Permita que lhe retire a "aura".
Seja um natural e simples cidadão,
No entregar, à esposa Isaura,
O salário recebido, ou a pensão.
Digamos 600, sujeitos aos cortes!
Depois me diga: que tal o almoço?
Uns bons pratos, bem fortes
Ou apenas, pouca carne e muito osso?
Ao abrir a caixa do correio,
Quando viu as contas a pagar,
Não sentiu, um forte anseio
De fugir, ou pior se suicidar?
Acordar com dores no peito
E ter de ir às Urgências?
Mas como vulgar sujeito,
Sofrer todas as consequências?
Carro parado, por falta de "guita"
Para a reparação premente?
Entrar na fila, da diária fita,
Em paragem dum mar de gente?
Poderia estar aqui o dia inteiro,
A clarificar a vida de pobre.
Não vou maçá-lo, senhor-primeiro.
Se um pouco de Bem lhe sobre,
Pense nos outros, antes de si.
Esqueça, todas essas basófias.
À maioria, a vida não sorri.
Desconhece, o sabor doce das farófias!
Sem comentários:
Enviar um comentário