sexta-feira, 6 de outubro de 2017

DESTRAMBELHADAS

Com esta falta de chuva
Vai tudo por água abaixo
Já está madura a uva
Vamos lá colher o cacho.

"Dessa água não beberei"
Diz o rifão popular
Ainda ontem pensei:
E se a água nos faltar?

Vi a lua lá no alto
Aqui, na Beira Baixa
Mas entrei em sobressalto
Pois falta-me uma caixa.

Quanto custa um sorriso
Dado assim de bandeja?
Por tão pouco, lá por isso
Fica feliz quem o almeja.

Pobreza não é pecado
Ter riqueza, bem melhor
Eu sinto-me compensado
Em remedeio de valor.

Vaidade não tem estatura
Pode ser grande ou pequena
Mas uma vaidosa criatura
Me entristece e dá pena.

Vale o seu peso em ouro
Quem praticar o Bem
Terá consigo um tesouro
Como herança de mãe.

Num olhar de esguelha
A quem tiveres ao lado
Por esse olhar de espelha
Que será de mau-olhado.

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