quinta-feira, 28 de abril de 2016

SINAIS DOS TEMPOS

VIOLÊNCIA NO CAIS DO SODRÉ

Nos velhos anos já idos,
os desafios eram vencidos
dentro do preceito legal,
ditado por regras e leis
duras, como no tempo dos Reis,
os senhores de Portugal.

A educação nascia no berço,
por religião a reza do terço
e na escola, a continuidade.
Se alguém "saía dos eixos"
e pisava caminho com seixos,
tinha "à perna"a autoridade.

Quem tinha posses, estudava.
Não havendo, na Primária ficava.
Uns seriam futuros doutores,
os outros aprendiam um ofício.
Beber um copito, único vício.
Começavam cedo os amores.

O casamento, uma consequência
e os filhos nasciam, na sequência.
Vidas modestas sem tropelias.
Circulava-se pelas madrugadas
vendo as montras engalanadas,
sonhar, vivendo boas alegrias.

Cumpria-se o Serviço Militar.
A seu tempo, ninguém iria faltar.
"Reguila" que se julgasse superior,
sentia da disciplina o bom efeito.
 Mudava para melhor, um mau sujeito,
obrigado a cumprir com rigor.

Cumprida a "tropa", a nova vida, 
garantia emprego de seguida.
Os Cursos Industrial e Comercial,
por muitos seguidos, anteriormente,
davam mão d'obra conveniente
às necessidades, de modo pontual.

Estupidamente terminados
Só deram maus resultados.

E hoje, como estamos?
Bem mais ricos...sem danos?
Vida fácil, fartura desmedida.
Casam e descasam os meninos
cheios de despropositados mimos,
sem saberem o custo da vida.

Para quem sempre foi cumpridor
sem entraves na ordem superior,
desconhece grandes melhoras.
No que de badalado se criou,
na escala onde tudo se avaliou,
Compreendo porque choras!

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