MULHER PORTUGUESA
Mulher, anónima do meu país
Que da fecundidade és a raíz
E teus filhos zelas, ciosamente
Sabendo que Família é dado assente
Sacrificada, ao longo dos tempos
Sem denunciar os teus tormentos
Da vida dura, igual e madrasta
Nunca gritando a palavra, Basta!
No jogo adverso da sobrevivencia
Jamais demontrando impaciencia
Antes, uma resignada devoção
Ao homem que te dá o pão
E na maior dor que o peito encerra
Quando te levaram os filhos prá guerra
Abriste mais uma chaga na alma
Que só a oração pela Fé, te acalma
Esforçada no labor infindável
Desempenhado de forma notável
Sem ais nem desculpas nem queixumes
Encobrir com sorrisos, os azedumes
Da vida que te obrigam a viver
Sem a hipótese de outra escolher
De ti falo, vagamente, concerteza
Mas és, acredita, Mulher Portuguesa
De todas as mulheres, do Mundo,
A que em mim, cala mais fundo!...
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