Fui à terra matar saudades.
Eram tantas as que tinha...
Admirei as novidades
Que não, as de Sarnadinha.
Continua pobre e esquecida
A minha aldeia - natal
Mas bem enriquecida
Pelo seu povo. É natural.
Progresso, o vi na Vila.
Aí sim, bem evidente
E por isso se perfila
Toda a sua boa gente.
Obras feitas ou em curso,
A causar admiração,
Ao cabo de longo percurso
Naquele espaço Beirão.
Sem exigências mas pedindo
A quem de direito e dever
Seria muito bem-vindo
O pouco que devemos merecer.
Mobiliário urbano
De comodidade acertada.
O existente, é puro engano
Pouco vale, quase nada.
Rua Principal em calçada,
Acusa o trânsito intensivo
Dos veículos da pesada.
Danificaram-lhe o piso.
Já as ruas e travessas
Esquecidas de melhoras,
Provam estar às avessas
Do progresso. Em más horas.
Por experiência pessoal
Eu já velho e muito cansado
Denuncio, não levem a mal,
Os bancos em que estive sentado.
De ferro com largos espaços
Nas travessas que os formatam,
Provocam dores e cansaços.
Sem conforto, só nos maçam.
Da fonte, já vos falei.
Ela é o maior bem.
Mas tão suja, como observei
Que má imagem lhe advém...
Senhores, nossos governantes
Selam justos e imparciais.
Estamos pobres como antes.
Merecemos um pouco mais!
A visita breve que fiz
Proporcionou estes reparos.
Mas outros males de raiz
Decerto não serão raros...
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