domingo, 5 de agosto de 2018

DESGOSTOS

Grão a grão
A galinha enche o papo
E cada cêntimo então
Ao Governo engorda o saco.

Prisioneiro das Finanças
Qualquer país definha
Porque morrem esperanças
E se perde o que se tinha.

Um preso em cadeia
Ser candidato presidencial
Não acho boa a ideia
Pelo contrário bem mal.

Alentejo quando te vejo
Tão mirrado pelo Estio
Cresce em mim o desejo
De curar tão mau feitio.

Condenados e à solta
Que cena mais patética
Com tão visível afronta
Até torna a coisa épica.

Tais leis feitas assim
Levianas e sem nexo
Passam a não após sim
Como mudança de sexo.

Mudam os tempos
Alteram-se as vontades
Crescem os lamentos
Com as más novidades

Arguidos não têm conta
Condenados nem um só
Como suportar a afronta
De Justiça que mete dó?

Nos casos mais badalados
Só punem o "peixe miúdo"
Estará sempre salvaguardado
O "tubarão" mais graúdo.

Tenho a mão deformada
Pelo muito que escrevo
Não a vou deixar parada
Pensar nisso nem atrevo.

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