Em tudo vê, a poesia viva.
Como na onda que se forma
E vem morrer em espuma,
Num branco que se esfuma
E ao mar, logo retorna ...
Assim como nuvens coloridas
Em nuances bem movidas
Por brisa que as transforma.
Dão imagens suaves e frágeis,
Como se uns artistas notáveis
As moldassem, dando-lhes forma.
Há poesia na seara alentejana
Vendo as espigas que vento abana,
Dançando uma valsa da Natureza
Em entardecer de pleno Verão,
Sabendo nós que ali está o pão
E para tantos é uma certeza!...
Poética, a densa floresta,
Aquela que ainda nos resta,
Toda coberta de verde esperança
Nos tons que passam a dourado
Conforme o ciclo se terminado,
Dando lugar à cíclica mudança.
E o encanto das aves a trinar,
O calor do Estio, o Inverno a nevar,
O sono de criança no seu berço,
Aquele menino a rir no balancé
Com o sorrir da mãe, ali ao pé? ...
Esta é parte da Poesia que conheço!
Também outra, mais assustadora
Revelada em tempestade atroadora
Em que evocamos a Santa protetora.
Impressionantes coriscos e trovões
Causando receio aos nossos corações...
Também aí, a Poesia é uma senhora!
Eu diria
Que nesta minha fantasia,
Sinto a Poesia a meu lado.
Desde o nascer ao Sol poente.
E creiam, fico tão contente
Como um poeta, simplificado!
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