Albarracím, o teu ventre
do qual nasces na vertente.
Simples fio de água apenas,
nado pequeno mas crescendo
sem parar, sempre correndo,
com águas limpas e serenas.
Tajo em Espanha baptizado.
Assim o quiseram registar.
Te visionei em muito lado
no meu errante peregrinar.
Delícia de Reis em Aranjuez
aprisionado em palácio faustoso,
ainda nem sonhavas ser português.
Eras apenas, um rio do gozo.
Prosseguindo veloz sem medo
no teu leito tão peculiar
te encontrei um dia em Toledo,
antiga capital, a rodear ...
Já perto de nós em Almaraz
visto ao longe na distância,
a central atómica,juz te faz,
arrefecida na circunstância.
Ainda em Alcântara, na ponte
que foi fronteira de Romanos,
um mal se te aponte:
A barragem tem seus danos.
Vi-te sujo, tão sem graça
talvez porque sendo Verão
essa tua água não passa.
Eras só, ribeiro, na ocasião.
Daí em diante e solto
já és nosso, mais verdadeiro.
Passas, ao Tejo revolto,
um grande rio, por inteiro.
Ródão te espera nas viagens.
Aqui, tenho a chave das Portas
que se abrem entre margens
para as tuas grandes rotas.
Aprisionado por barragens,
livre no abrir das comportas
nos dás, magníficas imagens.
À Poesia nos transportas ...
Tão nosso encantamento!
Por onde corres és visitado,
no caudal do sempre aumento,
por tesus "filhos", acrescentado.
Locais tão bem marcantes
como Almourol e Barquinha,
quando deslizas por Abrantes,
adubando, a zona ribeirinha.
O mar, teu pai, te reclama
para ele te apressas na ânsia.
Ao Poeta que te deu fama,
a homenagem em Constância...
Nada mais devo acrescentar
à tua enorme grandeza.
De cada ponto ou lugar,
deixaste, a boa certeza:
És o maior rio de Portugal
nascido em terras de Espanha.
Por enorme, interrnacional,
com o bem que daí advenha.
De Tagus na Mitologia
a Tajo passou seu nome.
Para nossa mais-valia,
Como Tejo ele se tome!
("Neste Lugar Onde Nasci")
Sem comentários:
Enviar um comentário