"MEU TEJO"
Dominaram-te no Fratel
e do desbragado corcel,
és hoje, um plácido rio.
Ao que eras, não há regresso,
tudo a bem do progresso,
mas despojado do teu brio!
Águas que eram transparentes,
ocultam artes jacentes,
dos povos mais remotos.
Que tal tristeza nos doa.
Eram, superiores aos de Côa!
Registos dados como mortos.
Quantas bocas alimentaste,
porque de boa mente deixaste
que te levassem teus peixes?
E agora, o que pescar
se nada tens para dar?
Tão só, do que te queixes?!
Águas ludras nos apresentas.
Sabemos que te atormentas
e nada consegues opor,
às maldades do momento,
constantes, na hora e no tempo.
Mas crê. Por ti, mantenho amor!
Mesmo decrépito e sujo,
Sempre Tejo, meu dito cujo!
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