fora
dá vontade de gritar:
"Vigaristas vão embora".
Vibrar como o Bordalo
mas não tanto agressivo
também eu nunca me calo
basta haver um motivo.
Vendo a força da razão
usada como razão de força
é defeito do aldrabão
sua maldade se torça.
Ver sorrir fico contente
um sorriso dá prazer
alegra quem se sente
desejoso de o receber.
Vim à procura do Bem
mal o vi por tão ausente
que o guarde quem o tem
não se dá de boa-mente.
Ver chorar me dá pena
qualquer que seja o choro
mas a lágrima serena
revela um certo decoro.
Vos direi se não sabeis
que nestes nossos Portugais
uns vivem como Reis
outros são simples mortais.
Vírus mortal implacável
que reduz ao mesmo estado
o que é rico ou miserável
seja qual for o cuidado.
Vivo em alta pressão
e se assim continuar
o meu pobre coração
más contas irá prestar.
Vossa Excelência jurou
defender a Constituição
e por acaso honrou?
Há quem diga que não.
Um poeta tanto mente.
Ter fogo no coração?
Não haverá quem aguente
é uma pura invenção.
Um pedido eu te faço
quando me sentires triste
acolhe-me no teu regaço
como benção que me assiste.
Um dia estava eu longe
com saudades a chorar
fazendo vida de monge
melhor seria rezar.
Uma vida perdida
leva seu tempo a compor
de tanta coisa perdida
não quero perder o amor.
Um bem que for alterado
para solução pior
terá de ser renegado
de repente e com rigor.
Uns governantes assim
quem acredita no retorno?
Quando a massa é ruím
o pão não cresce no forno.
Um verdadeiro Beirão
tem peito forte e dilatado
porque seu grande coração
não caberia noutro lado.
Uns fulanos sem vergonha
envergonham Portugal
procurando vida risonha
à custa do fazer mal.
Uma quadra quatro versos
que juntei num raminho
irei deixá-los dispersos
espalhados no caminho.
Três vezes nove vinte sete
e mais um vinte e oito
basta teres canivete
para seres homem afoito.
Um idoso que se fina
será escola que encerra
onde já nada se ensina
é livro que se enterra.
Umas feitas a brincar
e outras mais a sério
são versos para vos dar
estas quadras do Silvério.
Um Governo de remedeio
só pode trazer desgraça
deixa tudo pelo meio
das promessas nada passa.
Uma mulher desleixada
não faz nada de jeito
agora já reformada
compra tudo já feito.
Ter consigo "rabos de palha"
e ser um governativo
revela que até na falha
só olha o seu umbigo.
Tudo alegre e contente
satisfação dos mortais
Primavera volta sempre
a mocidade nunca mais.
Tanto paleio para quê
se andamos a passo de lesma
do bom pouco se vê
está tudo mais na mesma.
Tantos filhos de uma cabra
deram cabo das nossas vidas
a porta da cadeia se abra
e as penas sejam cumpridas.
Temos tudo para vida boa
mas tudo é mau para nós
na beleza o sujo destoa
contras superam os prós.
Sonhar não paga imposto
nem é sujeito a penhora
por isso sonha com gosto
todo o dia a qualquer hora.
Salários a baixar
impostos a subir
os pobres a chorar
e os ricos a sorrir.
Somos sempre pequenos
a reclamar o que é nosso
desde Olivença que perdemos
ao dinheiro caído no fosso.
Sana a má preguiça
lança à terra o grão
agarra bem a rabiça
amanhã terás bom pão.
Ter de apertar o cinto
foi a ordem dos finórios
mas eu esperto não minto
passei a usar suspensórios.
Sendo a gula insaciável
está encontrada a razão
de ser mais pobre o miserável
na engorda do seu patrão.
Se vivo neste País
que tem tanto ladrão
quem é que me diz
onde mora a salvação?
Se Política fosse ciência
ensinada em boa escola
talvez hovesse decência
sem necessitar da esmola.
Só damos valor à vida
quando a vemos fugir
seja pois bem vivida
se possível a sorrir.
Se reforçam os meios
com o País a arder
melhor evitar os receios
usando um sábio prever.
Só quem sente o medo
poderá ser corajoso
ficando mudo e quêdo
não indica ser medroso.
Se quem governa não presta
e a Oposição é incapaz
afinal o que nos resta
para um Paíz contumaz?
Sejamos bons machantes
na noite de Santo Antoninho
ficando de fora os pedantes
ou irem por outro caminho.
Se um cidadão paga impostos
para ter bens e serviços
estando os mesmos depostos
porquê pagar tais sumiços?
Sou poeta repentista
e seguidor do Aleixo
cada verso nova conquista
e da Musa não me queixo.
Sentado me sinto bem
mas sentado nada faço
logo portanto não convém
pois me chamam madraço.
Sob a sombra de chaparro
a comer um bom gaspacho
cá para mim caso não raro
é ser feliz como acho.
Semeando mentiras
se colherão azedumes
as verdades que afiras
constarão dos bons costumes.
Se bem cedo madrugares
o teu esforço renderá
mas se na cama ficares
teu trabalho quem o fará?
Se isto é Democracia
o que será a Ditadura?
Trata-se de uma fantasia
ou sintomas de loucura?
Sou um poeta popular
não como os "iluminados"
pois no meu simples rimar
os factos são comprovados.
Se sentes o calor do Sol
e sonhas olhando a Lua
estarás incluído no rol
para felicidade tua.
Segura bem o arado
lança à terra as sementes
do que tiveres semeado
matarás a fome que sentes.
Semeia e irás colher
o fruto do teu cansaço
assim terás bom comer
de fome morre o madraço.
Se mais amor eu tivera
seria todo para ti
tudo quanto houvera
só contigo reparti.
Sol agora chuva depois
anda tudo em viração
carroça à frente dos bois
dará péssima condução.
Sonhos que nascem e morrem
sem deles tirar proveito
são tantos e me ocorrem
pois sou sonhador a preceito.
Se o mundo é um recreio
quando nós somos crianças
comigo fica o receio
porquê vida tanto avanças?
Só os burros não mudam
e certos homens asininos
que os santos os acudam
só provocam desatinos.
Sou surdo ao vosso "blá-blá"
mantenho a minha descrença
quem promete e não dá
só merece indiferença.
Se vais ao mar tem cautela
ao leme da tua traineira
na onda que a leve a ela
irás tu de igual maneira.
Somos campeões do gesto
como forma de dizer
pouco valho nada presto
falo sem nada a dizer.
Só não entendo o riso
quando falam da desgraça
ganhassem todos juízo
ou rir só da chalaça.
Sou do género "deixa andar"
quem sair feche a porta
cada qual no seu caminhar
nem que a estrada seja torta.
Ser como as peixeiras
só lhe falta a canastra
menina ganhe maneiras
a vaidade já lhe basta,
Só com os trabalhadores
se aumenta a Economia
País com tantos doutores
vive em pura fantasia.
Saldos todo o ano
em País de mal a pior
os pequenos a sofrer dano
e os grandes no seu melhor.
Sou poeta repentista
e seguidor do Aleixo
tenho sempre rima prevista
e da Musa nunca me queixo.
Se oriundo de Pinhão
é um filho da pinha
já eu sou um Beirão
e nasci em Sarnadinha.
Se já cá os temos
Esquerda Direita e Centro
e não sendo de somenos
porquê tantos no assento?
Reconheço os meus defeitos
sinceramente os deploro
ao ver os maus efeitos
por vezes atá choro.
Ruínas que foram Passado
proliferam no meu País
desprezo do bem herdado
Património que não se quis.
Responsáveis sorridentes
na tragédia decorrente
será que não estão doentes
ou para animar a gente?
Regrediu em qualidade
a elite governativa
agora a hombridade
parece estar comprometida.
Reitero a minha intenção
nem Esquerda Direita ou Centro
sou apenas simples Beirão
honesto sincero e isento.
Repetida anualmente
uma seca prolongada
e o Ministro do Ambiente
simplesmenta não diz nada.
Ronaldo menino d'ouro
por todos tão louvado
é um valioso tesouro
em País endividado.
Resineiro dos pinhais
tua vida era bem dura
noutros tempos ancestrais
e agora não tens procura.
Respirar o ar da serra
beber água da fonte
sentir o cheiro da terra
havendo melhor se aponte.
Quem morre já por velhice
deixa ao mundo testamento
não intereressando o que disse
mas estava no pensamento.
Quero viver não me deixam
por causa da pandemia
os meus sentidos se queixam
num viver sem alegria.
Quem brinca com o fogo
pode sair chamuscado
ao fazer papel de bobo
político fica "queimado".
Quando a vida é madrasta
e tudo corre pró torto
pensar que do mal basta
mas antes assim que morto.
Quem assim pobre nasceu
pelo muito que trabalhou
bem pouco terá de seu
e riqueza não alcançou.
Quem muito teve na vida
e agora nada tem
deve saber que a medida
está no saber poupar bem.
Quem a terra mal amanha
bom fruto não irá colher
pois colheita só se apanha
por quem a deva merecer.
Quantas leis elaboradas
com esforço dos deputados
estão mortas ou paradas
sem quaisquer resultados?
Quem tanto se elevou
e hoje apenas rasteja
foi mal que provocou
e o pior se lhe deseja.
Quando escasseiam razões
a vida corre pró torto
utilizando comparações
com algo que está morto.
Quem a pobreza disfarça
de forma envergonhada
dá provas a quem passa
ser pessoa bem honrada.
Quando a comida é escassa
a mãe com mentira singela
nada comeu e disfarça
mostrando vazia a tigela
Quero-te com muito amor
és a mulher da minha vida
se tens frio dou-te calor
ficas melhor aquecida.
"Quem vê caras não vê corações"
mas olhando retrato oficial
analisamos uns figurões
que nos indicam o seu mal.
Quando "eles" falam
já ninguém acredita
se por acaso se calam
o povo sábio medita.
Quanto sinto descontento
por ter a alma vazia
ultrapasso o mau momento
dando asas à Poesia.
Quando vou à minha terra
e levo a alma pesada
ao regressar lá da serra
já a sinto aliviada.
Quando a caravana passa
mesmo com cães a ladrar
é sinal que a desgraça
não obrigará a parar.
Com rifas de baixo custo
que se rifem os políticos
para me acalmar do susto
estou tomando ansiolíticos.
Quem ventos semeia
tempestades irá colher
e não faz uma ideia
do que pode acontecer.
Quem muito acreditar
mantendo a sua fé
irá conseguir nadar
mesmo fora de pé
Quem vê caras não vê corações
mas há certos senhores
que têm nas feições
a pobreza dos seus valores.
Quem gasta o que não tem
e vive do emprestado
será sempre "Zé-ninguém"
com futuro hipotecado.
Quem nos vai à carteira
decerto será um ladrão
na actual roubalheira
o larápio tem perdão.
Quem dança fora da festa
tem falta de tento na testa
quem vai à festa e não dança
falta de jeito ou se cansa.
Pequenos puxam carroça
grandes gozam com troça
o Governo faz vista grossa
já o País cai na fossa.
Presidente não apele
ordene com veemência
as palavras que expele
têm sabor de anuência.
Por defenderes teu bem
pensa também no dos outros
por vezes quem muito tem
pode perdê-lo aos poucos.
Procura e encontrarás
o que buscas com afinco
deixa os males para trás
mas aperta bem o cinto.
Poeta das futilidades
de causas comezinhas
ninguém nega as verdades
que digo e são bem minhas.
Novas e muitas leis criadas
para resolver situações
normalmente saem furadas
gerando mais confusões.
Nada levarei comigo
quando um dia abalar
só o que terei vestido
todo o resto cá vai ficar.
Poderá ser rebeldia
o que me move contra
pois sinto a alma vazia
vivendo no faz-de-conta.
Por seres tal como és
inconstante e com manias
fazes lembrar as marés
agora cheias logo vazias
Pelo jeito como falas
serás "lagarto" ou "dragão"
mas a mim não me calas
serei sempre um "lampião".
Posso estar farto da vida
uma forma de de o dizer
mas tem sido bem vivida.
Então quem pensa em morrer?
Para além do bem do povo
o que "eles" querem é tacho
não dizem nada de novo
como penso assim acho.
Pela boca morre o peixe
logo que seja pescado
da fome ninguém se queixe
é só comê-lo assado.
Pobre de quem é pequeno
e sem mérito não cresce
eternamente sereno
em vez de subir só desce.
Pela Santa Paciência
neste nosso mundo de Cristo
vos peço com urgência
ponham fim a tudo isto.
Porque não sei não posso
subir acima da chinela
não podendo saltar o fosso
deixo-me ficar à janela.
Parece um covil de bandidos
este País onde vivo
não conseguem ser banidos
porque o Poder é inactivo.
Prefiro viver na ignorância
do que ser ignorado
um pobre na circunstância
acabará por ser notado.
Por tantas terras andei
tanto mundo eu conheci
mas por aqui ficarei
neste lugar onde nasci.
Pobres a morrer com frio
porque ligar aquecimento
é constante desafio
ao escasso rendimento.
Por fim chegou o Verão
ao tempo tão desejado
com ele vem um senão
passo os dias transpirado.
Para mim uma saudade
é tida como um bem
pois revela a verdade
de esperar por alguém.
Pela Santa Paciência
vê se moderas o trato
com essa irreverência
ficas mal no retrato
País de "marionetas"
movidas por cordelinhos
faz de nós uns patetas
ignorantes e pobrezinhos.
Por favor e obrigados
já cairam em desuso
andavam sempre ligados
como a roca com seu fuso.
O drama do corte do IVA
das nossas contas da luz
é ideia que não cativa
nem tão pouco os seduz.
Os sonhos que acalento
serão apenas sonhados
e nesse preciso momento
pelo vento são levados.
Partilha do que é teu
nem que seja um sorriso
assim ganharás o Céu
no teu Dia do Juízo.
Por onde andou deixou rasto
com atitudes de asininos
o seu caso mais nefasto
prende-se com submarinos.
Por favor não me rales
bem ralado já eu estou
se não te provoco males
retribue o que te dou.
O tempo passa a correr
nós corremos contra o tempo
e só não queremos ver
que é veloz como o vento.
O tal "visto dourado"
deve-se a pessoas espertas
ter o dinheiro lavado
com tantas portas abertas.
Olhando o Sol velo-te a ti
me alumias e aqueces
e quando a vida nos sorri
és tu que a enriqueces.
O que era já não é
o que foi já lá vai
quem mal fica é o Zé
com a dor do seu ai.
O que é de mais enjoa
e nessa vossa insistência
tantas notícias à toa
ralam-nos a paciência.
O peixe tão caro na lota
dádiva de quem o pescou
é jogo de suja batota
de quem o mesmo ganhou.
Observa bem em teu redor
aquilo que tudo vês
considerado do melhor
é nosso e bem Português.
O que era já foi
não haverá bom regresso
caminhar a "passo de boi"
nunca nos dará sucesso.
O oiro da nossa terra
está no mel e no azeite
temperados com ar da serra
são riqueza de deleite.
Ouçam a voz dos idosos
com experiência acumulada
considerem-se ditosos
quem os seguir na peugada.
O nada fazer no tempo
não é do meu evangelho
realizo bem a contento
esquecendo que sou velho.
O sol é de todos em geral
com o seu calor repartido
mas não aquece por igual
depende do que for vestido.
O avô um bom moleiro
meu pai igual profissão
em casa pouco dinheiro
mas nunca faltou o pão.
O nosso amor foi primeiro
que nasceu na meninice
cresceu tanto e prazenteiro
já atingiu a velhice.
Ouvi dizer a alguém
"isto anda tudo ligado"
e não vai nada bem
com o povo tão enganado.
O vento ninguém o vê
mas sabemos que ele existe
é como ter fé e se crê
na existência de Cristo.
Obediência é respeito
a quem tem merecimento
mas a um reles sujeito
nem sequer o cumprimento.
O duque no baralho
é carta de fraco valor
já um ás do trabalho
será grande senhor.
O dinheiro compra tudo
boa cama melhor mesa
até um bom sobretudo
que é sinal de riqueza.
O que tens para fazer
amanhã pode ser tarde
faz por nunca esquecer
nem o trabalho se guarde.
O fazer contrariado
dará obra imperfeita
sê pois bem esforçado
terás a vida direita.
Olhar giestas no campo
ao chegar a Primavera
só por si são um encanto
e a Natureza se esmera.
O Passado já passou
o Presente é agora
aquilo que vento levou
não tem Futuro na hora.
O que hoje não tiveste
quem sabe amanhã virá
mas o que tu não fizeste
por ti ninguém o fará.
O Governo é trapalhão
autêntico vira-casacas
agora diz sim logo não
em cenas tão caricatas.
O fim da indústria pesada
desmantelar frota pesqueira
acabar com a terra lavrada
culminar de tanta asneira.
"Olhai os lírios do campo"
coisa linda de se dizer
foi para mim um encanto
quando aprendi a ler.
Onde nasci em data certa
tive o destino traçado
em velho tornar-me poeta
e tanto eu tenho rimado!
Os crimes de fogo-posto
merecem pena severa
mas para nosso desgosto
essa Lei ainda se espera.
O Sol de todos os dias
não tem preguiça a nascer
alheio ás pandemias
a todos virá aquecer.
O País é ineficaz
no combate à corrupção
Justiça por contumaz
não melhora a situação.
O muito amor a alguém
não terá comparação
ao amor que uma mãe
guarda no seu coração.
O pequeno puxa carroça
o grande goza com troça
Governo faz vista grossa
e o País cai na fossa.
Os ladrões que nos roubaram
obrigados a devolver
tudo o que tiraram
ainda ficavam a dever.
O Alentejo os viu nascer
esses soldados que partiram
para certo destino a saber
mas sem saber ao que iam.
Não se deve temer a morte
é o fim de uma sequência
que a todos cabe na sorte
ao terminar a vivência.
Nesta ociosidade
desabafo escrevendo
mas já sinto a saudade
de um viver a contento.
Não podemos retribuir
aquilo que não é dado
até recusarei abrir
processo já encerrado.
Não serei flor que se cheire
pois tenho o meu feitio
mas o mal se aligeire
também tenho certo brio..
Na minha mentalidade
não consigo alcançar
que toda e qualquer maldade
não se possa condenar.
Na escala de um a cinco
para ser muito sincero
no traduzir o que sinto
lhe daria apenas zero.
Não sendo a culpa minha
mas da vossa incompetência
se o nosso País definha
eu pagarei por inerência?
Não enganem nem insistam
o País está sem futuro
as cores que se avistam
são todas de tom escuro.
Na ânsia de querer fazer
o que faço fica mal-feito
apenas por eu não saber
ou simples falta de jeito.
No conchego do lar antigo
a mãe educava com amor
o pai paciente e amigo
ganhava o pão com suor.
Nesta casa onde nasci
também nasceu a Poesia
mas só mais tarde a senti.
Ser poeta quem diria?
Não peças demais à vida
do que aquilo que ela dá
a ambição desmedida
alto juro pagará.
No "Dia do Trabalhador"
ficam todos no descanso
paradoxo com rigor
iguala labor a ripanço.
Não temos barcos de pesca
mas dois belos submarinos
Política que não presta
é gerida por cretinos.
Na mala de uma mulher
reina grande confusão
não se acha o que se quer
estando ali mesmo à mão.
Não alimentes vícios
sê honrado trabalhador
procura nos bons ofícios
aumentar o teu valor.
Noiva vestida de branco
e com filho na barriga
à ética gera espanto
e má-língua incontida.
Não fui menino de berço
antes criança assim-assim
pelo que de mim conheço
não muito bom nem ruím.
No lavar da roupa suja
dizendo mal uns dos outros
a Política dita cuja
parece novela de loucos.
No dia da reflexão
ás anunciadas eleições
assim do pé para a mão
se calaram os aldrabões.
Não sou um homem rico
mas tenho vida abençoada
de certo modo acredito
viver bem não custa nada.
Na lonjura da minha vida
tive coisas boas e turvas
da estrada já percorrida
ainda cá estou p'rás curvas.
Na incerteza de um acto
há que agir com cautela
pois gesto mais timorato
e salta a tampa da panela.
Não te pedimos mais nada
traz na cara um sorriso
limpa os pés à entrada
conviver é bem preciso
Nós temos assim tanto mar
mas comemos pouco peixe
porque só vamos pescar
desde que Bruxelas nos deixe.
Nas grandes calamidades
há sempre oportunistas
que se valem de maldades
para roubarem ás vistas.
Neste compasso de espera
a que o mal nos obriga
a vida é uma quimera
pois mal pode ser vivida.
"Não batas mais no céguinho"
não é coisa que se faça
deixa lá o pobrezinho
já lhe custa sua desgraça.
Não alimentes vícios
sê honrado trabalhador
procura nos bons ofícios
aumentar o teu valor.
Noiva vestida de branco
e com filho na barriga
á ética causa espanto
e má-língua incontida.
Não queiras ir mais além
da tua própria fronteira
o pensar só no teu bem
poderá ser uma asneira.
Nasci na Travessa da Serra
sou serrano sim senhor
mas abalei lá da terra
à procura do amor.
Nascer viver e morrer
trilogia bem conhecida
e muito pode acontecer
a cada um na sua vida.
Num país de "lambe-botas"
curvar a espinha dá jeito
a quem tiver contas tortas
as endireita a preceito.
Não me custa a solidão
mesmo estando sozinho
sinto alegre o coração
vivo bem no meu cantinho
Não sou de lamechices
só me queixo com razão
aceito o quanto dizes
com a melhor intenção.
Naquela nuvem tão branca
julguei ver a mão de Deus
que de forma bem franca
me estava dizendo adeus.
No Dia de São Valentim
ao bom santinho eu peço
que possas ter para mim
todo o amor que mereço.
Na madrugada canta o galo
convidando ao levantar
mas à noite me regalo
ouvindo cotovia a cantar.
Não sinto a alma vazia
tenho tudo o que mereço
mas procuro mais harmonia
isso também reconheço.
Na vida tanto sonhei
e do que tive sonhado
tão pouco realizei
muito ficou adiado.
No acto de comemorar
o nascimento d'alguém
quem se deve elogiar
será a própria mãe.
Não ando de porta em porta
esmolando Caridade
o que faço pouco importa
não tem sêlo de qualidade.
Neste espaço de tempo
que vou tendo nesta vida
procuro gozar o momento
com bom peso à medida.
Não mistures os prazeres
goza cada um por si
e todos os que quiseres.
Verás que a vida sorri.
Neste livro vos deixo
versos do meu amanho
é pouco e disso me queixo
só posso dar o que tenho.
Não queiras ser Doutor
só pelo facto de o ser
um homem tem mais valor
com o que a vida lhe der.
Não desejo mais nada
basta aquilo que tenho
mas sem viver em manada
como animal de rebanho
Não julguem que convencem
quem já está convencido
com palavras não vencem
sela qual for o Partido.
Não me criem mais arrelias
as que tenho irão bastar
pobres com barrigas vazias
já lhes custa o jejuar.
Menina de feia cara
mas de alma tão pura
pode ser jóia bem rara
água fresca na secura.
Mandar não é p'ra todos
obedecer pois que remédio
os mandantes são a rodos
a submissão é um tédio.
Ministros incompetentes
com defeitos e quejandos
como podem estar contentes
os nativos a seus mandos?
Minha crítica incendiária
não tem nada de mais
nem sequer imaginária
digo o que leio nos jornais.
Mata a fome a quem padece
por nada ter para comer
a barriga cheia esquece
que a fome faz sofer?
Mal anda o mundo actual
com incurável maleita
sem cura para o seu mal
tão torto não se endireita.
Maria é nome de Santa
Senhora Santa Maria
Maria teu nome encanta
me encantaste nesse dia.
Minha casa é casulo
que me abriga dos medos
quem não tem casa calculo
um viver com degredos.
Morte assim em rotina
tão triste e vulgarizada
é verdade que se ensina
não valemos mesmo nada.
Meu Deus se eu pudesse
mudar o mundo do avêsso
dar vida ao que fenece
tornar tudo a bom preço...
Meu Deus e porque não
tornar os homens iguais
uns e outros sem distinção
e todos com sinal mais?
Menina de olhar tiste
porque é triste o teu olhar?
O amor não te assiste
ou és nova para amar?
Minha casa é de fartura
onde não falta o amor
tem tudo o que se procura
mesmo a Fé em Nosso Senhor.
Medidas para condicionar
só isso sabem fazer.
Há mais formas de actuar
se não sabem vão aprender.
Menina das calças rasgadas
porque à moda são devidas
com um par de chapadas
lhe curava essas medidas
Muitos acordos firmados
só nos trazem prejuízo.
Serão eles combinados
ou há falta de juízo?
Mártires do meu País
os que foram sem regresso
como poeta eu bem quis
elogiá-los no verso.
Menina da trança loira
e de corpinho bem feito
na idade casadoira
só quer um noivo perfeito.
Moleiro na tua azenha
moes o trigo e o centeio
e ainda o mais que venha
como o milho de permeio.
Matar a fome não basta
ela voltará a surgir
matem a crise nefasta
todos ficarão a sorrir.
Já fomos heróis do mar
continuamos nobre gente
mas pelo mau governar
a Pátria está doente.
Já me falta a energia
neste viver da velhice
perdida no dia-a-dia
ser velho é uma chatice.
Já comeram os socialistas
paparam os democratas
os outros oportunistas
rapam o resto das batatas.
Já começou o Inverno
com ele chegou o frio
para os velhos um Inferno
saudosos do quente Estio.
Juntar um ano de vida
aos tantos que já temos
é melhoria acrescida
que muito agradecemos.
Há muito lodo por aí
e tanto cheiro pestilento
nos longos anos que vivi
este é um mau momento.
Inocentes condenados
e criminosos por julgar
honestos ficam pasmados.
Onde iremos nós parar?
Ir à terra é ficar feliz
por voltar onde se nasceu
tal sinto desde petiz
esse encanto não morreu.
Isto já não tem emenda
tudo pior que no soneto
"poetas" de má contenda
tornam o poema obsoleto.
Isto aquilo aqueloutro
é tanta a conversa fiada
que dou graçar por ser mouco
e assim não ouço nada.
Hora-a-hora, dia-a-dia
nunca páro de escrever
sobretudo poesia
o que me dá grande prazer.
Hoje atingi o tecto
publiquei versos em livro
já serei "homem- completo"
como poeta no activo.
Homem como Jesus Cristo
como foi possível matar?
Não me canso de pensar nisto
passo os dias a pensar.
Harmonia na capoeira
canta o galo no poleiro
e a galinha poedeira
põe ovoa o ano inteiro.
Honrar a palavra dada
dignifica e bem soa
basta ser apalavrada
já enaltece uma pessoa.
Governo que tapa buracos
e não programa futuro
revela seus pontos fracos
só colhe o fruto maduro.
Gastas à volta dos oitenta
nessa tua vida airada
mas como só ganhas setenta
ficas com a conta furada.
Goza bem o sol da praia
que por Deus é concedido
oxalá ele não se esvaia
a quem pobre tiver nascido.
Governados por mau sistema
sistematicamente falido
teremos a alma pequena
e futuro comprometido.
Governo jogou a bisca
tribunal matou com ás
e assim quem mal arrisca
só prova ser um incapaz.
Fui militar cumpridor
cumpri e fiz cumprir
não será qualqer estúpor
que diga o caminho a seguir.
Fonte de água corrente
anos seguidos a fio
na serra tem a nascente
não seca mesmo no Estio.
Factual como uma sina
os incêndios em Portugal
o flagelo se vaticina
mas não evita o seu mal
Governo que cria leis
e depois delas se alheia
é voltar ao tempo dos Reis
explorando gente plebeia.
Gaivotas em terra mau sinal
falta alimento no mar
ou anúncio de temporal
que estará para chegar.
Feito à imagem do Homem
se Cristo voltasse à Terra
por hereje não me tomem
mas haveria outra guerra.
Fui em determinado tempo
um locutor radiofónico
com gosto bem a contento
nunca rouco nem afónico.
Falas muito e de tudo
a propósito do nada
assim é e sobretudo
mais vale ficares calada.
Fumei desalmadamente
agora pago a factura
no mal que tenho presente
a minha grande tortura.
Foram tantos os que partiram
mas nem todos regressaram
verdade que nos mentiram
dessa forma nos enganaram.
Físco não consegue cobrar
a quem lhe deve milhões
mas ao pobre irá buscar
pecúlio de míseros cifrões.
Fosse eu um Doutor
com canudo de embuste
e teria muito valor
embora a verdade assuste.
Fazer crescer a Economia
com cortes e sacrifícios?
Curai-vos dessa mania
procurai outros ofícios.
Fazer quadras todos os dias
é como um alimento.
Posso viver com arrelias
mas com versos me "alimento".
Faleceu o bom Madiba
em África paira o luto
foi um exemplo de vida
senhor do perdão absoluto.
Em cada estrela no Céu
mora um recém-nascido
inocente que morreu
sem a vida ter vivido.
É nas tais madrugadas
quando o sono não vem
que as tenho lembradas
minha avó e minha mãe.
Engano d'anúncio corrente
o que é nacional não presta
à vista de toda a gente
do que havia o que nos resta?
Estar parado não p'ra mim
mas o tão pouco que faço
irá dar-me um triste fim
pois morrerei de cansaço.
Faço as minhas quadras
como quem vai de caminho
e tenho-as todas guardadas
cá em casa num cantinho.
Existe não dá para ver
e deixa cabelos em pé
o vento bem podem crer
quem duvida que assim é?
É moda ter um cãozinho
até quem os tenha ao par
mas incomodar o vizinho
com seu constante ladrar?
Encara a vida como bem
não a queiras desperdiçar
faz apenas o que convém
e não o que a moda ditar.
És como sol que me aquece
a Lua no seu brilhar
amor que não se esquece
foste feita para amar.
É dia de reflexão
ás anunciadas eleições
e assim do pé p'rá mão
se calam os aldtrabóes.
Esmorecer é dos fracos
deles não reza a História
e só ter valor de patacos
é deixar fraca memória.
Emprego traz benefícios
é necessário trabalhar
o ócio só cria vícios
difíceis de sustentar.
É um cravo de mentira
o que trazes na lapela
liberdade mal se respira
faltando sopa na panela.
Em casa de mesa farta
são poucos os maus-tratos.
Onde há míngua se maltrata
falta a comida nos pratos.
Esta Língua Portuguesa
rica do seu tanto saber
deu ao mundo uma certeza:
Muitos a querem aprender.
É sempre na madrugada
que acordo mas lá fico
de forma bem regalada
após ter ido ao penico.
É também na madrugada
quando estou quentinho
que mesmo e por nada
quero sair do meu "ninho".
Ela nem será culpada
culpada quem a pariu
se tivesse sido abortada
ninguém lhe ouvia pio.
Em noite de Lua Nova
prometi à minha amada
que lha daria a prova
de ser sempre desejada.
Em boa cama te deitas
se tiveres bom colchão
mas tem as pernas direitas
vê lá não cais no chão.
É fácil dizer estar bem
em relação ao passado
por vezes até convém
manter o povo enganado.
Em refinado aldrabão
sem vergonha não tem fim
mente ao dizer que não
engana afirmando que sim.
Em cada ano que passa
são mais lentos os meus passos
é uma constante desgraça
a vida perdida aos pedaço
Eureka descobri a verdade
da falsa Democracia
tem sinónimo de maldade
rima com hipocrísia.
É assim neste rincão
onde nada causa espanto
ninguém vai deitar a mão
a quem tem colarinho branco
Desgostos acumulados
entristecem uma vida
e tantos são declarados
sem haver contrapartida.
Dessa gente manhosa
é ver quem mais saca
e pela falta gravosa
a impunidade se destaca.
Desejo muito viver
mas já me falta o alento
não nos basta o querer
que temos a todo o momento
Era já noite cerrada
dizia a mãe para o pai
não creio estar enganada
o teu amor já lá vai.
Estado Devedor/Credor
cobra com juros de mora
quando paga é por favor
sempre atrasado na hora.
Das Beiras sou um nativo
naturalmente Beirão
mas é em Oeiras que vivo
Oeirense por adopção.
Dívida pública a aumentar
de maneira assustadora
e quem nos vai salvar?
Valha-nos Nossa Senhora.
Da árvore colhi o fruto
em poesia me envaideci
a floresta está de luto
mas ainda nos sorri.
Domingo dia de missa
deixei-me ficar na cama
Deus me perdoe a preguiça
mas o sono me reclama.
Deixem-me ser como sou
não devo nada a ninguém
não me vendo nem me dou
a troco de simples vintém
Diziam na minha aldeia
"o bom vagar faz colheres"
Trago versos na ideia
tu farás como quiseres.
Deputados em silêncio
nos servirão para quê?
Só o Santo Inocêncio
responderá, "logo se vê".
Discussão tida contigo
é meia vida roubada
não haverá maior castigo
por isso fica calada.
Desconfiai da fartura
em ano de eleições.
Na oferta e na procura
divergem as opiniões.
Desvio de fundos europeus
já se começa a murmurar
os avisos não são só meus
alguém se irá abonar.
Com estas quadras me queixo
críticas não as calo
à boa moda do Aleixo
comparado ao Bordalo.
Da escuridão nasce a luz.
Contrariando a razão
por cá nada seduz
vivemos na escuridão.
Devagar se vai ao longe
mas caminha com cuidado
faz como aquele monge
que se apoia ao cajado.
Das práticas mais baratas
para aquecer a pobre gente
é dar-lhes baralho de cartas
e um copinho d'aguardente.
De Tagus na Mitologia
a Tajo passou seu nome
para nós maior valia
como Tejo ele se tome.
Como os tempos mudaram ...
Dantes tudo aproveitado
e agora que ricos ficaram
o que resta é queimado.
Com legião de assessores
e não sabem como agir?
O que fazem tais senhores
a brincar ou a dormir?
Cada dia novo buraco
o saldo negativo aumenta
ninguém nos passa cavaco
e continuamos no aguenta.
Com trocas e baldrocas
não há boas maneiras.
As galinhas ficam chocas
e confusão nas capoeiras.
Com o futuro incerto
e um presente desgastante
é preciso ser esperto
para seguir adiante.
Cantando alegro a vida
que não é de brincadeiras
mas p'ra tudo há medida
de contrariar as asneiras.
Contribuinte sustenta
as empresas em falência
um facto que se lamenta
e nos rala a paciência.
Cantilenas de embalar
adormecem o "pagode"
como jeitos de enganar.
Ai Deus, quem nos acode?!
Comandar é dever nobre
obedecer uma virtude
ninguem fica mais pobre
se primar na atitude.
Como "saída limpa"
se têm as mãos sujas?
Com o País não se brinca
ide lavar as ditas cujas.
Com governantes assim
quem acredita no retorno?
Quando a massa é ruím
o pão não cresce no forno.
Canto se estou contente
se triste canto também
com um cantar diferente
que me soa menos bem
Comunicação Social
a forma anunciada
para ocultar o mal
de uma forma apurada.
Corpo assim sepultado
sem um adeus condoído
como será recordado
por muito que tenha vivido?
Cheirinho de manjerico
e beijo de mulher amada
com esta cá me fico
não desejo ter mais nada.
Cantar à desgarrada
tem muito que se lhe diga
não basta garganta afinada
há que inventar a cantiga.
Como poeta popular
faço quadras à Aleixo
sem o querer igualar
mas como ele me queixo.
Cantigas leva-as o vento
contra o vento irei cantar
para que nesse momento
cantando te vá encantar.
Com Justiça preguiçosa
Economia estagnada
e carga fiscal gulosa
este País não vale nada.
Cantas bem mas não convences
com cantigas de ninar
e porque cantando mentes
ninguém te irá acreditar.
Conseguiram matar o sonho
do sonhar que era nosso
um efeito tão tristonho
e o defeito foi vosso.
Conheci-o como Capitão
já Major e depois General
um verdadeiro Beirão
sempre justo sempre igual
Constituição de 1822
"A Lei é igual para todos".
Chamem pelo nome os bois
são apenas meros engodos.
Cantar muito me alegra
com pouco me contento
e ao praticar esta regra
esqueço qualquer lamento.
Com o respeito que sinta
pelas vossas restrições
vendo os comboios de Sintra
perco todas as convicções.
Com palavras que conheço
descrevo meus sentimentos.
Se algum reparo mereço
o aceitarei sem lamentos.
Canta o galo na capoeira
quando a galinha põe ovo
pois tem certa a brincadeira
pode picá-la de novo.
Cavando em terras pobres
pouca riqueza a encontrar.
Onde só existem cobres
os ricos não vêm morar.
Com o mundo em suspenso
que mil cuidados se tomem.
Inocentemente penso
que a culpa é do Homem-
Conseguir com sacrifícios
ganhar o que se deseja
prova que o bom ofício
nos dará bem que se veja.
Certo é que a teimosia
em acesa discussão
por vezes não tem valia
nem se chega à conclusão.
Com as palavras certas
todas elas a rimar
assim nescem os poetas
da Poesia Popular.
Com tanto penduricalho
no enfeitar a vaidade,
experimente um chocalho
como boa novidade.
Com pés assentes no chão
e o pensamento na Lua
um poeta de ocasião
julga que a Terra é sua.
Choram Marias e Manéis
assustados com tais medos.
Já lhes levaram os anéis
agora querem os dedos.
Costumo dizer com regalo
sou admirador do Aleixo
e seguidor de Bordalo.
Tal como eles me queixo.
Caminha mas vai devagar
seja qual for a distância
terás tempo de chegar
e tardar não tem importância.
Colhi azeitona galega
fui à Feira dos Santos
o tempo nunca me chega
e os afazeres são tantos.
Chorar leite derramado
não o repõe no vasilhame
tal como caldo entornado
não volta a quem o reclame.
Carnaval alegria imensa
onde mora o vale tudo
em três dias ninguém pensa
apenas se goza o Entrudo.
Agradecer o estar vivo
será grande consolação
embora me sinta cativo
sem nenhuma condenação.
A vida passa por mim
eu em compasso de espera
aguardo que chegue o fim.
Voltar atrás quem me dera.
Bons negócios da China
dando lucros fabulosos
um País feito faxina
dos senhores poderosos.
Batem leve levemente
todos batem em mim
já tenho o corpo doente
de tanto baterem assim.
Barriga a sentir fome
é um sinal de pobreza.
Aquele que muito come
tal não sente de certeza.
A um rico com milhões
algum menos tudo bem
mas quem conta os tostões
chora a perda de vintém.
A cabrada anda a monte
fugida do seu redil
antes que se apronte
a chegada de novo Abril.
Aves saiam da casca
deixem o conforto do ovo
abandonem política rasca
e venham ouvir o povo.
Anda tudo mais contente
para gáudio dos mortais
Primavera volta sempre
mocidade nunca mais.
A Revolução dos Cravos
que se celebra em Abril
não nos tirou os agravos.
Somados são mais de mil.
Amigo que desaparecido
ao tempo reapareceu
é como achar bem perdido
com benção vinda do Céu.
A mão gulosa do Estado
busca no bolso dos pobres
os trocos que em somado
alimentam os seus cofres.
Apupos e não palmas
mimoseiam governantes
no estado das nossas almas
hoje pior do que antes.
Abrem-se as bocas de espanto
com tão grande aleivosia
não paga IMI um Banco
mas cobra-se à senhoria.
A pílula sendo dourada
é mais fácil de engolir.
Mas essa gente falhada
nem jeito tem para mentir
A resistência passiva
a certos processos em curso
são uma perfeita evasiva
aliada do recurso.
Adoro um sol radioso
detesto a chuva e o vento
do que gosto sou cioso
sua falta apenas lamento.
A situação está controlada
mas será que sou ceguinho?
É que não vejo nada
que indique esse caminho.
A Lei é fato à medida
de quem o irá envergar
decerto pessoa nutrida
pelo seu lauto manjar.
Aceita o que te digo
vê se deixas de fumar
não queiras ter o castigo
de mal poder respirar.
À mão que fosse roubar
uma pessoa desgraçada
a pena vinda a calhar
era ser logo amputada
Aquele menino que chora
será por falta de mama.
Um velho na mesma hora
é por carinho que clama.
À moda antiga escrevo
tudo o que sinto na alma´
ás mudanças não me atrevo
deixo a outros a ressalva.
Ao inculto ou ignorante
eu saberei perdoar
já ao janota pedante
nem de lado o vou olhar.
Ao sentir dificuldades
seja qual for o motivo
por Deus não te acobardes
ser pobre é só castigo.
A terra é dos pobres
mas não é pobre a Terra
nela vivem bem os nobres
e nela o pobre se enterra.
A classe baixa sofre
a média já não existe
a rico tudo lhe sobre
porque a ajuda lhe assiste.
A Economia não cresce
nossa dívida aumenta
o povo esse padece
e o Doutor bem se alimenta.
A atitude incoerente
tão vista hoje em dia
é prática de muita gente
com a razão arredia.
Assim é nada mudou
cada vez tudo pior
quem este mundo criou
porque não o fez melhor?
Autoestradas temos nós
gasolina é que não há
para alimentar os pópós.
Aquele preço, não dá.
A rabiça do arado
bem segura à maneira
e fica o campo lavrado
pronto p'rá sementeira.
As contradições são tantas
que nos levam a pensar.
Mandante que nos espantas
revê o modo de mandar.
Antes que a "vaca tussa"
ou o burro dê coice
qualquer que seja a repulsa
tudo vem a talho de foice.
Agora assim logo assado
andamos na cêpa torta
nada se vê melhorado
mas a "eles" pouco importa.
Amor com amor se paga
e não esperamos o troco.
Dito assim de forma vaga
bem ouço e até sou mouco.
Ao abrir minha janela
vejo no alto a brilhar
aquela estrela tão bela
a do Norte no seu lugar.
Apenas e só nem mais
a pandemia provou
que somos todos iguais
no exemplo que começou.
À noite devemos dormir
para quê as discotecas
num prolongado abrir
ao consumo das "bejecas"?
Aos meninos "rabinos"
se lhes dará, "tau-tau".
A políticos cretinos
pancadas de varapau.
As mentiras dos políticos
podem ser avaliadas?
Nem com estudos analíticos
quanto mais nas tabuadas.
Amo o longe e o aqui
tudo o que se possa amar
amo-te sobretudo a ti
desde sempre o meu par.
A Lua da noite é vadia
engorda e emagrece
tem uma luz bem fria
tão fria que nem aquece,
Até os burros se entendem
para comer a ração
vocês nem compreendem
tão elementar ilação.
A vigarice sem preço
perdoada aos políticos
é como ter pé-de-gesso
em grupo de paralíticos.
Admirador do Aleixo
e adepto de Bordalo
tal aquele eu me queixo
como este nunca calo.
Ao que se diz ser imposto
já atinge a roubalheira
e deixa-me mal-disposto
ver vazia minha carteira.
Acima dos seus interesses
está o destino da Nação.
Certos políticos soezes
não entendem a razão.
Andaram a suspirar
por um Verão bem ardente
agora é vê-los bramar
que o sol está muito quente
A excepção passa ao eterno.
provisório a definitivo
criado está um Inferno
que se torna aflitivo.
Inicio hoje um novo ciclo neste blogue.
Para que os meus versos não andem dispersos,
irei criar um livro virtual a que dou título,
QUADRASTANTAS.
APRESENTAÇÃO:
Eu faço as minhas quadras
como quem come tremoços
mas não as quero guardadas
iria sentir remorsos.