domingo, 24 de fevereiro de 2013

LENGALENGA

Lengalenga com pés e cabeça
Para que ninguém se esqueça:

O Mundo é uma bola
Que rebola.
Neste lado é noite escura,
No outro, mora a fartura.
Por aqui, estamos com azia,
Fartos de tanta heresia.
Leis tortas de mau efeito,
No predicado e no sujeito.
Sujeitos sim, à desgraça,
Adivinhada pela trapaça
Dos mesmos, sempre iguais,
Cheios de pecados mortais
Que o Bom Deus julgará,
Lá no céu, se é que o há,
Porque na Terra, os tribunais 
Se mantêm ao tempo, iguais.
Só atam aos molhos, os processos.
Também não se desatam novas leis
Que reduzam o tesouro dos Reis,
Da Banca, das Eléctricas, do Comércio!
Os que tratam o povo como néscio,
Ao carregar na albarda os custos
De tudo e de nada! Muitos sustos!
Carências de toda a ordem e tamanho;
As terras ao abandono, sem amanho.
Férias, em jazigos de esquecimento,
Não haverá, tal como bom alimento,
Se continuar-mos nesta errada direcção.
Outra virá para melhor! Ou não?
Já nem acredito. Isto é o fim!
E quem terá pena de nós? De mim?
Que não faço mal a ninguém,
Mas sinto ser tratado com o desdém
De não pertencer ao mesmo time?
Tenho cor diferente da que oprime.
E daí, porque não sou filiado,
Não pago quotas, mas bem tramado,
Longe da teta do bom mamar,
Limito-me, tristemente, a versejar.

Em verdade, isto por cá, vai mal! 
Mas falando de todos no plural.
No singular, cada um de vós,
Procura desatar os muitos nós.
Será uma autêntica sangria desatada!
Muito nos tiram. Dão pouco ou nada!
Para não voltar ao ponto de partida,
Termino por agora. Aceitem a despedida.
Ah! Não me levem muito a sério.
Foram apenas, os devaneios do Silvério.

Sem comentários:

Enviar um comentário