Não as posso manter guardadas.
Cai a chuva no nabal
E é vê-los a crescer,
Os nabos que por mal
Só nos fazem sofrer.
No inverno réstia de sol
É dádiva para pobre
Alegra como pão mole
E conduto que sobre.
Após tempestade a bonança
Depois da chuva, a molha
À desgraça vem a esperança.
Prá miséria ninguém olha.
Triste e chuvoso inverno
Tantas maleitas nos dá
É um necessário inferno
Que o verão compensará.
Diz o roto a outro nu
Porque andas mal trajado
A mostrar tão feio cu,
Assim por mal trajado.
Isto é já maluqueira
Não consigo estar sentado
Nesta tão velha cadeira
Já sinto o rabo quadrado.
Melros de bico amarelo
São praga no meu jardim
Não sei se com um martelo
Conseguirei dar-lhes fim.
Os gatos no seu "asseio"
Usam meu jardim pró efeito
Deles estou ficando cheio
Mas como sou bom sujeito...
Só os burros não mudam
Mas aqueles muito burros
Ai Jesus que nos acudam
Dos coices dos mais casmurros.
Amigo com a vida torta
Teve problemas na aorta
Deixou de cavar na horta
Agora só cava da horta.
Preciso de ti para tudo
De mim não precisas nada
O melhor é eu ficar mudo
E tu com a boca fechada.
Sem comentários:
Enviar um comentário