terça-feira, 22 de abril de 2014

A HISTÓRIA (COMO A VEJO)

Cravos rubros naquela primavera
Que foram protectores de boca
Das armas empunhadas em espera,
Do fim duma ditadura louca.

Passaram de mão em mão
Em gentes que se abraçaram
Desconhecidas até então,
Irmanadas na vitória que cantaram...

E após Abril veio o Maio,
O primeiro vivido em liberdade.
Aí, como a explosão de um raio
Se confirmou a desejada verdade.

Suprema e total ventura!
Para trás, o medo e a incerteza.
Renascia a velha Cultura
Da Ditosa Pátria Portuguesa
.

E vieram os políticos exilados,
Ar triunfante, donos da História.
Alguns, porque bem acomodados,
Foram no exílio, apenas escória.

Fugidos à guerra, porque podiam,
À sombra de cobardia disfarçada,
Julgaram ser eles que venciam,
A ditadura, na hora destroçada.

Começaram as lutas pelo Poder.
Ganharam-se títulos e formaturas.
Gentes de escasso ou nulo saber,
Transformaram-se em ilustres criaturas.

A "festa" continuou, interminável.
"Baladeiros barbudos", tropa desleixada.
A moral, chegou a ser miserável.
Mas era o Povo quem mais ordenava.

Medos, atropelos, sevícias,
A loucura da libertinagem,
Comandada por formadas milícias,
Tentando operar a viragem.

Novembro, o ponto final.
Um Homem, impôs o respeito.
Parcelar, não o total.
Algo mau, já estava feito...

Todos sabemos da consequência.
Pelo voto fomos elegendo.
Mas como provou a evidência,
Pela mesma, continuamos sofrendo!...

Até quando?
Até que outro Homem,
assuma o "Comando"!

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