domingo, 8 de novembro de 2015

A METÁFORA DA ORQUESTRA

O Maestro ergue a batuta.
Afinam-se as vozes. A disputa
seguirá dentro de instantes,
entre a estridência dos tenores
e sopranos de iguais valores,
todos ufanos e importantes.

E o Mestre tanto se empolga!
À orquestra não dá folga.
São agora, um primeiro violino
e uma harpista laureada,
dando o toque à peça programada,
mercê de apurado ensino.

As pautas são livros abertos
lidos ao vento em versos.
Exalta-se o insigne condutor,
espraiando conhecimento e valia.
A partitura, "Poesia, um dia"
marca o incontestável valor.

Ao fundo, na enorme orquestra
em lugar simples a que se presta,
o subalterno tocador menor
aguarda o sinal da deixa
para dar a nota, em tom de queixa,
daquela "Sinfonia em Sol Maior".

Foi ao fim de amena tarde
em que todos fizeram alarde
do que tinham para dar.
Cada qual o fez como quis.
No rescaldo, um velho e um petiz,
às pressas, o palco vieram limpar...

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