terça-feira, 16 de dezembro de 2014

NATAL BEIRÃO REPETIDO

Idealizo a neve que cai
Levemente, como no verso,
E o meu sonho não se esvai.
Quero tê-lo, não disperso,

A ele, o Natal antigo,
O meu Natal de criança.
Nunca o senti perdido,
Vive comigo na lembrança.

Cheiro intenso, o das filhós
No momento das frituras,
Arte mestra de tantas avós,
As mais benditas criaturas!

E a ceia? Benza-nos Deus!
Tão nossa, mesmo remediada...
A família com todos os seus,
Que bela tela, não pintada!

Tanta alegria! Tamanho o regalo!
No conchego, vinha a bonomia,
Até à hora da "Missa do Galo",
Imperdível, na noite fria.

Era encantamento prolongado,
Ver as chamas do madeiro,
Ardendo, além no largo,
E assiste, o povo inteiro.

Momento de muitas conversas,
Naquele aquecer do Menino.
Goelas, bem abertas,
Aguardente no copinho,...

A deita tardia, sem sono,
Ao sobressalto fazendo juz,
Pois no sapato, o seu regalo,
Tinha a prenda de Jesus!

Bendita e infantil quimera
Me faz aflorar um suspiro.
Voltar atrás, quem me dera!...
São recordações, o que respiro!

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