Sou da Beira; ex-militar; India,Moçambique e Guiné. Na velhice o vicio da poesia, e o amor que me une às boas tradições beirãs.
sábado, 2 de maio de 2015
À LUZ DA CANDEIA
À luz suave da candeia
Que tão pouco "alumiava",
Nas noites da nossa aldeia,
A "deita" nunca tardava.
Apagado o seu pavio
Naquele sopro devido,
Um leve fumo fugidio...
E o lar, ficava adormecido.
Benzido pela Santa Paz
De quem, pobre mas feliz,
Na sua vida ser capaz
De cumprir, o que Deus quis.
Cuidar dos filhos com amor,
Tratar da horta, duro empenho,
Suportar o frio e o calor,
Sempre cantando, no amanho.
E na mutação dos dias,
Nem só de canseiras a vida,
As Feiras e as Romarias
Eram prenda...merecida!
Vida simples de simples gente,
Minha não foi, por casualidade.
Da aldeia me tornei ausente
Quando abalei p'rá cidade.
Mas em toda a minha vida
Nunca me deixou a Saudade.
A existência é já comprida,
Tem o tamanho desta verdade!
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