domingo, 21 de novembro de 2021

PROCESSOS PENDENTES

Quantos processos por julgar,

agurdam no pó das estantes

numa indiferença sem par

e, de consequências constantes?

Esquecidos, de passado distante

em miséria contemporânea

se constacta, apatia reinante

aliada a fraude consentânea.

Assim, de repente e sem escala,

alguns que temos na memória.
.
A corja dos autores, cala

mas ficarão para a história.

Estádios de futebol ao mosquêdo,

encargos asfixiantes,

muitos a gozar do folguêdo,

outros, aguentando, penantes.

Autoestradas de longas pistas,

a ladear campos sem culturas.

O tráfego, longe das vistas,

sem condutores nem penduras.

Arrancaram, oliveiras e vinhedos,

a troco de trinta dinheiros

como esbanjar de brinquedos

repetidos, tão useiros ...

Os arrastões de alto mar,

bacalhoeiros das Escandinávias,

como frotas a naufragar,

vistas do alto da gáveas.

Industrias texteis e dos aços

cada uma no seu desmontar

desfeitas em mil pedaços

sem motivo para orgulhar.

Edifícios de grande construção

sem bons motivos inerentes,

enriquecendo, no deitar a mão,

pagos por muitos inocentes.

Até onde chega a desgraça?

Por muito que ela atormente, 

fica convosco a negaça.

Dai-lhe eco, conforme a mente.









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