Elejo, o prato "ratinho",
Símbolo da jorna suada;
Das gentes do meu cantinho
Que na Beira, têm morada.
Em ceifas, no Alentejo,
Lhes era dado pelo patrão,
Nos idos tempos, quando o ensejo,
Era ir longe, ganhar o pão.
Finda a campanha, o regresso!
Com os cobres, ganhos a súor,
Se trazia o "ratinho"; um apreço
Do contratante, bom senhor!
Hoje, têm lugar nas cantareiras,
Na certeza de que alguém os usou;
Nestas famílias das Beiras,
A prova latente, ali ficou.
Se vos disser que tal prato,
Naquela altura, só prestável,
De barro pintado, barato...
Tem agora, valor considerável?!
É o preço, da riqueza cultural
Que passa de geração em geração,
Na herança antiga, tão natural:
O manter de salutar tradição.
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