quarta-feira, 17 de junho de 2015

REGISTEI O QUE LI,

Beneficiando da célebre adesão,
Arrecadámos cem mil milhões.
Onde param, onde estão?
Em contas dos figurões?

Para além das obras erradas,
Num esbanjar de riqueza
Como as famosas autoestradas
E outras de irracional esperteza?

Frustrada a grande oportunidade,
Depois de tamanha abundância,
Caímos na triste realidade
Duma pobreza sem relevância.

Pobres, um modo de dizer!...
Nunca os houve tão ricos.
À custa de empobrecer
Outra classe, esta em fanicos.

Portugal já foi imenso.
Senhor disto, daquilo e do mais.
Agora, conforme vejo e penso,
Nunca estivemos tão desiguais.

Dum lado o arrotar da abundância,
Deste aqui, um roer de fome.
Para poucos desmesurada importância,
Os restantes, o Estado que os dome!

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