Demograficamente pobre,
o Interior, sem nada que sobre,
morrerá, de sofrimento lento.
E, tâo somente, os velhos como eu
ou quem por lá, também viveu,
saberá dar valor, a tanto lamento.
Deixar de respirar o ar dos montes,
não beber, a água das fontes,
esquecer, o som dos badalos,
do gado regressando às cortes,
alegria dos jovens, na ida às "sortes"
e tantos, mas tantos mais regalos! ...
Era o viver simples da vida
na dura luta pelo pão e guarida
mas feliz, no aumentar da família.
Pecaram por desprezo os "maiorais",
os que mandavam nos demais
e todo aquele bem, passou a quezília!
Desprezado pelo Poder Central,
começou a definhar, Portugal.
Sem condições, debandada crescente
na procura de melhor futuro.
Pão mole, é bem melhor que o duro ...
No definhar, o Interior ficou doente.
E morrerá, podereis acreditar
não havendo quem o possa evitar.
A Natureza lhe dará mau destino,
tornando inculto, o que produz.
Verdade que trabalho duro, não seduz.
Sei que assim é, desde menino!
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