No seu leito de águas turvas,
o Rio Tejo, definha...
Sou da Beira; ex-militar; India,Moçambique e Guiné. Na velhice o vicio da poesia, e o amor que me une às boas tradições beirãs.
O problema, assim posto,
é brincadeira de mau-gosto.
Deixem-se de fantasias.
Façam bem e, à maneira.
Reduzam, como na Madeira.
Abdiquem das hipocrísias.
Vivemos em terra de parolos
mas deixámos de ser tolos.
No circo desta vida
não há peso nem medida,
nas exibições a desbarato,
aberrações de toda a ordem
que as moralidades mordem.
Olhem o Goucha, É cada fato! ...
Homens vestidos de mulheres,
se bem assim o quiseres,
sem púdor nem preconceito.
Quanto mais aberrante, melhor.
Valha-nos, Nosso Senhor ...
Está tudo a ficar sem jeito!
"Tiradas" assim a gancho,
de tanto rir me desmancho!
Trabalho digno, o que será?
Não é ele, todo igual?
Trabalhar em Portugal,
que diferenças terá?
Viajam em grandes carrões,
arrotam, após boas refeições,
não fazem nada de jeito
mas vivem como marajás.
Aos outros, tanto lhes faz
desde que tenham, bom proveito
Isto, num país de pobretanas,
vigarizados por sacanas!
Que vergonha, tamanha!
Alimentar a Espanha
na sua Economia?
Lá atestar sem peias
pois, estando paredes meias,
poupa-se, boa maquia!
Como nos filmes de suspense
as cenas decorrem com nuance
de paródia nacional.
Repetida, anualmente,
com discussões a quente.
Já ninguém, os leva a mal!
Só com cinco euros por mês?
Irei sentir-me um burguês,
na visão do nosso Primeiro.
Mas que maneira airosa,
vinda com perfume de rosa
para o meu pobre mealheiro?!
Deixe-se dessas vãs promessas.
Não nos vire, às avessas!
Imite o feito, na Madeira.
Reduza o preço, à maneira!
Até já pede desculpa.
Fica-lhe bem o "mea-culpa"
às gentes da Concertação.
Nesse jogo do empurra
parece, uma ave caturra,
sabidona da função.
Passar sem dar salvação
mesmo alguém que não conheço
prova que na sua educação
é apenas, um burgesso.
Ao valer-se de terceiros
para singrar na sua vida
serão pouco lisonjeiros
os frutos da causa obtida.
Em boa cama de deita
aquele que for um Cristão.
Já o hereje se ajeita
em má enxerga, sem perdão.
Governo que, pressionado
só assim se vence,
será mal intencionado e em nada nos convence.
O problema não é o preço por barril.
Ele existe, pela alcavala dos impostos.
Para quê, o celebrado Abril
Se continuamos mal-dispostos?!
Sendo o nosso Rio Tejo,
penico da vizinha Espanha,
bom futuro não lhe almejo,
com essa nojeira, tamanha!
Sarnadinha, tem a Rua Principal
e pouco mais. Tudo banal.
Mas corre-lhe a água na fonte
dia e noite sem preguiça.
e nem ousa pedir permissa.
Não tem mal que se aponte.
Mas é tão pobrezinha ...
pena dela e, também minha.
A sua maior riqueza
já perdida, dá tristeza.
É que, somos cada vez menos
e nascem poucos ... pequenos!
Para além da sua vaidade
e da soberba acumulada,
diga-se, em boa verdade,
bons costumes, poucos ou nada!
E, nesta rebaldaria,
entre luxos e porcaria,
a diferença é gritante.
Degradação para alguns,
os pobres, ditos comuns
e "eles" num viver impante!
Instalações da GNR,
que o nojo se encerre ...
Maternidades em contingência,
mau serviço na Urgência,
Algarve sem Pediatria?
Faltam médicos de família
a completar tanta quezília.
Como pode? Quem tal diria?!
Poeta, contestatário,
não me tomem por "otário".
Digo e volto a afirmar
o que vejo estar errado.
Aqui, ali, em qualquer lado!
Basta ter cabeça para pensar.
Hospitais em calamidade
averbam, a má verdade:
Anda doente, a Saúde!
Inquestionável, evidente
e, o sofredor paciente
não lhe vê, grande virtude.
"Eles" dizem estar tudo bem
porque o engano lhes convém.
Bem-vindo sejas, Outono.
Passarás a ser, "meu dono"
no teu suave cair da folha.
Irás anteceder o Inverno,
para nós, velhos, um inferno
com exigências de recolha.
De ti espero a harmonia
das cores fortes de magia.
Poentes dignos de poemas
dos simples e grandes poetas,
evitando as portas abertas
mas sentindo, brisas serenas.
Trazes contigo, coisas boas
cantadas em antigas loas.
O vinho que ferve na adega
e a sua prova desejada.
Também, a castanha assada
que a gulodice aconchega.
Festejaremos, os "Santos"
respeitando os nossos prantos
por aqueles que nos deixaram.
Também, a feira tradicional
em realização pontual.
As saudades já pesaram ...
Sem esquecer o labor
desse pormenor de valor,
do colher a azeitona.
Prática sempre repetida
nos planos da nossa vida.
A exigência, é sua dona!
Sê pois e assim, bem-vindo.
Contigo, eu irei indo
até quando Deus quiser.
Tenta ser, um bem sereno,
porque, Outono ameno,
é como afago de mulher.
"Salgado sem condições para se defender"
Será que seus crimes irão prescrever?
E, então, os tais outros, a saber? Vamos ver!
Quatro patinhas, rafeiro,
com faro de perdigueiro,
o tenho por companhia.
Travesso, na tenra idade,
é agora a novidade
que tenho, no dia-a-dia.
"Cortelhões#" e "Plingacheiros",
bons vizinhos, bem ordeiros
com o Ocreza de permeio,
vivem a vida a preceito.
Simples, de belo efeito,
no mais completo enleio.
No manter as tradições,
todos, uns bons Beirões!
Tanto na Foz como em Sobral,
todos simples, tudo igual!
A vida simples da aldeia
que bem guardo na ideia
ainda hoje me faz pensar
como eram felizes as gentes,
com tão pouco, mas crentes
que Deus os iria ajudar.
Alimentados pela Fé
que os mantinha de pé,
pensando no dia seguinte,
como melhor e proveitoso,
àquele, triste e chuvoso
que castigava o pedinte.
Utopia por vezes falsa,
a dois tempos como valsa
que não queremos bailar.
E assim passavam os dias
sem vislumbre de melhorias
com a idade a avançar ...
Pensar eu que eram felizes,
apesar dos tentos deslizes.
Uma vergonha tamanha!
Voltar de novo a Espanha
Para encher o depósito?
As Marias e os Manéis,
Ainda compram "caraméis"
O que vem, muito a propósito.
O caso dá que pensar.
Aumentados na quantidade,
nada vimos a melhorar
em favor da sociedade.
São as filas intermináveis
para resolução do problema.
Quais as causas prováveis?
Estará errado o sistema?
Estudem os maus efeitos.
Para isso, foram eleitos!
O Sol nunca tem preguiça
e, manhã cedo, ao acordar,
acende a luz de novo dia.
Nessa repetida alvorada,
soam cantos de Aleluía!
Das muitas aves,
todas elas agradecidas.
Deus lhes deu, novas vidas.
"Completanente irracionais"
as eleições antecipadas.
Quem canta alto de mais,
vê as suas contas furadas.
Porque penso, não resisto,
a comentar, ao que assisto.
Como podem os espanhóis,
aquilo que nós não podemos?
Porque seremos, nós menos,
vivendo sob os mesmos sóis?!
Tem contornos de anedota
ou, atitude idiota,
o que se passa ao momento.
Combustíveis, uma questão
que parace não ter solução
no seu constante aumento.
No permanente sobe e desce,
o seu preço, sempre cresce!
As motos à inspeção?
Mais uma fonte de receita
que já tem contestação
e o "motoqueiro", enjeita!
Uma carga, dita anormal,
dentro dos parâmetros fiscais,
indica que, em Portugal
nos governam, uns anormais?
É o povo quem mais ordena
e, se a vontade não hiberna,
um Governo prepotente
dará o dito por não dito.
Isso, aqui fica escrito
e o protesto, bem presente!
Hoje, amar é urgente.
E, quando amor se sente,
o mundo irá melhorar
das agruras de que padece.
Até a maldade se esquece.
Basta que se saiba amar!
"Dia Mundial do Pão".
Quando sua falta se sente,
muitos ralham, com razão,
no seio da pobre gente.
Gasolinas em sobe e desce.
num movimento de risota.
Mas, na sibida mais cresce
e o alto custo, se nota.
AVANTE!
Peitos dilatados, olhar em frente,
marchando altivos sem vacilar,
irmãos de sangue da lusa gente
que o Passado faz recordar.
Sorriso aberto, canção de Vitória
saída das bocas num só grito,
avançam certos, por uma memória.
Quem passa? Olhando-os, medito.
Mas cessa a dúvida, vem a certeza.
Tremulando ao vento, vejo-a bem,
aquela bandeira da gente portuguesa.
E em cada rosto um só ideal.
Avante! Artilheiros de Santarém.
Mostrai ao Mundo, o que é Portugal!
1 de Maio de 1960
B.A.de Santarém, Bogmaló (Índia Portuguesa).
Só quero o que é meu.
O que o trabalho me deu
e bem soube poupar,
Pensando na velhice
eu venceria a chatice
sem ter de me hipotecar.
Cada um e à medida,
saiba cuidar da sua vida.
Se cada um cuida de si
e Deus olha por todos
feliz aquele que sorri
no vasto mundo dos tolos.
Quer um país produtivo
ma não alimenta motivo
para que tal aconteça.
Impões, impostos altos
que só criam sobressaltos
e tudo o mais, impeça.
Gritante, o que ora se passa
e, já se fala em desgraça.
Combustíveis, a tal preço?
Quem aguenta, o sacrifício
sem ganhos no ofício?
Para mau fim, é o começo!
Deixe de ser casmurro.
Baixe os impostos e, já!
Só não muda, um burro,
quando a situação, é má!
Assim foi e, já não é.
De mim, perderam a fé
e o interesse de valor.
"Poeta da Simplicidade",
na essência da verdade,
como igualar, um Doutor?
Mantenho a postura que tinha,
Continuo, "Poeta de Sarnadinha"!
Sendo arma anti-tanque,
que mente tão brilhante
a associou a dinheiro?
Parvoíce, nua e crua,
assim atirada à rua ...
Só mesmo de um Primeiro!
No fartar da vilanagem,
chegámos à "bela imagem":
Dois euros por litro!
Novo preço da gasolina.
Portugal, bem se afirma
pelo pior. Tenho dito!
Dizem ser só para velhos,
a poesia popular.
Se escrito nos evangelhos
como me poderei queixar?
Como outra não sei fazer,
nem quero subir tão alto,
como os "artistas do saber"
que vos tomam de assalto,..
Ficai com eles. Bom proveito,
na satisfação do prazer.
Dizei-me depois, o efeito
que vos levou, a enaltecer.
Somos uma classe distinta
que se distingue das demais.
Quem tal, isto bem sinta,
elogiará, os ancestrais.
Porque deles veio o exemplo,
o sacrifício abnegado,
visto em qualquer momento,
honrando, o nobre Soldado.
Quem o foi, será sempre
ao longo da sua vida.
A memória que honrará
na luta, sempre vencida.
Submetidos à sujeição
de má política vigente,
sempre honraram a Nação,
apesar, dessa má gente.
Ser, "Soldado de Portugal"
uma honra sem igual!
Nossa Senhora do Amparo
amparai a minha vida.
Tudo está ficando caro
e não aumenta minha medida ...
Com a comédia costumeira,
aí o temos, à maneira ...
O Orçamento de Estado
para o ano que vem.
Chamar a atenção, até convém:
O anterior, já foi fechado?
Ou está em suspenso
não cumprido, por extenso?!
"Excelente" orçamento,
prevê, um belo aumento
de dez euros, a acrescentar.
Mas só a partir de Agosto!
Quantos, por seu desgosto,
não irão beneficiar?
A morrer, todos os dias,
quantos ficam sem regalias?
Neste país, vandalizado,
nem estátuas escaparam.
Afonso Henriques o visado.
Até a espada lhe levaram ...
Notícia da Televisão
que não foi bem expressa.
Julgo eu e, faço questão.
Mas isso é outra conversa.
A arma do nosso Rei,
era sim, um "montante"!
O que aprendi, o que sei
e, o digo, neste instante.
Justiça? Quem compreende,
a que temos? Não se entende!
Na proteção aos "poderosos",
os deixa à solta, felizes,
com todos os seus deslizes
que até os torna, famosos.
Se pobre e sem advogado,
um qualquer, "pobre-coitado"
dará entrada na cadeia.
Por vezes, com pouca culpa.
A que ignorância indulta.
Esta é a minha ideia.
Hoje, foi solto um ilustre.
Em Évora, pagou o ajuste.
Mas reduziram-lhe a pena.
Porquê,` dá para perguntar?
Metade ficou por pagar,
nessa Justiça, serena ...
Bronzeado p'lo sol alentejano
diz que o seu crime foi, engano.
Uma ideia veio a nascer,
agora que tive o prazer
de nela vir pernoitar.
Aldeia bem pitoresca
que a mente nos refresca.
Basta apenas, um olhar.
Mas que seja abrangente
e classifique sua gente,
como "alta qualidade"!
Pelo modo simples, singelo,
de tudo transformar em belo,
mesmo a inferior validade.
Assim, em Sobral Fernando,
as suas gentes sem mando,
num acto bem conseguido,
e por amor ao seu lugar,
acabaram por "plantar"
um "jardim colectivo"!
Deram vida ao que era velho,
como promessa de Evangelho.
Um simples pote, por exemplo,
antiga vasilha de azeite,
até penico, bem aceite,
para elogiar, o que contemplo.
Um prazer para os sentidos,
a quem os tiver, bem medidos.
E, se tantas flores são pouco,
ainda vejo a Poesia,
que alguém, num bom dia,
contrariou, este mundo louco.
Aqui fica o panorama.
Pode constutuir programa
a visitante com vagar.
Julgo ter cumprido missão
ao dedicar a minha atenção,
ao bom Povo deste lugar!
Para mim, Sobral Fernando,
passou a ser, "Floral Fernando"!
Terra e produtos d'oiro,
constituem um bom tesoiro.
As pessoas são de prata.
Generosas, hospitaleiras,
característica das Beiras.
Já o Turismo, é de "lata"!
Tal digo, por vivências.
Não sendo de exigências,
procuro o mínimo desejável:
Uma simples refeição
e cama de bom colchão.
Mas nem sempre é provável.
Aconteceu, recentemente
a este triste paciente.
Teve de ir dormir à Foz,
também a Sobral Fernando,
por motivos de desmando
e obras em casa de avós.
Se assim se promove o Turismo,
bem perto estará do abismo!
"Residência Literária"
com completa diária
mas só para os eruditos.
Aos outros, apenas sobras
pela pequenez das obras.
Assim, ficavam proscritos.
Sem público no que fazia,
terminou a minha poesia.
Com pena e, tal lamento.
Mas a vida continua.
Ainda que noutra rua,
prossigo, bem a contento.
Nasceu simples a poesia,
a que então se fazia,
alegre, à beira-rio.
Entregue a outros ideais,
cresceu, subindo demais
mas perdeu, um certo brio.
A poesia, dita popular,
deixou de lhes interessar.
Ficou mais pobre o poeta
mas continua a obra
com a veia que lhe sobra
e a Musa, bem desperta.
A barragem no Ocreza,
continuará, incerteza?
Tome cuidado o ministro,
no falhar seu compromisso.
Não fique pois, omisso.
Refilar, eu não resisto!
Não nasci para estar parado
mas ficar imobilizado
por falta de capacidade,
causa-me grande irritação.
Nem me atende o coração
e diz-me, "isso é da idade"!
Na Rua da Courela,
casa com porta e janela.
a da avó, Conceição.
Singela e maneirinha,
no seu lugar, Sarnadinha,
tão grata recordação.
Quem vai, vai. Quem está, está,
A boa forma de viver.
Depressa bem chegará,
quem se apressar, a correr.
O Outono, serenamente,
a anunciar o Inverno
é pronúncio que não mente
num ciclo sempre eterno.
O bom vagar faz colheres.
Se para isso tens jeito
quantas mais elas fizeres,
melhor, o teu proveito.
Por dá cá aquela palha
se mata um inocente.
Já a mãe quando nos ralha,
sabe Deus, o mal que sente.
É bom viver na aldeia
nesmo sem comodidade.
Disso não fazem ideia
os senhores da cidade.
Como vendedor da praça
que engana o comprador
um político nem disfarça
o que impinge, sem valor.
A pobre que estende a mão
a solicitar ajuda,
basta um naco de pão
como Deus que lhe acuda.
Liberto das confusões
só em casa me sinto bem.
No evitar multidões,
a prática que me convém.
A estúpidez contagia
e dá más consequências.
Mais vale, vida vazia
do que vaidades imensas.
Falar alto, até falou,
prometer muito, prometeu,
a plareia o ovacionou
e descrente, apenas eu?
O Ministro do Ambiente,
figura tão proeminente
no dizer o que não faz,
tirou agora da cartola,
uma ideia a fazer escola
e que muito lhe apraz:
Um túnel de grande extensão
para resolver a questão
do abastecimento do Tejo.
É de génio! Toca a escavar?
Não vejo, a "estaca a pegar".
Nem tal obra, antevejo.
Seja, isso sim, expedito
e construa, a Barragem do Alvito.
Nunca se ouviu tanta conversa.
Banalidades, ora essa!
Queremos é ver boa obra.
Ultrapassar dificuldades,
Como vulgaridades,
as temos e de sobra!
País de ladrões e vigaristas
com atitudes nunca vistas,
passeiam a sua impunidade.
Quando acabará o regabofe?
Um canto com nova estrofe
sem vestígios de maldade?
"Terras de Oiro",
A Arte de Bem Receber.
Para atingir tal tesoiro,
muito haverá que fazer ...
Tive a má experiência,
agora no meu porvir.
Com que Santa Paciência,
\um lugar para dormir?!
Sem cama no meu Concelho,
atravessei a ponte na Foz
e, com cansaço de velho,
lá consegui, muito após,
a dormida desejada,
duramente, procurada.
Em Sobral Fernado,
que baptizei, "Floral Fernado"
Pensai nisto minhas gentes.
Há problemas pendentes.
O ir para fora cá dentro,
necessita de mais provento!\
Os da minha geração,
tinham como educação,
o de "salvar" em passagem,
na entrada ou na saída.
Era regra estabelecida,
numa preciosa imagem.
Com a mudança dos tempos,
acabaram tais cumprimentos.
Nem bom dia nem boa tarde,
de tão simples alarde
A minha casa d'aldeia,
generosa herança de pais,
por tão simples e plebeia,
me alegra, por demais ...
Guarda em si, preciosidades
de tão elevado valor ...
Ao tempo, as necessidades,
dos casados, com amor.
Relíquias no "sobrado"
em tempo de arrumações,
revelaram o belo achado,
a provocar, emoções.
O singelo leito nupcial
dos meus adorados pais.
A sua cama, inicial
e por muitos tempos mais ...
A guardaremos, eternamente,
connosco, um bem presente.
Na boa época passada,
bastava uma "mãozada"
para garantir compromisso
sem necessidade notarial.
Era assim em Portugal,
preceito já hoje, omisso.
Agora, aldrabar é moda
a que tudo se acomoda.
Será doença mas curável.
Basta haver um lado amável
e disponibilidade.
Presença, palavra amiga,
um poema, uma cantiga
para criar, amizade.
Carenciados, os velhos,
constantes dos Evangelhos.
Por vezes, longe de tudo
em escassez da oferta,
têm sempre a porta aberta
para ouvir, o que está mudo.
A solidão já existia
mas aumentou com a pandemia.
Pede, entrega e dedicação,
fórmula simples, barata,
que será sempre, mui grata,
vinda de qualquer coração.
Com Bruxelas a municiar
e o Costa, a apontar,
aí teremos a bazuca desejada.
Com estilhaços de dinheiro,
ao gosto do nosso Primeiro
no desgaste da palavra.
Oxalá que tantos milhões,
tenham boas decisões.
Roçando a boçalidade.
conspurcando a verdade,
já terminou a campanha.
Parabéns aos vencedores
e veremos, meus senhores
se cumprirão, a façanha.
De promessas se fartaram.
Veremos se nos enganaram.
Jerónimo nas ladaínhas
e Costa, com berrarias,
duas "santas alminhas",
no Altar das Autarquias.
Universo de beneficiários,
tantos são e vários,
a "mamar na teta".
Pagos por todos nós,
os eternos "tótós",
infelizes, deste planeta.
Ao estômago delicado
de poeta afamado
lhe provoca indigestão,
a poesia popular?
Não consegue suportar,
por simples, sem condição?
Versejando, isolado,
vai transmitindo recado
nas vias que escolheu.
Cáustico, por vezes rude,
sempre na mesma atitude,
ele, sou apenas ... eu!
"Poeta de Sarnadinha"
com verdade, bem minha!
O passe, a ser concedido,
de há muito prometido,
não satisfaz a maioria.
A limitação abrangente,
condiciona, infelizmente,
abaixo do que se previa \
Tão mísera "migalha"
não alegra a "maralha"
Já não bastava, Bairro Alto,\\\\
agora também em Santos?
Um constante sobressalto
e os rufões, são tantos?!
Jovens mal-comportados
deverão ser "amansados"
para oa ânimos refrear.
Um banho de água fria
decerto lhes causaria,
um modo a repensar ...
Sou sonhador compulsivo
mas pouco ambicioso.
Em tudo encontro motivo
e peco, por preguiçoso.
Tudo o que tenho na vida,
conseguido com trabalho,
compensação merecida,
é prova do quanto valho.
Pouco será, ne verdade.
Porém, com imenso prazer,
posso dormir à vontade,
pois nada estou a dever.
Do que tinha para fazer
acabou por estar feito.
Agora, irei adormecer
pois, bem cedo me deito.
Cai a máscara dos portugueses
com melhoras na pandemia.
Ultrapassando os revezes,
a vida tem mais alegria
Mas a máscara continua
na cara dos políticos
que, com tanta falcatrua
se revelam, bem atípicos.
Ilustre Senhor Ministro,
delicadamente, insisto
no pedir-lhe a solução
para a Barragem do Alvito.
Acreditando no seu dito,
ela seria, no final do Verão.
Como já estamos no Outono,
da palavra seja bom dono
e determine de vez,
o que bem lhe apatecer.
Não deixe adormecer,
um bom sonho, português.
Quem sou eu, simples Beirão
e tantos mais, outros são?!
Deixar fugir esse "pardal"
causa "desconforto social"
no dizer da tal ministra.
Desculpa tão esfarrapada,
a deixar inconformada,
a alma de quem assista.
Seremos vistos, lá fora,
como um país em penhora.
Sem justiça exemplar,
deixar fugir vigaristas
com intenções já previstas,
quem o poderá aceitar?
Na "Repúlica de Sacanas",
esta em que nós vivemos,
por saber que nos enganas,
cada vez, vales menos.
O Estado, glutão por impostos,
deixa-nos, muito mal-dispostos.
Impotentes, "encarneirados",
vamos pagando por grosso.
Da carne, só resta o osso,
estamos já, "depenados"!
E o pior está para vir
com créditos a suprimir
nos benefícios de ajuda.
Como irá ser o futuro?
Muito triste e, bem duro,
num, "ai Deus nos acuda"!
E o Governo, o que faz?
Não quer ou não é capaz!
Roubalheira autorizada,
aquela que é praticada,
não condena o seu autor?
Que tal, uma revolução,
a provar que a razão,
está connosco, sem favor?
Já atingímos os impossíveis,
a nível, dos combustíveis.
Falando da electricidade,
outra triste realidade.
E, o que estará para vir,
não nos deixará sorrir ...
Somos país bem pequeno
mas capaz de grandes feitos.
De modo submisso e sereno
bem merecíamos ser eleitos.
Só nos falta o comando
de alguém muito capaz
e com isso, nos elevando,
nunca ficar para trás.
Enquanto ele não vier,
seja o que Deus quiser ...
Vencida certa preguiça
voltamos de novo à "liça"
da produção poética.
Na mesma linha de sempre,
continuarei, presente,
de modo simples, sem métrica.
Foi precisa uma lição
para haver remodelação?
Já bastava por tardia.
Com outros, na mudança
cresce em nós a esperança.
Quem sabe, de mais alegria!
Tenho agora um cachorrinho
a fazer parte do meu caminho,
desejo há muito sentido
e só agora concretizado.
Sinto-me bem a seu lado,
mais calmo e outro sentido.
Na sua companhia,
espero ter mais-valia.
Sob comando de Almirante,
Portugal provou e garante,
ser o maior na vacinação.
De todo o mundo, a saber.
É mesmo de envaidecer ...
e agradeçer, do coração!
Daí, a nossa continência,
a um trabaçho de excelência.
Não precisava berrar tanto
para nos tentar convencer.
O verdadeiro encanto,
estará, no bem-fazer.
As promessas propaladas
ficarão sempre aquém.
Nessas conversas fiadas,
o prometido, nunca vem
COM ÁGUA DE TANTA FARTURA
SARNADINHA TEM TRÊS FONTES.
NUNCA SERÁ DE SECURA,
UM DEFEITO QUE LHE APONTES.
Fui à aldeia, de lá vim
e desta vez acompanhado.
Alguém tinha para mim
um cachorrinho, engraçado.
Como fiel companheiro,
aqui o terei, a meu lado.