terça-feira, 28 de agosto de 2018

AQUI E AGORA

NESTE MESMO RIO ME REVEJO
NO TEMPO EM QUE O GRANDE TEJO
ME FASCINAVA. ERA AINDA MENINO.
PRESENÇA, ALÉM, JUNTO Á ERMIDA,
UMA AZENHA, ENTÃO ERGUIDA
E NELA LABORAVA, O AVÕ FIRMINO.

CACHOPO DE TENRA IDADE
NUNCA ESQUECI, NA VERDADE,
O ENCANTO QUE ENTÃO SENTIA,
VENDO UM CAUDAL DE TANTA ÁGUA,
SEMPRE VELOZ, GALGANDO A FRÁGUA...
ERA ASSIM QUE O MEU RIO CORRIA ...

AS LABUTAS PRÓPRIAS DA AZENHA
NÃO CABEM NESTA SIMPLES RESENHA.
DELAS TENHO RIMADO COM FREQUÊNCIA.
RESUMO APENAS ODORES QUE FICARAM
NA MINHA SENSIBILIDADE E NIDIFICARAM.
FAZEM PARTE DE MIM, POR INERÊNCIA.

AO TEMPO, ESTA ÁGUA, TANTO ME DAVA!
CHEIROS A POEJO E A HORTELÃ BRAVA.
NAS MARGENS, A JUNÇA TÃO ABUNDANTE
E SEGADA A PRECEITO, NO VERÃO QUENTE,
COLOCAVA-SE NO CHÃO, PACIENTEMENTE,
PARA O PISAR SUAVE DO VISITANTE.

CHEIROS SIMPLES, ODORES DA BEIRA
QUE GUARDEI PARA A VIDA INTEIRA.
E É JÁ BEM LONGA A QUE VIVO ...
PORQUE O PASSADO NUNCA VOLTA,
APESAR DE SENTIR ALGUMA REVOLTA,
APENAS ÁS RECORDAÇÕES, FICO CATIVO.

PORQUE HOJE, MEU GRANDE TEJO,
ASSIM MAJESTOSO COMO TE VEJO
NÃO ÉS O MESMO E TAL LAMENTO.
TRANSFORMADO EM GRANDE LAGO
EM PAREDES DE BETÃO, APRISIONADO,
ÉS SOMENTE O QUE ÉS, NO MOMENTO.

E PORQUE A MAIORIA ASSIM TE CONHECEU
NÃO PODEM LAMENTAR-SE, TAL COMO EU!

Sem comentários:

Enviar um comentário