FIM DO ANO

Embebe doze passas
numa taça de espumante.
O descrédito que não disfarças,
irá cessar neste instante
do bater da meia-noite,
princípio de um fim
a quem a coragem afoite
de renegar, ano ruim.
Mentalmente, crê e deseja.
Mas pede algo que se veja.
É chegado o momento!

"ANO NOVO
VIDA NOVA"
Na voz do povo,
a repetida trova!

QUADRA DO DIA

O velho ano que passa
E não nos deixa saudades,
Porque mau se escorraça.
Trouxe-nos, muitas maldades!

TEMPO DE MUDANÇA

Este país
mudou.
De "amordaçado"
passou
a "abandalhado"!
O mal lhe advém,
desde a Assembleia,
até a quem,
deve presença à cadeia.
E são já tantos!...
No somatório dos malandros!

VAI-SE O ANO FICA O AMIGO

Amigo
porque o és,
conta comigo
na más marés.
O novo ano
é só mais um!
Desengano?
O mal comum.
Ergue a taça.
Bebo contigo.
Um ano passa
mas fica o Amigo!

ANO VELHO/ANO NOVO

Ano velho vai abalando

E não nos deixa saudades.

O novo que está chegando

Nos dirá, das novidades.

Não sejamos muito exigentes.

A desilusão causa dor.

Apenas pedimos, por crentes

Que haja pão, saúde e amor.

O tempo ajuda, à festa d'arromba!

Sai o velho, entra o novo ano.

Oxalá nos liberte da sombra

E não caiamos no desengano.

Quando arrotares a fartura

Da tua abastada ceia,

Lembra-te da criatura

Que não tem pé de meia.

No limiar do Ano Novo

É pouco o que vou pedir:
Que todo o nosso povo 

Saiba a quem deve servir.

Não chores a falta de festa.

Tens saúde e pão na mesa.

As desgraças do que não presta,

Essas sim, só dão tristeza.

Neste ano, completei oitenta!

Da festa nem sequer falo.

Quem com pouco se contenta,

Chegar longe, é um regalo

A QUEM ME SEGUE

ANO NOVO NÃO O RENEGUE!

QUADRA DO DIA

Sei o que desejo mas não faço.
Entre o querer e não poder,
Vai a distância do meu cansaço
Que me impede de fazer!

PAGAR E SOFRER

Um cidadão paga
o que deve e não deve
e ainda cria a chaga
da espera que não prescreve.
Regra geral mal acomodado
de pé, raramente sentado.

Aconteceu
na Loja EDP,
hoje em Oeiras.
Expliquem-me, porquê
somos tratados destas maneiras?!
Muito publicitado
o espaço. Pouco utente sentado
por falta de assentos.
Tratados como "jumentos"!
Em largas horas de compasso
tive tempo para o que faço:
Criar nova sigla da empresa,
a traduzir, para linguagem chinesa:
 EDP - Esperar De Pé !

NOTA DA IMPRENSA

Ministros e Secretários de Estado
Com muito dinheiro emprestado
Pela Banca de país tão pobre.
Para "eles" o vil metal não falta.
Já os outros, considerados "malta"
Não têm um resquício que sobre!

A imensa lista, enumera cifrões.
São muitos zeros, soma de milhões,
A pagar em longa distância.
Melhorar mansões, pensar no futuro ...
Quando a "mama"acabar, será duro
Cumprir a prestação de circunstância.

Só interessa o hoje e agora.
Depois, quem pensa em penhora?...

LIGAÇÕES PROVEITOSAS

Isto anda tudo ligado.
A Fundação do Doutor Soares
Subsidiada, "a salgado"
Com bons largos milhares!...
Só assim se compreende
Que quando o mal aparece,
O fiel amigo estará presente
Para retribuir, a benesse!

PORQUE ESCREVO

Escrevo, logo existo!
Em boa verdade não resisto
a condenar más práticas.
Não vou à bola, protestar
nem alinho no vociferar
em manifestações erráticas.
É apenas, forma de alívio,
a sós, ou em convívio,
da opressão que impuseram
os mestres da mentira avulso.
Assim, medito e tomo o pulso
Às tristes vidas que nos deram!

QUADRA DO DIA

O país já foi saqueado.
Roubaram tudo o que tinha.
Tiveram de pedir emprestado.
Mas a culpa não foi minha!

INQUÉRITOS ...

Os inadmissíveis inquéritos,
alguns sem nexo e pindéricos,
do senhor Rui Santos,
versam assuntos da bola.
Por vezes, dão-me cabo da tola!
Pecam por falta d'encantos.

Se me permite a intromissão,
lanço ao pagode esta questão:
"Quantas vezes em entrevista,
o J.J., coça acima da vista,
por sinal no sobrolho direito"?
A saber, do confirmado efeito:

12 - 27 ou 32?
Até parece uma pergunta das suas!

A EPIDEMIA GRASSA

O setecentos e sessenta

é já uma epidemia!

A todos maça e tenta,

na Televisão, jornais e telefonia.

E os Provedores, disto e daquilo,

nada fazem para a cura.

Publicidade, ao metro e ao quilo,

no esmifrar, uma pobre criatura?!

Acordai ó gente!

Isto está a ficar indecente.

VERDE SEM ESPERANÇA

A fiscalidade será verde.
Como na fábula da raposa
Se tal ... não presta!
É mesmo sina nossa!
Agora com preços baixos
Criámos fugaz esperança.
Os mestres na arte de "sacar",
Inventam forma de complicar!

QUADRA DO DIA

Quem deteve tanto Poder
Para legislar sem preceitos
Mal julgaria prever
Que sofreria os efeitos.

COMO NUM FILME

Com o motorista à "perna"
o filósofo já não se governa.
No belo trama engendrado,
o dinheiro corria a jorros
mas foram tantos os desaforos
que o esquema saiu furado!

VEJAM SÓ !

Diz sentir-se humilhado
porque, por seu nome foi tratado.
Pinto de Sousa, qual o mal?
Parece gostar mais de ser José,
com pitada de filosofia.
Cada qual com a sua mania,
nesta República, animal!

25 DE DEZEMBRO

Pelo calendário, foi Natal,

A festa maior do inverno.

Para todos, nem tanto igual.

Houve quem vivesse, inferno.

No céu da opulência,

Os bafejados pelo destino,

Da roubalheira, ou descendência,

Nem pensaram no Deus-Menino.

Perder tempo com ninharias?

Valeu sim a sua esperteza!

Com ela, as imensas mordomias

De fartura e champanhe na mesa.

Natal dos humildes é crença

De quem sonha e nada alcança,

Porque pobre de nascença,

De seu, só tem a esperança!

FALANDO DE NÚMEROS

Desde há muito tempo
Deixámos de ser gente
E apesar do descontento
Somos número, somente!

Vivendo em Democracia,
É para todos igual trato.
Com uma certa ironia,
"Ele" é o quarenta e quatro!

QUADRA DO DIA

Sonho contigo acordado
Se durmo sonho contigo
É um sonho continuado
Esta sonhar sem sentido.

O METEOROLOGISTA

A previsão é de calmaria,
o que nos provoca imensa alegria (?).
Afastadas serão as nuvens negras
que pairaram neste nosso Portugal.
Um sol radioso no litoral
e no interior, o canto das toutinegras! ...

Abençoado país, onde nasci e vivo.
A desgraça a que estiva cativo,
dará lugar "ao bom e ao bonito",
segundo o arauto, nosso salvador!
Mas, conhecendo bem o Doutor
nas suas previsões, não acredito.

Será fácil compreender a razão.
Enganado, já fui! Outra vez, não!
Na crueza da verdade, "nua e crua"
vá "cantar tangos p'rá sua rua"!
E se assim promove eleições,
melhore o sentido das previsões.

Porque todos sabemos na verdade,
depois das nuvens, vem a tempestade!
Trovoadas de raios e coriscos,
portadoras de muitos e sérios riscos!

"BOAS FESTAS"

MENSAGENS DOS GOVERNANTES

Deprimente,
senhor Presidente,
a vossa mensagem.
Dona Maria a seu lado
com o mesmo ar contristado
não valorizou a imagem.

Era de "Boas Festas" o postal.
Seria pois, muito normal,
um ar alegre e notório.
Porém, tal não aconteceu
e alguém, comentário teceu:
"Será que vieram de velório"?

Merecíamos mais, meu senhor,
para amenizar a nossa dor!

PREVISÕES

O "Vice do Almirantado"
poderá ser confrontado,
no final do seu comando
e nem será de estranhar
que voltemos a falar,
do tal suposto desmando.

Voltarão à tona os submergíveis
com consequências previsíveis.
Houve dolo não apurado.
Mas retirados os galões,
já na lista dos figurões,
não se valerá do mandado.

A DIMENSÃO DO HOMEM

O Homem na sua dimensão,
tenta, através da ambição,
atingir fins, metas e proveitos.
Vale-se da arte, astúcia, saber à vista.
Não honesto, é vileza o que conquista
e deixa de pertencer aos eleitos.

Para além da área dimensionada,
os ganhos têm imagem ultrajada
de quem abusou do Poder.
Para trás ficaram os ideais.
Angariando só proventos materiais,
Viverá bem ... como um reles ser!

Recentemente,

Sem qualquer má intenção,
um ingénuo, ultrapassou a sua dimensão
com estátua de 3,40 metros d'altura,
sem contar com o pedestal.
Muitos acharam bem. Eu, julgo mal.
Exagerou-se, na sua estatura!

ALERTA PRESIDENCIAL

O seu alerta, senhor Presidente
Não me deixou ficar contente.
Era Natal! Seria tão natural
Vê-lo com ar jovial.
Cabisbaixo, frouxa voz...
Não sentiu pena de nós?!

DESILUSÃO

Nem no cravo nem na ferradura.
Eu bem desconfiava da fartura,
Com os combustíveis a baixar.
Pensava na boa passeata,
Em regresso à vida barata.
O que "eles" foram inventar!...
Verde! Nem branco nem tinto.
E esta raiva que sinto,
É igual à dos demais.
Quando nos darão sossegos?
Tratados assim, como labrego,
Por uma cáfila de animais?

O FIEL AMIGO

Afinal
nem tudo foi mau
neste Natal.
Mais barato, o bacalhau,
provou ser o amigo fiel
mais acessível.
Foi como sopa no mel,
o apetecido perecível!

QUADRA DO DIA

Madeiro a arder na praça
Na Santa Noite de Natal,
Tradição beirã que não passa.
Mantém-se sempre igual.

INTERREGNO

Se não me levarem a mal
E peço a vossa compreensão,
Porque estamos no Natal,
À minha Musa direi, Não!

Interregno na poesia
Para dar descanso à mente.
Voltarei, num próximo dia.
 Vou estar com minha gente!

QUADRA DO DIA

Venha de lá o frio que vier,
Natal é quando o Homem quiser
Bem assim, a própria Mulher.
Os cépticos, não metam a colher!

EM VOLTA DO PAI NATAL

METÁFORAS

Já saiu da Lapónia
e dirige-se a esta "parvónia",
o anafado Pai Natal.
Primeira escala, Portugal!
Deixou-se das coisas pequenas,
reformando o trenó e as renas.
Viaja em carrão premiado
pelas Finanças, o felizardo!
Na bagageira, acumula as prendas
a distribuir pelas calendas.
A elas, todos terão direito, 
desde o bom ao mau sujeito.
Distribuição a começar nas prisões
onde pernoitam alguns figurões.
Porque estão em regime de remorso,
levam um pacote de tremoço.
Já na Assembleia e aos deputados,
um saquinho de rebuçados,
p'rá tosse, afinando as vozes.
À Presidente, tradicionais filhoses.
Aquele mau banqueiro, "nova criatura"
pagamento, com cheque sem cobertura.
Ao senhor, "Alexandre o Grande",
um lindo postal: "Não Pare nem Abrande"...
Para os governantes e afins,
vistosos pares de patins!
Sindicalistas e promotores de greves,
o "best-seller": "E p'ra isso que serves"?
Finalmente,
Por falar de livros e curar azia
Obrigatório ler, "A Tortura em Democracia".
Parece que já vai na 5ª.edicção
e o seu autor esta na prisão!

"Festas Felizes"
e ... cuidado com os deslizes.
Andam mais justos, os juízes !...

PAÍS DESGRAÇADO

Processo dos submarinos, arquivado.
Sem espanto. Ninguém pasmado!
Isto anda tudo ligado.
Sem sal, ou mais salgado,
Há sempre quem fique ilibado.

Com tal caça ao tesouro,
Qualquer dia vem o estouro!

QUADRA DO DIA

O Presépio é do meu tempo.
Não havia o Pai Natal.
O fazia com encantamento,
Todos os anos, sempre igual.

CRIME E CASTIGO

Quando vier pior castigo,
Se é que ele virá,
Veremos quem é amigo,
Ou quem te abandonará.

Quantos serão os da onça
E os outros, os verdadeiros.
Quando a comida está insossa,
Até se esquecem os "primeiros"!

Cá estarei para ver,
a confirmação deste dizer.

APÓS ALMOÇO

Um apetitoso almoço
Sem espinhas nem osso,
Foi-me dado saborear,
No melhor sítio que conheço.
Julgo que nem tanto mereço,
Da "Minha Fada do Lar"!

É o Restaurante de Minha Casa.
Especialidades, de tudo menos na brasa!

DISCORDÂNCIA

Se já tinha uma no Museu,
Porque outra, pergunto eu?
De estátuas estamos falando
E no mundo da relatividade,
Embora por ele sinta vaidade,
É bom ir-mos, comparando...

Nas "pampas", as homenagens
não são assim tantas!...

A MINHA HOMENAGEM

Acreditem! Admiro o Ronaldo
Como profissional e benemérito.
Mas sinto"o caldo entornado",
Quando o consideram, emérito.

Eternizado em estátua de bronze,
Ainda tão jovem, bem vivo?
Será certo, o melhor dos onze,
Mas este culto, não faz sentido.

Verdade de diga, ganha a Madeira
Mais um atractivo turístico,
Valorizando a sua bandeira.
A ela, se acrescente este dístico:

"A GRANDEZA DO HOMEM 
NÃO É DE BRONZE.
MAS DO OURO QUE  TEM NO
SEU CORAÇÃO"!

Concordam comigo, ou não?

QUADRA DO DIA

Natal de menino pobre

Poderia ser diferente

Se o rico, do que lhe sobre,

O desse, simplesmente!

O MILAGRE DO NATAL

De constelação muito distante,
Uma estrela brilhante,
Veio cumprir missão divina.
Anunciar ao mundo inteiro,
Através de intenso luzeiro,
O que a Escritura ensina:

Nascimento do Menino Jesus!
E na escuridão se fez luz,
Clarificando a mente do Cristão
Que viu no semelhante, um irmão!

QUADRA DO DIA

Sonhos, rabanadas e filhós,
Fatias paridas, arroz doce,...
Maravilhas das nossas avós,
A pedir, mais que fosse!...

BES & GES

Querem fazer de nós, tolos?
Só falta, as manas dos bolos,
Declarar a não ingerência.
Quanto aos restantes,  BES ou GES,
Já afirmaram, a todos os Zés,
A sua completa inocência.

Outra coisa não esperava ouvir.
Quantos "ratinhos, a montanha vai parir"?
No entretanto, o incansável blá blá,
A desenvolver na Comissão.
Ela nos dirá, desconhecer a razão
Para atribuir culpas, ao Deus dará!...

Sem provas, mas os milhões "voaram"!
Com eles, muitos glutões se alimentaram.
Da numerosa família, até o "sobrinho".
Uma embrulhada, toda no mesmo saco.
Alguém acabará por engolir o sapo
Mas no geral, ilibados ... limpinho!

TUDO O QUE NASCE, MORRE

Todo o ser vivo
porque nasceu,
morrerá!
Animal ou vegetal
seu destino igual será.
Ninguém segue
para além da sua sina.
Maior, ou mais pequenina,
nessa longevidade, 
apenas o insondável,
oculta a Verdade!

Já os anos, morrem
e renascem sem dano,
no crescer que lhes somem:
doze meses, ou um ano.

Porque estamos no seu limiar,
Feliz, 2015!

GREVE DA TAP

Tem muito que se lhe diga!
Os "rapazes" adoram a briga.
Inevitavelmente, ela surgiu.
Extemporânea, danosa por certo,
Como obra de espírito esperto,
Igual ao cérebro que a pariu!

Também andou mal o Governo,
Na escolha de momento estafermo
Para fomentar a privatização.
A TAP é nossa? A conservar?
Se o que é nosso deverá ficar, 
Um levantamento, porque não?!

Ou continuaremos "adormecidos"
Na continuidade pasma dos vencidos?
Uns e outros, sejam consentâneos,
No iluminar dos vossos crânios.

QUADRA DO DIA

Na minha aldeia, a lareira

Tinha um certo encanto.

Todos sentados à sua beira,

Ao frio dávamos espanto.

A IMPUNIDADE CONTINUA

Na teia dos submergíveis,
As tarântulas se encheram.
Ilibados todos os previsíveis,
Porque os males, prescreveram.

E então, aquelas conversas
Transmitidas e que ouvi,
Não exigem pedir meças?
Ou só ameaçam, a TVI?

Ao que isto chegou!
" Glória, a quem enganou"?!

SUCESSIVAMENTE ...

O sucessivo acontece,
Para o bem e para o mal.
Prender quem tal merece
Não há grades em Portugal.

FIGURAS

Deputados na Assembleia:

Quando um orador badala,
Experimentem, cortar-lhe a fala.
Vejam só, os gestos "maestrinos"
Com que rege a orquestra,
Na sinfonia de baixa palestra,
Quando promete melhores destinos.

QUADRA DO DIA

Pai Natal bonacheirão,
Criatura sem pecado,
Dará prendas ao serão
A quem for bem educado.

NATAL BEIRÃO

TÃO SIMPLES E CRISTÃO,
NO MANTER DAS TRADIÇÕES,
O NOSSO NATAL BEIRÃO
É IGUAL, AO LONGO DE GERAÇÕES.

ALMOÇO DOS PRIMOS

Em outros Natais passados,

Reunimos os nossos primos.

Hoje, todos eles são lembrados,

Cada um com os seus destinos.

Qualquer que seja a direcção,

Vos desejo, "Santo Natal Beirão"!

SEGREDOS DA MUSA

Alimento o meu cérebro
com poesia.
Perguntam os descrentes, 
"que valia"?
Respondo, "é pouca, é simples,
mas minha"!
Desenvolvo sementes
nascidas no pensamento
e fixo-as, naquele momento
mágico, da nascida inspiração.
Cativas, reproduzidas,
crescem em forma
de verso, sem escusa.
Quando escrito, o esqueço.
Já estou pensando,
no novo segredar da Musa...

QUADRA DO DIA

A um caso outro sucede.
Por aqui ninguém aprende.
Aumenta tudo o que fede
Ma o causador não se prende.

NATAL BEIRÃO REPETIDO

Idealizo a neve que cai
Levemente, como no verso,
E o meu sonho não se esvai.
Quero tê-lo, não disperso,

A ele, o Natal antigo,
O meu Natal de criança.
Nunca o senti perdido,
Vive comigo na lembrança.

Cheiro intenso, o das filhós
No momento das frituras,
Arte mestra de tantas avós,
As mais benditas criaturas!

E a ceia? Benza-nos Deus!
Tão nossa, mesmo remediada...
A família com todos os seus,
Que bela tela, não pintada!

Tanta alegria! Tamanho o regalo!
No conchego, vinha a bonomia,
Até à hora da "Missa do Galo",
Imperdível, na noite fria.

Era encantamento prolongado,
Ver as chamas do madeiro,
Ardendo, além no largo,
E assiste, o povo inteiro.

Momento de muitas conversas,
Naquele aquecer do Menino.
Goelas, bem abertas,
Aguardente no copinho,...

A deita tardia, sem sono,
Ao sobressalto fazendo juz,
Pois no sapato, o seu regalo,
Tinha a prenda de Jesus!

Bendita e infantil quimera
Me faz aflorar um suspiro.
Voltar atrás, quem me dera!...
São recordações, o que respiro!

QUADRA DO DIA

Desemprego e pobreza
Vivem juntos de mãos dadas.
Acreditem! Terão riqueza,
As pessoas empregadas.

ESTRANHA FORMA...

Tão bom filho, melhor pai!...
Mas a família não vai
Visitá-lo à cadeia?
Modernices da "nova vaga",
Ou estão "mandando à fava",
A quem a moral escasseia?

Respeitamos por decência.
Porém, pela santa paciência,
Deve ser nos maus momentos,
Desejável, o apoio familiar
Para poder consolar,
Sem uso de fingimentos.

Como a procissão ainda vai no adro,
Aguardemos, desenrolar do próximo quadro.

MANEIRAS DE SER

Passo os dias a criticar,
As vidas de certos senhores.
Mas neste meu censurar,
Não lhes guardo rancores.

É apenas, pequeno defeito
Do qual não tiro ganho.
Ganhei vício, apanhei jeito,
E gozo de todo o tamanho.

Verdade que hoje em dia,
A crítica se torna banal.
É tudo tão mau, tanta a arrelia
Que ninguém leva a mal!

Mas vos garanto, por certo!
Não faço qualquer distinção.
Desde o básico ao mais esperto,
Sirvo por igual, o "sermão"!

Pois já disse e repito:
Sou "Um Beirão Isento".
Como árbitro sem apito,
"Marco as Faltas", no tempo.

Para saberem que não vos quero mal,
a todos desejo, "Bom Natal"!

FIGURAS DE TOPO

É governante, a reboque.
Já no final, o que lhe resta,
Além de aldrabices em enfoque
E muita rugas na testa?

Quem é, quem lhe parece?

"PRENDINHAS DE NATAL"

Rectificando:

Não há dinheiro p'ra prendas?
Oferece o teu sorriso.
E na lista das oferendas,
Que abraço não tenha sumiço.

QUADRA DO DIA

Portugal vendido à peça!
Dos Telefones ás Eléctricas,
Passando pela TAP, mais essa,
A juntar ás cenas tétricas.

DIZES TU, DIREI EU

Sobre o tema da TAP,
quem mais aldraba?
Pois que o tapado se destape
para definir a palavra,
mais certa e sem aldrabice.
É o Costa, a mostrar o Tratado,
contraria e fecha a porta, o Vice!
Vender tudo,  facto consumado!
E o pobre do "Zé-pagante"
não sabe em que acreditar!
O Governo, mantém-se arrogante,
sem vontade de mudar....

... porque a TAP, tem de "voar!!!

"PRENDINHAS" DE NATAL

Todos os anos pelo Natal
Se recriam os mesmos votos.
Também se mantém igual,
O azedume dos mal dispostos.

Não há dinheiro p'ra prendas?
Oferece o teu sorriso.
E na lista das  prendas,
Que abraços não tenham sumido.

Acreditar no Pai Natal?
Lá vai o tempo da crença.
Rodeado de tanto mal
Nada há que me convença.

Apesar da tanta desgraça
Confiemos no amanhã
Porque na Quadra que passa
A esperança não é vã.

Passou uma eternidade
Mas ainda estou lembrado
Do dormir, em ansiedade,
P'ra ver o sapato prendado.

Na minha santa ingenuidade
Nunca perguntei: "como é"?
Com tanta obesidade,
E cabia na estreita chaminé?!

No místico e irrealismo
Em que celebramos o Natal,
Nasceu próspero consumismo
De todo o mundo em geral.

Relegando situações indi  gestas,
A todos, sem qualquer mistério,
Vos desejo: "Boas Festas"!
Voto sincero do Silvério.

QUADRA DO DIA

Todos dizem querer
Acabar com a corrupção.
Mas daí ao fazer,
Continua aberta a sessão!

POESIA OUTONAL

... ao cair da folha

voa também o verso

que espero alguém veja

e o leia. Assim seja!

Porque no fustigar do vento,

não havendo mão caridosa

se ouvirá um lamento

de poeta, em vos chorosa!...

POSTAL DE BOAS FESTAS

Ouvem-se cânticos, tocam os sinos,
Estás criado um cenário virtual,
Neste sentir que "somos meninos"
Em festiva celebração do Natal.

Um gesto de dar, sem nada receber,
Como belas palavras de homilia,
Num tão pouco, de muito querer:
PAZ, AMOR e ALEGRIA!

Pensar, "além da minha desgraça,
haverá outras piores".
Na Santa Quadra que passa,
Sentir que somos melhores.

Então, te julgarás por ti,
Sabendo d'Ele, a missão cumprida.
O menino-Deus, esse sorri
Na sua imagem sempre repetida!

GASTRONOMIA NATALÍCIA ( COM MALÍCIA)

As tais manas, não tolas,
Agora com bens penhorados (?)
Passaram também a fazer bolas
E vários tipos de salgados.

"Salgadinhos à moda do Banco",
É uma nova receita das manas.
São já considerados um espanto
E só têm algumas semanas!

Apetitosas receitas gastronómicas,
De bolos confeccionados por manas,
Geraram verbas astronómicas!
Falas a sério, ou m'enganas?

QUADRA DO DIA

Seremos um país de ceguinhos?
Ninguém sentiu a "salganhada
E os consequentes "salgadinhos"
Que deixaram a Banca abismada?!"

DOENÇA GRAVOSA

O país está muito doente.
As suas doenças, são bem conhecidas.
Pena é, tão somente,
Não se tomarem receitas devidas...


Aos ladrões, o rótulo de tal
E consequente arresto dos bens.
Seria outro, o nosso Portugal
No qual vivemos como reféns.

HAJA ENTENDIMENTO

Greve anunciada para quatro dias.
Um aumento das arrelias,
Caindo sobre um país, que só visto!...
Será  caso para se perguntar:
Que mais nos irá calhar,
Na "Lotaria do Imprevisto"?

E o meu espanto redobra...
Ter doze sindicatos, é obra!
Acontece, na aérea nacional TAP.
Como gerir essa empresa,
Tendo em conta, o factor surpresa,
Que qualquer sindicalista, destape?,

Duvido que se concretize.
Seria no presente, enorme deslize,
De milhões deitados à rua.
Desequilíbrios e desencontros familiares,
Imprevistos, a sacrificar, milhares!
Uma triste verdade, nua e crua!

Tudo isto, em época de Natal!...
Onde está a raiz do mal?
Sugiro que todas as "bestas"reúnam,
Dialoguem, clarifiquem os assuntos,
"Zurrem" a solo ou mesmo juntos,
Mas por uma vez, assumam:

Não é tempo de parvoeiras!
Deixem-se de levianas brincadeiras!

CERTO OU ERRADO?

A Justiça existe? Duvido!
Com tudo o que tenho sabido
e a maneira como se livram,
os "mandarins" da negociata,
ou há ineficácia grosseira,
ou tudo é feito à maneira,
de perdoar aos senhores de gravata!

É CERTO E SABIDO

Quem fraco crime comete,
a mão da Justiça se intromete.
Já um ladrão de milhões,
com arte, livra-se das punições

PANORAMA ACTUAL

Senhores,
estou a ouvir falar em milhões.
A vós, os ladrões que reduziram cifrões,
aos pobres, vivendo do seu pouco.
Doutores sereis por papel passado
mas a vileza do vosso mal, provado,
indica que este mundo está virado!

Nem posso ouvi-los, sequer!
É asco, é nojo, todo o mal que se disser,
será pouco para vos classificar!
Milhares, milhões, biliões!...
Somatório de ultrajantes visões
Do que roubaram e querem justificar?!

Como? Qual o rasto do dinheiro?
Onde mora o vosso recheado mealheiro
que alguém possa descobrir?
Tereis vida para o seu desfrute,
na complacência que por vós se nutre?
Ou a Justiça vos fará carpir?

Esta a dúvida que nos atormenta!
Quem no "banco do crime"se senta, 
jamais se deveria levantar,
se a Justiça, imparcial e justa
não se alimentasse, a peso e à custa,
dos pobres, sem força para contestar!

QUADRA DO DIA

Onde já se viu disto?
O tão badalado banqueiro
Na missa, rezando a Cristo,
Ou a doar, o "tal dinheiro"?

QUADRA DO DIA

Sim, sou pouco determinado.
Género, "deixa correr o marfim"!
Não corro, desordenado.
Devagar, atingirei o meu fim.

POR CÁ É ASSIM

"Um simples láparo
a mandar na coelheira".
É como incómodo ácaro,
a provocar coçeira.
Por cá, como ouço cantar,
"A terra giras ao contrário
e os rios nascem no mar"!
Tudo com efeito imaginário!

ÊXTASE

AO TEMPO:

Os meandros da serra
levaram-me ao píncaro,
do "Reino de Wamba",
o visigodo.
Dele, resta a torre
e sobra a lenda.
O ar é puro e de sempre,
arrefecendo o Tejo
que no leito serpenteia,
à procura de destino.
É quando as grandes aves
se elevam!...
Toda a colónia residente
dos grifos
que me vêm saudar!
É dia e hora das crias
aprenderem a voar...
Tão alto sobem
que me curvo para vê-las.
Em êxtase, misturo as aves
com o céu azul de Portugal
e as nuvens, anunciando trovoada.
Nasceu a fantasia, em tom natural!

Vila Velha de Ródão, 21 Setembro, 2014.

QUADRA DO DIA

Nesta Quadra Santa

Melhora os sentimentos.

Se o teu sorriso encanta,

Usa-o, sem constrangimentos.

A BRINCAR OU A SÉRIO...

NOVOS ADÁGIOS DO SILVÉRIO

- Carta escrita a tinta encarnada,
  é mandar à ... fava, a pessoa visada.

- Renega sempre a preguiça
  e ao domingo vai à missa.

- à segunda,
  torna a obra bem fecunda,

- Sendo terça,
  que a fé não te esmoreça.

- Quarta feira,
  segue a vida à boa maneira.

- À quinta,
  se tiveres dores, põe a cinta.

- Sexta-feira é aziaga.
  Mantém a vista apurada.

- Sábado, final da semana,
  goza a vida à "fartazana"!

- Nunca te entristeças.
  À alegria pede meças!

  

DESÂNIMO

Na grande roda da vida,
Subi acima, desci ao fundo.
Cansei-me bem na subida.
Fiquei farto deste mundo!

DIZERES

O país já esteve de "tanga".
Agora, de cócoras agastado.
Mantém-se, a "tropa fandanga"
E o povo continua enganado!

QUADRA DO DIA

Dia da Imaculada Conceição.
Mantém-se, o feriado nacional,
Pela Senhora, Protectora da Nação,
Que D.João, proclamou como tal!

A BRINCAR OU A SÉRIO

ADÁGIOS DO SILVÉRIO

- De perguntar não resisto:
  ninguém põe cobro a isto?

- Até nos pequenos pormenores
  se revelam como piores.

- Ao bem alheio, quem mete a mão,
  dela merece amputação.


 Quando o castigo é merecido,
  uma paulada faz sentido.

- Menino mal educado,
  leva palmada e fica calado.

- Mulher vaidosa em demasia,
  deixa ao homem, carteira vazia.

- Quando "pintares a manta"
  quem nela se deitar não se levanta.

- Ao andar, olha em frente. 
  Quem vem atrás, é fraca gente.

- Não dês milho aos pardais.
  O bando aumentará, por demais.

-Boa cama farás,
  melhor sono nela terás.  

VOLTARIA A SER ELEITO

Eanes, candidato a Presidente?

À partida, uma ideia excelente!

Mas conhecendo tal Senhor,

Julgo que a sua honestidade

Não chegaria para a tanta maldade

Que grassa, em nosso redor.

PORQUE É MÊS DE NATAL

Neste Dezembro do Natal
Esqueçamos todo o mal.
Vamos fingir que somos felizes,
Mesmo sem prendas para dar.
Um sorriso, um bom olhar,
Sentir que voltámos a ser petizes!...

QUADRA DO DIA

Não é feio um homem chorar,
Sim quem faz chorar o homem,
No mal que lhe vai causar,
Quando os seus bens se somem.

FRASES CÉLEBRES

Ficará nos anais da História
a sua arrogância, notória:
"... não queremos polícias"!...
Na altura, vi e registei.
O cívico, apenas o defendia da grei.
Protagonismo, uma das sevícias.

E era esse, um "demónio",
dos que lhe defendiam (e defendem),
o património!

FIGURAS

"... aos noventa
continua interventivo".
Assim se comenta.
Mais direi:
Rabugento e altivo
como um Rei,
ou "Pai da Democracia",
tal intitulado
pelos seus pares.
Deixou legado? Sim!
Também, alguns esgares!

NATAL É AGORA

Se o Natal é,
quando o Homem quiser,
pois seja, já e agora,
neste momento,
a qualquer hora,
venha lá quem vier!!!

PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Sou já,
uma folha caída
no outono da vida.
Vibrei nos quentes verões
propícios ás paixões,
sofri vários infernos
na estação dos invernos
e quem me dera,
voltar à cálida primavera!...

Tive passado e presente.
Ninguém por mim sinta dó,
quando, inevitavelmente,
o futuro me dirá que estou só!

ESTAMOS EM MÊS DO NATAL

Natal dos humildes é crença
De quem sonha e nada alcança
Porque pobre de nascença,
De seu, só tem a esperança.

QUADRA DO DIA

Criado afrontoso dilema:
Quem põe as mãos no fogo,
Porque faz parte do esquema,
Talvez sofra um estorvo.

ANSIEDADE SEM JEITO

Esta ansiedade em que vivo,
Não sei porque motivo,
Acaba sempre por me cansar!
Mas que espero eu da vida,
Se já foi tanto vivida?
não será hora de m'acalmar?!

OFENSA AO DESTINATÁRIO

Escrever com tinta encarnada,
Sabemos qual o seu significado.
Da tal carta, mal educada,
Decifrei, o vergonhoso recado!

REPAROS

Há um certo ministro vigente
que já apodreceu de maduro.
Por imaturo, ou inocente,
é nulidade em estado puro!

QUADRA DO DIA

À forte força do Destino,
Opõe com firmeza a tua.
Não queiras viver pequenino,
Procura alcançar a lua.

E SE,...

Se concretizarem as suspeitas,
de que o "animal" é culpado,
como serão desfeitas, 
as crenças ao "bem-amado"?
Os seus "amigos do peito",
tão crentes da seriedade,
ficarão de coração desfeito,
ou manterão a amizade?

BAIXAS TEMPERATURAS

O "bondoso" Governo, alerta
para o frio que aí vem.
"Não deixem a porta aberta
pois o perigo daí advém"!
Mas, à devotada bondade,
deixo aos responsáveis, recado:
Porque não, o preço da electricidade,
baixar, em inverno tão gelado?
Com clima mediterrânico,
chega a ser complicado,
morrer ao frio satânico,
a outros países comparado.
Nas aldeias se queima a lenha
E se defendem, os mais pobres.
Por aqui, não há quem a tenha.
Tomem pois medidas bem nobres:

Electricidade de aquecimento,
A custo justo, no mau momento!

FERIADOS

Em momento de austeridade
Retiraram-se alguns feriados.
Mas digam-me, com verdade,
O que ganhámos? Que resultados?
Melhorou tanto a Economia,
A justificar, medida justa?
Cá p'ra mim, a anomalia
Não passou de ideia patusca!

Filosofia barata
Não compensa. Só maltrata!

DESCRENÇA

Já vivo tão descrente
Que até o nosso Presidente
Me cria algumas reservas.
Terminado o mandato,
Veremos se o seu retrato
Não apresenta algumas trevas.

QUADRA DO DIA

O remorso não conta
Quando o mal está feito.
Limpar uma afronta
Define um ser eleito.

CARRANCUDA SENHORA

Ilustre Ministra das Finanças
Me elucide na minha curiosidade:
Quando aparece nas suas andanças,
A senhora/sombra, quem é na verdade?
Com tal carrancuda presença,
Terá algum mal de nascença?

QUADRA DO DIA

Sendo a corrupção
Crime contra a sociedade,
Por essa simples razão, 
Puna-se, com severidade!

ACREDITE QUEM QUISER

Até onde chega, a hipocrisia?
Porque mentis tanto, oh gentes?!
Será por mera fantasia,
ou vós, tão inocentes,
acreditais na vossa versão?
Como pode alguém,
estar bem,
no desconforto duma prisão?

ESPERTEZA LESIVA

País de engravatados

nos seus créditos firmados,

gozam da impunidade

das leis por si criadas,

para que, desirmanadas,

lhes garantam, tranquilidade!

PORTUGAL, MEU PAÍS

Por aqui
abunda a fantasia!
Barata?
Não só! Caricata!
Lê-se a Revista Maria,
ouve-se o Tony na melodia,
cultura ás carradas
em pinturas tatuadas,
apresentadores e "apresentadeiras",
com inconvenientes maneiras,
penteados contemporâneos
de bichos sem nada nos crânios,
polícias nas cadeias
por atitudes bem feias,
corruptos e ladrões
que nos lesam em milhões,
políticos
atípicos,
Assembleia de inaptos
com registos caricatos,...
O rol é tão extenso,
isto é parte do que penso!
E aí vamos,
nem cantando nem rindo
e só não choramos,
porque o país é lindo!

Mas, de perguntar não resisto:
-"Ninguém põe cobro a isto"?!

QUADRA DO DIA

O Passado já lá vai.
Temos o Presente decorrendo.
Futuro, pertence ao Pai.
Por enquanto, vamos vivendo!

NÃO HÁ POESIA NO CASO

Uns quantos idealistas´
que se diziam poetas,
um tanto p'ra dar nas vistas,
faziam versos com rimas certas.

Convidavam à sua audição
em Tertúlia de oportunidade.
Cá por mim, disse que não!
Poesia, é algo sem novidade.

Prefiro os meus gostos pessoais.
Dispenso aquela "seca"
que me dá sono por demais
nas poltronas da Biblioteca.

Bem melhor ver telenovelas
com enredos de "cortar à faca"!
Amores e traições, eles e elas...
Com isso sim, gozo à farta!

Também não me desgosta
estar sentada no Bar,
apesar de mal disposta,
com a digestão a tardar.

Ou no "corte e costura",
badalando a vida alheia,
desta ou daquela criatura,
tão importante que "chateia"!...

Confesso também o "vício":
Um joguinho de canasta,
ou a vulgar sueca, no início
do tempo que o jogo desgasta.

E, porque não, uma sesta,
no conchego do meu quarto?
Um soninho é boa festa,
vivida em privado recato.

Por tantas boas razões,
acrescento ainda aquela
que me define nas multidões:
O meu amor à panela!

Vivo mesmo para comer!
Ainda que sofra de azia,
desfruto da mesa com prazer.
Quero lá saber da Poesia?!

Houvesse um doce apelativo
com bolinhos e copos de licor,
talvez fizesse sentido,
ter pelos versos, algum amor!...

P.S. - Para ser lido com ingénua ironia.

QUADRA DO DIA

A tosca prepotência
Deste Poder instalado,
Tirou à Independência,
Um natural feriado.

CAMINHEIRO

Deixei pegadas na Terra
Nos meus percursos constantes.
Ultrapassei a Europa e pela guerra,
África e Índia, mais distantes.

A Espanha, de sul a norte,
Melhor que muitos naturais.
Mas bendigo a minha sorte.
Por cá, o gozo foi por demais!

Nativo da Beira Baixa,
Que agora dizem ser interior,
Exibo com orgulho a minha faixa:
"Pela Minha Terra com Amor"!

"PELA BOCA MORRE O PEIXE"

O que se ouve por aí,...
o tanto que se diz,
com gosto até me ri,
em tempos com o senhor Assis.

Insurgia-se, o doutor
pela crítica ao "estadão",
apresentado pelo mor,
no conforto do seu "carrão".

"Querem vê-lo em vulgar Clio"?
A vida dá-nos surpresas
e pode, em momento tardio,
transformar-se em más certezas.

O tal momento surgiu
em hora de grande amargura.
Era mesmo, um Renault Clio,
a transportar, a ilustre figura...