sexta-feira, 17 de outubro de 2014

REGRESSO

Voltei
a "Sentir o Rio e a Viver a Terra"-
Rio que é o Tejo,
a terra é toda a Beira.

SENTIR O RIO
é estar no seu leito
aspirando o cheiro
da água doce,
temperada de hortelã brava
e poejo...
Ouvir os pequenos seres
que nele habitam,
rãs verdes de esperança
levadas de mansinho
pela corrente...
Ver o sol
reflectir raios
que ao cair da tarde
são sangue,
a tingir de vermelho
a água "ludra".
E lá ao fundo, 
em cenário majestoso,
as "Portas"!
Sempre abertas
com chave de milhões de anos!...

VIVER A TERRA
é sentir o quanto custa
tirar dela o sustento.
Porque pobre,
pouco alimenta, 
não fora o suor do cansaço,
labor compensatório.
Pois carente pode ser
mas não avessa no oferecer.
É o azeite, feito oiro,
o pinho, eucalipto, a floresta!
As cabradas em rebanho,
as serras e os vales,
granito e xistos,
a água abundante
e pura!
Também dos odores
que emanam
das flores, tojos e rosmaninhos...
E o frio gélido do inverno
mais o calor tórrido do verão!...

Viver a Terra
é viver na minha terra tão bela!
E ela não passa sem o seu rio;
O rio não passa sem ela!

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