quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

PENSAR O NATAL

E poucas palavras bastam
Para descrever o encanto
Que hoje em nada se afastam
De como era ... e era tanto!

Riqueza, pouca que se tinha
Para a noite tão especial,
Assim vivida em Sarnadinha,
No passar da noite de Natal.

O madeiro, em alta chama,
Ardendo no largo da aldeia,
Era presença, antes da cama.
Imagem que guardo na ideia.

Pela tarde, o cheiro dos fritos,
Rabanadas, fatias, filhós,
A sobremesa dos ditos,
Feita com ciência d'avós!

A ceia, a todos juntava
Em volta do lume de chão.
Antes, o terço se rezava,
Abençoando a tradição.

Assistir à Missa do Galo,
Após caminhada, já tarde,
Sentir a fé, como um regalo,
Na Senhora da Piedade ...

No regresso, nova paragem,
Junto ao madeiro que ardia
Para ganhar alguma coragem,
Dado o frio que se sentia.

Assim aquecidos, a deita
No tosco colchão de palha.
Cada qual melhor se ajeita.
Todos conforme, ninguém ralha!

Em sobressalto, os ganapos,
Mal dormiam na Noite Santa,
Sonhando ver, nos sapatos,
A prenda que tanto encanta.

... era o acreditar no Menino,
Ingenuidade que assim defino.

"Neste Lugar Onde Nasci"


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