Calai-vos, por Deus!
A toda a hora e momento,
Tanto "zurrar de jumento"
Não nos cala o lamento!
Porquê, tantas conversas?
Aparições a toda a hora?
Tudo continua às avessas!
Nada se abate à penhora!
E vocês, passeiam a gala.
Bemtrajados e aberrantes.
Muito paleio, tanta fala...
E tudo, como em Abrantes!
Por vezes me pergunto:
Quantos os fatos ao dispor?
De que alfaiates, por junto,
Detém, o senhor doutor?
É uma feira de vaidade,
Na tanta conversa vã.
Pobre, a actual sociedade
Sem moral, nem mente sã!
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