domingo, 10 de fevereiro de 2013

ARQUIPÉLAGO DOS BIJAGÓS

NA GUINÉ, AO TEMPO

Menino pobre da tabanca
Do Arquipélago dos Bijagós,
Quando vias a gente branca,
O que pensávas de nós?

Teus grandes olhos vivazes,
De esperteza tão natural,
Comum a todos os rapazes
Que não praticam o mal.

Brincámos, em tempo distante
No teu chão que era na ilha.
Foi breve o nosso instante
Mas a imagem ainda brilha.

Mar turqueza, águas calmas.
Tua palhota, ali bem perto.
Muita vida, d'outras almas,
Num viver sempre certo.

Flamingos passivos, misturando
Sua cor rósea, ao sol poente!...
Guardei ciosamente, em memorando,
Tal imagem, na minha mente.

Foi uma viagem apenas,
Naquela rara oportunidade.
Acreditas? Restam-me penas.
Voltar aí, é já saudade!

Fui, em 1975.

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