Beneficiando da célebre adesão,
Arrecadámos cem mil milhões.
Onde param, onde estão?
Em contas dos figurões?
Para além das obras erradas,
Num esbanjar de riqueza
Como as famosas autoestradas
E outras de irracional esperteza?
Frustrada a grande oportunidade,
Depois de tamanha abundância,
Caímos na triste realidade
Duma pobreza sem relevância.
Pobres, um modo de dizer!...
Nunca os houve tão ricos.
À custa de empobrecer
Outra classe, esta em fanicos.
Portugal já foi imenso.
Senhor disto, daquilo e do mais.
Agora, conforme vejo e penso,
Nunca estivemos tão desiguais.
Dum lado o arrotar da abundância,
Deste aqui, um roer de fome.
Para poucos desmesurada importância,
Os restantes, o Estado que os dome!
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