domingo, 23 de maio de 2021

RIO TEJO - DA NASCENTE À FOZ

Albarracím, o teu ventre

do qual nasces na vertente.

Simples fio de água apenas,

nado pequeno mas crescendo

sem parar, sempre correndo,

com águas limpas e serenas.


Tajo em Espanha baptizado.

Assim o quiseram registar.

Te visionei em muito lado

no meu errante peregrinar.


Delícia de Reis em Aranjuez

aprisionado em palácio faustoso,

ainda nem sonhavas ser português.

Eras apenas, um rio do gozo.


Prosseguindo veloz sem medo

no teu leito tão peculiar

te encontrei um dia em Toledo,

antiga capital, a rodear ...


Já perto de nós em Almaraz

visto ao longe na distância,

a central atómica,juz te faz,

arrefecida na circunstância.


Ainda em Alcântara, na ponte

que foi fronteira de Romanos,

um mal se te aponte:

A barragem tem seus danos.


Vi-te sujo, tão sem graça

talvez porque sendo Verão

essa tua água não passa.

Eras só, ribeiro, na ocasião.


Daí em diante e solto

já és nosso, mais verdadeiro.

Passas,  ao Tejo revolto,

um grande rio, por inteiro.


Ródão te espera nas viagens.

Aqui, tenho a chave das Portas

que se abrem entre margens

para as tuas grandes rotas.


Aprisionado por barragens,

livre no abrir das comportas

nos dás, magníficas imagens.

À Poesia nos transportas ...


Tão nosso encantamento!

Por onde corres és visitado,

no caudal do sempre aumento,

por tesus "filhos", acrescentado.


Locais tão bem marcantes

como Almourol e Barquinha,

quando deslizas por Abrantes,

adubando, a zona ribeirinha.


O mar, teu pai, te reclama

para ele te apressas na ânsia.

Ao Poeta que te deu fama,

a homenagem em Constância...


Nada mais devo acrescentar

à tua enorme grandeza.

De cada ponto ou lugar,

deixaste, a boa certeza:


És o maior rio de Portugal

nascido em terras de Espanha.

Por enorme, interrnacional,

com o bem que daí advenha.


De Tagus na Mitologia

a Tajo passou seu nome.

Para nossa mais-valia,

Como Tejo ele se tome!


("Neste Lugar Onde Nasci")

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