sábado, 2 de maio de 2015

À LUZ DA CANDEIA


À luz suave da candeia
Que tão pouco "alumiava",
Nas noites da nossa aldeia,
A "deita" nunca tardava.

Apagado o seu pavio
Naquele sopro devido,
Um leve fumo fugidio...
E o lar, ficava adormecido.

Benzido pela Santa Paz
De quem, pobre mas feliz,
Na sua vida ser capaz
De cumprir, o que Deus quis.

Cuidar dos filhos com amor,
Tratar da horta, duro empenho,
Suportar o frio e o calor,
Sempre cantando, no amanho.

E na mutação dos dias, 
Nem só de canseiras a vida,
As Feiras e as Romarias
Eram prenda...merecida!

Vida simples de simples gente,
Minha não foi, por casualidade.
Da aldeia me tornei ausente
Quando abalei p'rá cidade.

Mas em toda a minha vida
Nunca me deixou a Saudade.
A existência é já comprida,
Tem o tamanho desta verdade!


Sem comentários:

Enviar um comentário