Como quem come rebuçados
Aliviando as minhas penas
Esquecendo até os pecados.
Na mesa de café hospitalar
Enquanto espero consulta
Deu-me para versejar.
Vejam o que daí resulta.
Os opacos do passado
Querem transparência presente
Coelho quando acossado
Disfarça e diz que não mente.
Cai a chuva em abundância
A gente passa a correr
E eu aqui, na circunstância
Não me canso de escrever.
Falatório de alaridos
É o espelho do nada
Que com tantos ruídos
Traz a gente maltratada.
Não vislumbro horizonte
De promessas realizáveis
Sem bem que se aponte
Nem de palavras amáveis.
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