quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O TEJO ESTÁ DE LUTO

Mil frases bem intencionadas
Não poderão, por complacência
Ocultar a trágica maledicência:
O Rio Tejo tem águas conspurcadas.

Dizemos por cá, "a água vai ludra".
Acrescento, "com cheiro de furda".
E vós me direis, "e o progresso"!
Mas condeno tão grande mal,
Ao apetite voraz do capital.
Do rio limpo, não há regresso.

É agora um espelho reflector
Onde se miram  dejectos sem pudor,
Inertes tóxicos e agressivos.
Causaram a morte de seres vivos
Que eram dos pobres, sustento
E viram reduzido o seu alimento.

Para vós, turistas e visitantes,
Porque o não viram antes,
A má imagem vos será indiferente.
Que não a mim, amante do Tejo
Pois tristemente o sinto e vejo,
Do que era e foi, tão deprimente.

V.V.Ródão, 26 Setembro, 2015

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