Fui, um dito, "puto reguila"
no meu bairro, em Carnide.
Sempre na primeira fila
Na audácia que não agride.
Pronto, em qualquer situação,
desde o berlinde das 3 covas,
à disputa com a mona e o pião.
Também briguei, com sovas!
Saltei o eixo "rebaldeixo"
e no jogo das escondidas,
ainda hoje não me queixo,
de "descobrir" … as raparigas!
Maroto, um certo e tanto
mas sem ofensa nem maldade.
Jogar à bola, um encanto
mesmo com fraca habilidade.
Sempre à baliza, o guardião,
para nunca me cansar.
Nunca fui parvo, desde então
nem ter gosto de me ralar!
Uma proeza bem minha,
era descer em carro de rolamentos,
a estrada, Carnide-Pontinha.
E depois a subida? Tormentos!...
Saltar à corda, nem por isso,
obrigava a certo esforço
e na concentração, ser preciso.
Não agradava, cá ao moço!
Aro de bicicleta e gancheta
condução em dias de sol
e ir buscar à gaveta,
a meia, prá bola de futebol.
Por vezes, lá vinha a sova.
ficando o par desirmanado
e na "trapeira" morava a prova.
Tinha o acto, condenado!
A escola? Um tormento.
A vida era de brincadeira!...
Porquê esquecer tal momento?
Mas tinha de ocupar a carteira.
Como Mestra, a Dona Chica.
Ali ao lado, logo a escola.
E uma verdade aqui fica:
Era o último, a ir com a sacola!
Para terminar, falando a sério
Fui um "puto" alegre e feliz.
Acreditem, neste velho, Silvério.
É verdade, tudo o que diz!
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