terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

QUADRAS AO DESBARATO

Escrevo estes poemas
Como quem come rebuçados
Aliviando as minhas penas
Esquecendo até os pecados.

Na mesa de café hospitalar
Enquanto espero consulta
Deu-me para versejar.
Vejam o que daí resulta.

Os opacos do passado
Querem transparência presente
Coelho quando acossado
Disfarça e diz que não mente.

Cai a chuva em abundância
A gente passa a correr
E eu aqui, na circunstância
Não me canso de escrever.

Falatório de alaridos
É o espelho do nada
Que com tantos ruídos
Traz a gente maltratada.

Não vislumbro horizonte
De promessas realizáveis
Sem bem que se aponte
Nem de palavras amáveis.




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