Senti os efeitos de guerras passadas.
Da "Grande", e extremada carência.
Se viveu, dos poucos e dos nadas.
Racionamento? Tive a experiência!
O desejado, que não se comia,
Pão que se pedia, por caridade,
Simplesmente, porque não havia...
Quantas vezes, incontestável verdade.
Do Ultramar, participação directa.
India, Moçambique, também Guiné.
Voltei, sem a mazela que afecta.
Carente, sofrido, mas pelo meu pé.
Se esta foi, minha cruz a carregar,
Verdade seja dita, conheci mundos
Que de outro modo, nem imaginar!...
A Deus, agradecimentos profundos.
E hoje, esta "guerra"impensável,
Económica, global e estúpida,
Gerada na mente de miserável,
Propagada, como causa impúdica!
Consequência dos gastos inúteis,
Com obras de começo e paradas,
Empresas falidas em causas fúteis,
Vivências balofas, só de fachadas!
Muitas, amontoadas falcatruas,
Dos parasitas que guerras criam.
Dinheiros, mal gastos, nas ruas,
Ideias e cofres,...se esvaziam!...
E, nesta maldita "guerra"
Porque a alma não é pequena,
O povo em uníssono, berra,
"Grândola Vila Morena"!
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