Outono no calendário
e também na minha vida,
na passagem ao Calvário
por sentença, definida.
Inevitável sucessão,
antes do frio Inverno
e logo após o Verão,
porque nada é eterno.
Outono do meu cansaço,
fim de muitas alegrias,
agora que tão pouco faço,
for falta de energias.
Só a mente, tenho activa
e nela busco a Verdade.
Bem pouco já me cativa
após conhecer a maldade.
Castigado ao peso da idade,
vou ficando indiferente,
gozando, tão só, a realidade
que me é dada, no presente.
Sentado na minha tropeça,
bem singela e beiroa,
aguardarei que alguém peça:
"vem cantar-me, uma loa"!
Acedendo ao pedido,
ela vira, feita verso.
Oxalá, não fique perdido.
Apenas isso, vos peço!
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