quinta-feira, 6 de julho de 2023

"DESTRAMBELHADAS"

 Uma senhora tão pintada

Sem decoro conveniente 

Ao vê-la arrebitada

Até eu fico doente.


Exageros causam espanto

E pelo tanto exagerado

Até se perde o encanto

E se fica espantado.


Fui apanhar uns burriés

Estando a maré vazia

Mas só molhei os pés

Pois burriés não havia.


Uma mentira piedosa

Não deve ser castigada.

É por si tão generosa

E merece ser perdoada.


Quem muito fala, erra

No que tem a declarar

E aquele que tanto berra

Apetece mandar calar.


Antigamente na Beira

Havia mobiliário modesto

Como a celebre cantareira

Onde cabia todo o resto.


Vem tudo a talhe de foce

Para certo malandrim

Se burro lhe desse coice

Não nos falaria assim.


Quem espera desespera

Devagar se vai ao longe

Ao fim de longa espera

A paciência é de monge


Segue em frente com cuidado

Tem atenção às curvas

Pois quem anda alheado

Navega em águas turvas.


Estas modas tão modernas

Causam riso e espanto.

As tatuagens nas pernas

Para muitos são encanto.


Olha com olhos de ver

O que a Natureza oferece.

Mais vale ser que parecer

E um pobre tanto padece.

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