Serei um tanto pobre
Mas vivendo de forma rica.
Nada tenho que me sobre.
Do que recebo, nada fica!
"Chapa ganha, chapa gasta".
Como se dizia antigamente.
Mas já me sinto, "à rasca"
Para cumprir integralmente,
O que os "doutores" exigem
Deste cidadão cumpridor.
E se tanto eles me afligem,
Vivo em constante terror.
Com o "andar da carruagem",
Poderei pagar no futuro?
Se o saldo não me der margem
E cair no "poço escuro"?!...
Os aumentos estão congelados
Já os cortes sempre a subir,
Estamos assim bem "lixados"
E ninguém nos quer ouvir.
Uma esperança agora nascida
É de seguida, decapitada!
É a nossa tão triste vida,
Da qual já não espero nada.
Já estou ouvindo alguém:
"Nem tentes deixar de pagar,
Levam-te tudo o que tens".
Ao Fisco nada se pode negar!
E então, será o Demónio!
O que me pode ainda esperar?
Ir à "sopa do Sidónio",
Ou intenção de emigrar?
Com os oitenta já feitos
Nem quero pensar em tal.
Espero que outros sujeitos,
Limpem o sujo "chavascal"!
Senão, há o tal lado gravoso
Que me pode transformar
Num vulgar criminoso!
O que teria de lamentar.
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