Além na curva do rio
perto da Senhora da Alagada,
moendo dias a fio
uma azenha laborava.
Seu dono o avô Firmino
que na sua arte era mestre
e eu ainda menino
sossegado, nada peste,
Aspirava com alegria
os cheiros derramados
da farinha que se moía
e os do rio, misturados.
Eram, os da brava hortelã
que as margens perfumavam.
Também o poejo fazia "questã"
e os odores muitos, abundavam.
Os Maneis e as Marias
de longe traziam os "talegos"
portadores da suas valias
daqueles tempos, "tan negros"!...
Sacas de linho grosseiro,
as do trigo e as do centeio,
ali ficavam em sequeiro
com os donos num anseio.
O de saber quanto valia
o seu precioso alimento,
depois de pagar com maquia,
que era a forma de pagamento.
Sem comentários:
Enviar um comentário