Ir e vir à minha aldeia
Num só dia e com pressa,
É algo que nos premeia,
E do que se vê, não esqueça.
De novo deslizando nos carris,
Do chamado "Intercidades",
Acreditem! Senti-me o mesmo petiz
Que fui...e tantas as saudades!
Exigência igual à de então,
De viajar junto à janela
Para prestar toda a atenção,
Da panorâmica tão bela.
Começa, após Entroncamento
Quando a linha em paralelo,
Segue percurso de encantamento.
Do Tejo, "o meu rio" tão belo!
Com a graça da Primavera florida,
Bordejam o percurso, mil flores.
Sobressaem, na imensa medida,
Margaridas e papoilas, nas suas cores.
E logo ali, o leito do "majestoso".
Tão calmo como lago imenso,
Diferente do Tejo impetuoso
Que me deixava em suspenso.
Agora, é um espelho das vaidades.
São vegetações de verde fresco
Reflectidas em várias tonalidades,
Criando no todo, um quadro gigantesco.
E o comboio sobre travessas,
Deslizando em boa marcha,
Hoje com muito mais pressas
Do que o antigo, da Beira Baixa.
São apeadeiros e estações
A ficarem ultrapassados,
Olhos fixos, redobradas atenções,
Reconhecendo lugares eternizados...
Agora, ali e já perto,
A chamada, "Fonte das Virtudes".
Ilhota mantida a descoberto,
Bem a salvo das vicissitudes.
Com ela, a chegada às "Portas"
Sentinela de imponência invulgar.
Sempre abertas, desde eras remotas,
Marca, do emblema deste lugar.
É a chegada. Estamos em casa,
No embrião de onde saímos.
A nossa alegria extravasa
Redimindo, o quando partimos.
Um voltar é renascer
e a cidadania beirã, tornar a merecer!
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