E poucas palavras bastam
Para descrever o encanto
Que hoje em nada se afastam
De como era ... e era tanto!
Riqueza, pouca que se tinha
Para a noite tão especial,
Assim vivida em Sarnadinha,
No passar da noite de Natal.
O madeiro, em alta chama,
Ardendo no largo da aldeia,
Era presença, antes da cama.
Imagem que guardo na ideia.
Pela tarde, o cheiro dos fritos,
Rabanadas, fatias, filhós,
A sobremesa dos ditos,
Feita com ciência d'avós!
A ceia, a todos juntava
Em volta do lume de chão.
Antes, o terço se rezava,
Abençoando a tradição.
Assistir à Missa do Galo,
Após caminhada, já tarde,
Sentir a fé, como um regalo,
Na Senhora da Piedade ...
No regresso, nova paragem,
Junto ao madeiro que ardia
Para ganhar alguma coragem,
Dado o frio que se sentia.
Assim aquecidos, a deita
No tosco colchão de palha.
Cada qual melhor se ajeita.
Todos conforme, ninguém ralha!
Em sobressalto, os ganapos,
Mal dormiam na Noite Santa,
Sonhando ver, nos sapatos,
A prenda que tanto encanta.
... era o acreditar no Menino,
Ingenuidade que assim defino.
"Neste Lugar Onde Nasci"
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