segunda-feira, 8 de abril de 2019

ESTE RIO DE NOME TEJO

Ainda hoje me lembro
De o ver, sempre correndo,
Vindo de Espanha, a origem.
Seu destino, sempre o mar.
Era um rio de sorte e azar,
Na sua desordenada vertigem.

Consigo, trazia e levava,
Nas enxurradas e na levada.
Da fronteira, não bons casamentos,
Já o diziam os mais antigos.
As cheias, eram só de castigos,
Próprios de Invernos e tormentos.

Por vezes, uns bons abonos,
Aos pescadores, os seus donos,
Dando o peixe, com fartura.
Em tempos idos, foi "estrada"
E por ela lá se encaminhava,
A produção da nossa agricultura.

Enormes barcaças de fundo raso,
A levar o azeite, a cortiça, ao acaso,
Até às distantes zonas ribeirinhas.
Era um trabalho de escravaturas!
Na força de braço, das criaturas,
Deslizava a barca, semanas inteirinhas …

Claro que não havia as barragens,
A impedir-lhe as passagens.
Nem mesmo ainda, o "pouca-terra",
Se ouvia por ali a "resfolear",
Como hoje, que o ouvimos a apitar,
À saída do túnel, daquela serra …

Assim era, antigamente.
Agora, é tudo bem diferente!

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