domingo, 8 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE ERA ASSIM

Além na curva do rio
perto da Senhora da Alagada,
moendo dias a fio
uma azenha laborava.

Seu dono o avô Firmino
que na sua arte era mestre
e eu ainda menino
sossegado, nada peste,

Aspirava com alegria
os cheiros derramados
da farinha que se moía
e os do rio, misturados.

Eram, os da brava hortelã
que as margens perfumavam.
Também o poejo fazia "questã"
e os odores muitos, abundavam.

Os Maneis e as Marias
de longe traziam os "talegos"
portadores da suas valias
daqueles tempos, "tan negros"!...

Sacas de linho grosseiro,
as do trigo e as do centeio,
ali ficavam em sequeiro
com os donos num anseio.

O de saber quanto valia
o seu precioso alimento,
depois de pagar com maquia,
que era a forma de pagamento.

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