Todos os meses, de há tempos,
Tenho sentido maus ventos
Que me fustigam a existência.
É que, um famigerado ladrão
Com artes de pérfido vilão
Me invade a residência.
Rouba parte do que tenho,
Ao fim e ao cabo, o amanho
Do disponível para viver,
Obtido pela reforma do trabalho,
Honradamente ganho,
Sem nada ficar a dever.
De cara descoberta e com lei
Do próprio, eu vislumbrei
Os cortes na conta bancária.
À revelia, por nunca autorizado,
O ladrão, sob a capa do Estado,
Faz de mim, uma alimária!
E quantos mais? Quantos somos,
Sujeitos a tais assomos?
Brada aos céus a passividade!
Pouco a pouco, dinheiro havido,
Acabará por ser engolido,
Em gestos de bestialidade!
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