NÓS

Nós, os velhos,
Chegámos onde não ireis estar,
O que nos permite comparar,
O antes, o durante e o depois!
Ousamos, sem qualquer temor,
Distinguir o mal, do desejado Amor,
Chamando pelo nome, os bois!

Nós, os velhos,
Vivemos do mal, o impensável,
Suportando de modo admirável,
Guerras, crises ... coisas medonhas!
Mirrámos o corpo pelas carências,
Entristecendo a alma, nas evidências.
Tivemos sim,vidas bem tristonhas.

Nós, os velhos,
Chegámos aqui, onde estamos
E graças a Deus nos esforçamos
Para dar continuidade à presença,
Neste mundo que é de todos, afinal.
E neste pedaço, com nome, Portugal,
O nosso berço da nascença.

Nós, os velhos,
Soubemos honrar a nossa profissão,
Respeitando quem fosse o patrão,
Se no público ou no privado.
Humilde que fosse, com rigor,
À custa da arte e de muito suor,
Justificando, o magro ordenado.

Nós, os velhos,
Criámos filhos e embalámos netos.
Na observação atenta de intelectos,
Seremos uma "riqueza" a preservar.
Porque, cada um de nós, tem o saber
Que a vida nos obrigou a aprender.
NÓS, OS VELHOS, A RESPEITAR!

"Dia Mundial da Poesia"
Dedicatória especial aos utentes
Da Santa Casa da Misericórdia de
Vila Velha de Ródão, os "meus eleitos"!