Por muito ter namorado
Sinto o coração cansado,
De tanto bater, o coitado!
É que não faço segredo,
Comecei namoro cedo
E foi muito prolongado.
Exigências da sociedade,
Só permitiam casar com idade,
De adulto, nos vinte e tantos,...
Leis militares antigas,
Obrigavam, as raparigas,
À espera e em prantos.
A desejada data, chegou
E o namoro se consumou,
Dando lugar ao casamento.
Era prémio dado a Cúpido,
Pois fazia todo o sentido,
Circunstanciar esse momento.
E depois, o namoro se perdeu?
Não! O coração sempre bateu,
Mais tranquilo, todavia,
Por não haver tanta ansiedade.
A união era uma realidade,
Com provas no dia-a-dia.
Pela idade, ritmo moderado,
O coração ficou cansado!
É natural e não gosto de mentir.
Mas no ritmo do seu compasso,
Na longa vivência, par e passo,
Algo de novo se fez sentir:
O nosso amor, velhinho
Já perdeu sua frescura
Dele, nasceu o carinho
A que se juntou a ternura,
A ternura dos setenta,
Companheira da verdade
Connosco, à mesa se senta,
A partilhar, a saudade!
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