Antigamente cuidava-se dos velhos,
Seguindo escritos dos Evangelhos.
Eles, os "patriarcas" do lar.
Elas, eram as "matriarcas" do par.
Cultivava-se o grande respeito
Pela idade que no conceito
Era a sabedoria personificada
Pelos ensinamentos que a vida dava.
Passados tempos e tudo mudou.
Até parece que o Mundo virou.
Invertendo, de pernas para o ar
A humanidade viu-se a privar
Dos conceitos seculares moralizadores.
Hoje, esqueceram-se os amores
Que eram aliados do respeito.
Viram nos velhos, um outro sujeito.
Dispondo de bens materiais,
Deles são privados pelos demais.
Se nada têm para dar
São "atirados" para um lar
Onde ficam em esquecimento,
Pedindo a Deus o fim do tormento.
E o que pedem, tão simplesmente?
A morte! É criminoso quem tal consente!
Criminoso o próprio Estado.
Sem rosto na prática do seu pecado,
Ao tirar dos velhos e mais pobres,
Parte dos escassos cobres
Que vão cobrir despesas provocadas
Em más gestões e tantas derrocadas
De engenhosos e ruinosos malefícios,
Próprios e "ricos em maus ofícios"!
É este o destino que tem sido traçado,
A quem nasceu sob o signo, "Desgraçado"!
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